Turquia
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Lema: Yurtta Sulh, Cihanda Sulh (Turco: "Paz em casa, paz no mundo) |
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Língua oficial | Turco | ||||
Capital | Ancara | ||||
Presidente | Abdullah Gül | ||||
Primeiro-ministro | Recep Tayyip Erdoğan | ||||
Área - Total - % água |
36º maior 779 452 km² 1.3% |
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População | 15º mais populoso
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IDH (2007) | 0,775 (84º) – médio | ||||
Surgimento | 1299 | ||||
Império | 1453 | ||||
Fundação da República | 29 de Outubro de 1923 | ||||
Moeda | nova lira turca, a partir de 1 de Janeiro de 2005 |
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Fuso horário | UTC +2 | ||||
Hino nacional | İstiklâl Marşı | ||||
Domínio de topo | .tr | ||||
Código telefónico | 90 |
A Turquia (Türkiye, em turco), cujo nome oficial é República da Turquia (Türkiye Cumhuriyeti), é um país eurasiático constituído por uma pequena parte europeia, a Trácia, e uma grande parte asiática, a Anatólia. Limita com oito países: a Bulgária a noroeste, a Grécia a oeste, a Geórgia a nordeste, a Arménia, o Irão e o Nakichevan azerbaijano a leste, e o Iraque e a Síria a sudeste. É banhada pelo Mar Negro ao norte, pelo Egeu e o Mar de Mármara a oeste e pelo Mediterrâneo ao sul. Sua capital é Ancara.
Nos termos da constituição turca, a Turquia é uma república democrática, secular e constitucional cujo sistema político foi estabelecido em 1923, após o fim do Império Otomano. Atualmente, negocia sua adesão como membro pleno da União Europeia.
A Turquia e seus Estados antecessores foram uma ponte entre as culturas ocidental e oriental e o centro de diversas grandes civilizações.
Índice |
[editar] História
Devido a sua posição estratégica entre a Ásia e a Europa, a Anatólia foi o berço de diversas civilizações desde os tempos pré-históricos, como atestam alguns assentamentos neolíticos. A povoação de Tróia começa no Neolítico e adentra a Idade do Ferro. Ao longo da história, os anatólios falaram línguas indo-europeias, semíticas e kartvelianas, bem como algumas de afiliação incerta. Dentre os povos da Idade do Ferro que colonizaram ou invadiram a Anatólia, podem-se destacar os frígios, os hititas, os lídios, os lícios, os celtas, os urartu, os curdos, os cimérios, os armênios, os persas e os gregos.
À conquista gradual da Anatólia das mãos dos bizantinos pelos turcos seljúcidas seguiu-se a constituição do Império Otomano. No final do século XVI, no zênite de sua civilização, o Império Otomano incluía a Anatólia, os Bálcãs, o norte da África, o Oriente Médio, a Europa Oriental e o Cáucaso, com uma área total de 5,6 milhões km². Os otomanos interagiram com culturas a leste e a oeste ao longo de seus 624 anos de história.
Nos séculos XVI e XVII, o Império Otomano era um dos Estados mais poderosos do mundo, freqüentemente colidindo com as potências da Europa Oriental, ao avançar através dos Bálcãs e da porção sul da Comunidade Polaco-Lituana. Sua marinha também era uma força considerável no Mediterrâneo. Em diversas ocasiões, o exército otomano atingiu a Europa Central, sitiando Viena em 1529 e 1683, numa tentativa de conquistar o território dos Habsburgos. Foi repelido apenas por meio de grandes coalizões terrestres e marítimas formadas por potências europeias.
Após anos de declínio, o Império Otomano entrou na Primeira Guerra Mundial ao lado da Alemanha, em 1914. Derrotado ao final do conflito, as potências europeias procuraram partilhar o Império por intermédio do tratado de Sèvres. A conseqüente ocupação grega de İzmir, com o apoio dos Aliados, resultou num movimento nacionalista turco iniciado em 19 de maio de 1919 e chefiado por Mustafa Kemal Pasha. Kemal buscou revogar o tratado, que havia sido assinado pelo sultão em Istambul, mobilizando toda a sociedade turca no que viria a transformar-se na Guerra de Independência Turca.
Em setembro de 1922, as forças estrangeiras de ocupação haviam sido expulsas. Em 1º de novembro, a Grande Assembléia Nacional Turca aboliu o cargo de sultão, pondo termo a 631 anos de domínio otomano. Em 1923, o tratado de Lausanne reconheceu a soberania da nova República da Turquia. Kemal - que viria a ser conhecido como Atatürk ("pai dos turcos") - tornou-se o primeiro presidente da República e instituiu reformas abrangentes com o objetivo de modernizar o país.
A Turquia ingressou na Segunda Guerra Mundial do lado dos Aliados, na fase final do conflito, e tornou-se membro das Nações Unidas. As exigências da União Soviética no sentido de que a Turquia permitisse a instalação de bases militares nos estreitos turcos fizeram com que os Estados Unidos declarassem sua intenção de garantir a segurança do país, com conseqüente apoio militar e econômico americano.
A Turquia aderiu à OTAN em 1952. Em 1974, interveio militarmente em Chipre, em reação a um golpe de gregos cipriotas, levando à criação da República Turca de Chipre do Norte, não reconhecida por nenhum outro Estado exceto a Turquia.
A República da Turquia vivenciou uma série de golpes e, a partir dos anos 1970, períodos de instabilidade política e dificuldades econômicas. As eleições de 2002 levaram ao poder central o Partido da Justiça e Desenvolvimento, conservador, chefiado pelo ex-prefeito de Istambul, Recep Tayyip Erdoğan. Em 2005, a União Europeia iniciou o processo de negociação com vistas à eventual adesão plena do país, que já é membro associado desde 1964.
[editar] Política
A Turquia é uma república democrática, multi-partidária e secular, com um sistema de governo parlamentarista. O presidente da República, eleito pela Grande Assembléia Nacional para um mandato de sete anos, é o chefe de Estado. O governo é chefiado por um primeiro-ministro e composto pelo conselho de ministros. O poder Legislativo compete ao governo e à Grande Assembléia Nacional. O poder Judiciário é independente do Executivo e do Legislativo.
As forças armadas da Turquia exercem um papel informal na política do país, autodefinindo-se como as guardiãs da natureza secular e unitária da república. Os partidos políticos considerados anti-seculares ou separatistas pelo Judiciário podem ser proibidos.
A Turquia é membro das Nações Unidas e do Conselho da Europa, bem como de OTAN, OCDE, OSCE e OCI. Atualmente, prosseguem as negociações para a acessão do país à União Europeia.
[editar] Subdivisões
Para fins geográficos, o país divide-se em sete regiões: Mármara (Turquia europeia e vizinhança asiática do Mar de Mármara), Egeu (oeste), Mediterrâneo (sul), Anatólia Central, Anatólia Oriental, Anatólia do Sudeste e Mar Negro (norte). Oficialmente, divide-se em 81 províncias.
[editar] Geografia
O território da Turquia (coordenadas 36° a 42° N e 26° a 45° E) encontra-se na Eurásia e apresenta um formato aproximadamente retangular, com uma extensão L-O de 1.660 km e N-S de menos de 800 km. A área total do país, inclusive as superfícies lacustres, totaliza 779.452 km², dos quais 97% (755.688 km²) se encontram na Anatólia (também conhecida como Ásia Menor), no oeste da Ásia, e 3% (23.764 km²), na Europa (a chamada Trácia). É o 36º país em território, comparável em área ao Chile, sendo um pouco menor do que o estado brasileiro do Mato Grosso.
A Anatólia é formada por um planalto central alto e planícies litorâneas estreitas, com os Montes Tauros ao sul. O terreno interior da Anatólia torna-se progressivamente mais acidentado à medida que avança para o leste, ali encontrando-se rios como o Eufrates e o Tigre, bem como o Lago Van e o Monte Ararat (5.137 m), este o ponto culminante da Turquia.
As diversas regiões da Turquia apresentam climas diferentes. Os litorais egeu e mediterrâneo têm invernos frios e chuvosos e verões quentes e relativamente secos. As montanhas próximas ao litoral impedem que a influência do Mediterrâneo avance para o interior, conferindo às regiões longe da costa um clima continental com estações diferenciadas. O planalto central anatólio é mais sujeito a extremos do que as regiões litorâneas, apresentando invernos especialmente rigorosos.
A principal cidade do país, Istambul (anteriormente chamada Bizâncio, depois Constantinopla), encontra-se entre a Trácia e a Anatólia, dividida ao meio pelo estreito do Bósforo. Trata-se da única cidade do mundo a cavaleiro de dois continentes.
[editar] Economia
A economia turca constitui-se num misto complexo de indústria e comércio modernos e um setor agrícola tradicional que, em 2005, ainda era responsável por 30% dos empregos. A Turquia dispõe de um setor privado forte e em rápido crescimento, mas o Estado ainda desempenha uma papel preponderante nas áreas de indústria de base, bancos, transporte e comunicações.
A Turquia iniciou uma série de reformas nos anos 1980 com o objetivo de reorientar a economia de um sistema estatista e isolado para um modelo mais voltado para o setor privado. As reformas provocaram um crescimento econômico acelerado, embora com episódios de forte recessão e crises financeiras em 1994, 1999 e 2001. A incapacidade de implementar reformas adicionais, combinada com déficits públicos grandes e crescentes e corrupção generalizada, resultou em inflação alta, volatilidade econômica e um setor bancário fraco. O governo viu-se então forçado a deixar a lira turca flutuar e a adotar um programa de reformas econômicas mais ambicioso, inclusive com uma política fiscal mais rígida e com níveis sem precedentes de empréstimos do FMI.
Em 2002 e 2003, as reformas começaram a dar resultados e o governo logrou estabilizar as taxas de juros e pagar a dívida pública. Desde então, a inflação e a taxa de juros têm decrescido consideravelmente. A economia cresceu à ordem de 7,5% ao ano entre 2002 e 2005.
Em 1º de janeiro de 2005, a lira turca foi substituída pela nova lira turca, com o corte de seis zeros.
Em 2005, a Turquia atraiu US$9.6 bilhões em investimento direto estrangeiro, resultado do programa econômico que incluiu grandes privatizações, a estabilidade provocada pelo início das negociações para a adesão à União Europeia, o crescimento econômico e mudanças estruturais nos setores bancário, de varejo e de telecomunicações.
Em 2005, o PIB turco foi de US$612.3 bilhões (PPC), com um PIB per capita de US$8,200 e inflação de 8,2%. Com exportações de US$72,5 bilhões e importações de US$101,2 bilhões (2005, FOB), seus principais parceiros comerciais são a Alemanha, o Reino Unido, a Itália, os Estados Unidos, a França e a Espanha.
[editar] Religião
Nominalmente, 99% da população da Turquia são considerados muçulmanos, em sua maioria pertencentes ao ramo sunita do Islão. Há também uma minoria significativa de xiitas duodecimanos.
O restante da população (1%) pertence a outras religiões, principalmente cristãos (ortodoxos gregos, apostólicos armênios, ortodoxos siríacos, católicos romanos e protestantes), judeus e bahá'ís
Diferentemente de outras sociedades muçulmanas, a Turquia possui uma forte tradição secularista. Embora o Estado não promova nenhuma religião, observa de modo constante o relacionamento entre as diversas fés. A constituição proíbe a discriminação com base na religião e prescreve a liberdade religiosa. Por outro lado, veda o envolvimento das comunidades religiosas no processo político-partidário.
O Patriarca Ortodoxo é o chefe da Igreja Ortodoxa Grega na Turquia e atua também como chefe espiritual de todas as igrejas ortodoxas no mundo.
[editar] Demografia
A maior parte da população da Turquia pertence ao grupo étnico turco. Há minorias étnicas formadas por gregos, armênios e judeus, reconhecidas pelo tratado de Lausanne. Outros grupos étnicos incluem abcázios, albaneses, árabes, bósnios, chechenos, ciganos, circassianos, curdos, geórgios, hemichis, kabaris, lazos, levantinos, ossetas, pomaks, siríacos e zazas; dentre estes, o grupo não-túrquico mais numeroso é o curdo, concentrado no sudeste do país. Afora os grupos reconhecidos por Lausanne, o grau de assimilação das minorias étnicas à sociedade turca é alto.
Embora a língua turca seja o único idioma oficial do país, há transmissões de mídia em árabe, bósnio, circassiano e curdo.
A população turca é relativamente jovem, com mais de um-quarto na faixa de 0-14 anos. A expectativa de vida é de 70,2 anos para homens e 75,2 anos para mulheres, com uma média de 72,6 anos. Muitos nacionais turcos imigraram para a Europa Ocidental após a Segunda Guerra Mundial (especialmente para a Alemanha), de modo a formar consideráveis comunidades no exterior.
[editar] Cultura
A diversidade da cultura turca reflete a mistura de vários elementos das tradições otomanas, européias e islâmicas. Após a transformação do país num Estado moderno com nítida separação entre mesquita e Estado, o governo investiu consideravelmente na área de belas artes, inclusive museus, teatros e arquitetura. Hoje, a economia turca é suficientemente próspera para que o setor privado também financie manifestações artísticas.
A cultura da Turquia equilibra-se entre a aspiração de ser "moderna" e ocidental, por um lado, e a necessidade de manter valores tradicionais religiosos e históricos.
Data | Nome em português | Nome local | Observações |
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[editar] Educação
A educação é obrigatória e gratuita para a faixa escolar do ensino fundamental, entre 6 e 14 anos de idade. Em 2001, quase 100% das crianças naquela idade escolar estavam matriculadas. Cerca de 95% dos alunos dos ensinos fundamental e médio freqüentam escolas públicas, embora a classe média procure, cada vez mais, escolas particulares, devido à qualidade irregular do ensino público.
Em 2001, havia cerca de 1200 instituições de ensino superior, das quais 85 são universidades. Há universidades públicas e privadas na Turquia.
[editar] Galeria
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[editar] Ver também
[editar] Ligações externas
- Turquey, Ministry of Foreign Affairs (em inglês)