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Agricultura - Wikipédia, a enciclopédia livre

Agricultura

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Homem trabalhando no cultivo de arroz
Homem trabalhando no cultivo de arroz

Agricultura é o conjunto de técnicas utilizadas para cultivar plantas com o objectivo de obter alimentos, fibras, energia, matéria-prima para roupas, construções, medicamentos, ferramentas, ou apenas para contemplação estética.

A quem trabalha na agricultura chama-se agricultor. O termo fazendeiro se aplica ao proprietário de terras rurais onde, normalmente, é praticada a agricultura, a pecuária ou ambos.

O prefixo agro tem origem no verbete latino agru que significa "terra cultivada ou cultivável".

A ciência que estuda as características das plantas e dos solos para melhorar as técnicas agrícolas é a agronomia.

Índice

[editar] História

Há cerca de 12 000 anos atrás, durante a Pré-história, no período do neolítico ou período da pedra polida, alguns indivíduos de povos caçadores-coletores notaram que alguns grãos que eram coletados da natureza para a sua alimentação poderiam ser enterrados, isto é, "semeados" a fim de produzir novas plantas iguais às que os originaram.

Essa prática permitiu o aumento da oferta de alimento dessas pessoas, as plantas começaram a ser cultivadas muito próximas uma das outras. Isso porque elas podiam produzir frutos, que eram facilmente colhidos quando maturassem, o que permitia uma maior produtividade das plantas cultivadas em relação ao seu habitat natural.

Logo, as freqüentes e perigosas buscas à procura de alimentos eram evitadas. Com o tempo, foram selecionados entre os grãos selvagens aqueles que possuíam as características que mais interessavam aos primeiros agricultores, tais como tamanho, produtividade, sabor etc.

Assim surgiu o cultivo das primeiras plantas domesticadas, entre as quais se inclui o trigo e a cevada.

O início das atividades agrícolas separa o período neolítico do imediatamente anterior, o período da idade da pedra lascada.

Como é anterior à história escrita, os primórdios da agricultura são obscuros, mas admite-se que ela tenha surgido independentemente em diferentes lugares do mundo, provavelmente nos vales e várzeas fluviais habitados por antigas civilizações.

Durante o período neolítico, as principais áreas agrícolas estavam localizadas nos vales dos rios Nilo (Egito), Tigre e Eufrates (Mesopotâmia, atualmente conhecida como Iraque) e rios Amarelo e Azul (China).

Há registros de cultivos em pelo menos três regiões diferentes do mundo em épocas distintas: Mesopotâmia (possivelmente pela cultura Natufiana), América Central (pelas culturas pré-colombianas) e nas bacias hidrográficas da China e da Índia.

Mudanças no clima ou desenvolvimentos da tecnologia humana podem ter sido as razões iniciais que levaram à descoberta da agricultura.

A agricultura permite a existência de aglomerados humanos com muito maior densidade populacional que os que podem ser suportados pela caça e coleta. Houve uma transição gradual na qual a economia de caça e coleta coexistiu com a economia agrícola: algumas culturas eram deliberadamente plantadas e outros alimentos eram obtidos da natureza.

A importância da prática da agricultura na história do homem é tanto elogiada como criticada: enquanto alguns consideram que foi o passo decisivo para o desenvolvimento humano, críticos afirmam que foi o maior erro na história da raça humana.

Por um lado, o grupo que se fixou na terra tinha mais tempo dedicado a atividades com objetivos diferentes de produzir alimentos, que resultaram em novas tecnologias e a acumulação de bens de capital, daí o aculturamento e o aparente melhoramento do padrão de vida. Por outro, os grupos que continuaram utilizando-se de alimentos nativos de sua região, mantiveram um equilíbrio ecológico com o ambiente, ao contrário da nova sociedade agrícola que se formou, desmatando a vegetação nativa para implantar a monocultura, na procura de maior quantidade com menor variedade, posteriormente passando a utilizar pesticidas e outros elementos químicos, causando um grande impacto no solo, na água, na fauna e na flora da região.

Além de alimentos para uso dos seres humanos e de seus animais de estimação, a agricultura produz mercadorias tão diferentes como flores e plantas ornamentais, fertilizantes orgânicos, produtos químicos industriais (látex e etanol), fibras (algodão, linho e cânhamo), combustíveis (madeira para lenha, etanol, metanol, biodiesel).

A eletricidade pode ser gerada de gás metano a partir de resíduos vegetais processados em biodigestor ou da queima de madeira especialmente produzida para produção de biomassa (através do cultivo de árvores que crescem rapidamente, como por exemplo, algumas espécies de eucaliptos).

Do ponto de vista técnico e científico, a evolução da agricultura é dividido em três etapas principais: Antiga, Moderna e Contemporânea.

[editar] Política agrícola

Política agrícola foca as metas e os métodos de produção da agricultura. A este nível, estas metas incluem, entre outros assuntos:

  • higiene alimentar é a busca de uma produção de alimentos livres de contaminações de qualquer natureza.
  • segurança alimentar visa a quantidade de alimento produzida de acordo com as necessidades da população.
  • qualidade alimentar, ou seja, produção de alimentos dentro de padrões mínimos necessários à nutrição.

[editar] Curiosidades

A agricultura de subsistência é aquela que produz alimento suficiente para as necessidades do proprietário da terra, e sua família.

A agricultura comercial (adotada quase universalmente nas nações desenvolvidas e cada vez mais nas em desenvolvimento) visa a produção de renda financeira através da produção de plantas e animais que são demandados no mercado.

O patenteamento de sementes, a poluição das águas superficiais com resíduos de fertilizantes e pesticidas (herbicidas, inseticidas e fungicidas), a alteração genética de plantas e animais, a destruição de habitats (com a conseqüente extinção de espécies animais, vegetais e de microrganismos), têm criado um movimento ecológico que prega a necessidade de métodos alternativos de produção (como a agricultura orgânica e a permacultura).

[editar] Sistemas Agrícolas

Existem dois tipos, o intensivo e o extensivo. O intensivo utiliza máquinas e fertilizantes, tem uma tecnologia de ponta, acarretando em altos índices de produtividade. O extensivo é o contrário, tem técnicas como queimada, utiliza a mão-de-obra, acarretando em um baixo índice de produtividade.

[editar] Métodos usados na agricultura

A mecanização da lavoura auxiliou a aumentar a produtividade das terras em muitos países
A mecanização da lavoura auxiliou a aumentar a produtividade das terras em muitos países
O plantio em terraços é uma técnica muito empregada em áreas de relevo íngreme
O plantio em terraços é uma técnica muito empregada em áreas de relevo íngreme

[editar] Plantas domésticas

A seleção genética das plantas foi feita inicialmente com o objetivo de aumentar sua produtividade e melhorar seu sabor e valor nutricional. Mais recentemente, técnicas modernas como a engenharia genética têm sido usadas para modificar os aspectos constitucionais das plantas naturais. As culturas principais são trigo, milho, arroz, soja, sorgo e o milheto.

[editar] Problemas ambientais

[editar] Ver também

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[editar] Listas

[editar] Bibliografia

  • Barker Graeme, Prehistoric farming in Europe, Cambridge University Press, Cambridge 1985
  • Bender Barbara, Farming in Prehistory. From hunther-gatherer to food producer, Baker, London 1975
  • Babel W. Congiunture agrarie e crisi agrarie Einaudi, 1976
  • Bloch Marc, Les caractères originaux de l’histoire rurale française, A. Colin, Paris 1952
  • Heitland William E., Agricola: a study of agriculture and rustic life in the Greco-Roman world, Cambridge University Press, Cambridge 1921
  • Saltini Antonio, Storia delle scienze agrarie, 4 voll., Bologna 1984-89, ISBN 88-206-2412-5, ISBN 88-206-2413-3, ISBN 88-206-2414-1, ISBN 88-206-2414-X
  • Saltini Antonio. I semi della civiltà. Frumento, riso e mais nella storia delle società umane, Bologna 1996
  • Slicher van Bath Bernard H., The Agrarian History of Western Europe, A. D. 500 – 1850, E. Arnold, London 1963


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