Kosovo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Republika e Kosovës Република Косово República do Kosovo |
|
Lema: (inexistente) | |
Hino nacional: Europa (Evropa/Европа) | |
Gentílico: Kosovar ou cossovar[1] | |
Capital | Pristina (Prishtinë) |
Cidade mais populosa | Pristina (Prishtinë) |
Língua oficial | Albanês, sérvio, turco |
Governo | Interino |
- Presidente de Transição | Fatmir Sejdiu |
- Primeiro-ministro de Transição | Hashim Thaçi |
Independência | |
- 17 de Fevereiro de 2008, da Sérvia, sem reconhecimento da Sérvia e Rússia, entre outros | |
Área | |
- Total | 10.887 km² (º) |
- Água (%) | 5,2% |
População | |
- Estimativa de | 2,5 milhões hab. (º) |
- Densidade | 250 hab./km² (º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de |
- Total | $ (º) |
- Per capita | $ (º) |
Moeda | euro (EUR ) |
Fuso horário | UTC +1 (UTC+1) |
- Verão (DST) | CEST (UTC+2) |
Cód. Internet | |
Cód. telef. | +381 |
Independência reconhecida por Afeganistão, Albânia, Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Áustria, Bélgica, Bulgária, Canada, Costa Rica, Croácia, Dinamarca, Eslovênia, Estados Unidos, Estônia, Finlândia, França, Hungria, Irlanda, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malásia, Nauru, Noruega, Panamá, Paquistão, Peru, Polônia, Reino Unido, Senegal, Suécia, Suíça, Taiwan e Turquia[2][3]. Não reconhecida por nenhum país de língua portuguesa. O dinar sérvio é utilizado nos enclaves sérvios e Kosovo do Norte. |
O Kosovo, Kossovo[4] ou Cossovo[1] (sérvio Косово; albanês Kosova ou Kosovë) é um território disputado na península balcânica correspondente, grosso modo, à região conhecida como Dardânia na Antiguidade. O território fez parte dos impérios Romano, Bizantino, Búlgaro, Sérvio e Otomano e, no século XX, passou às mãos do Reino da Sérvia, do Império Italiano e da Iugoslávia. Após a falha das negociações internacionais para atingir um consenso sobre o estado constititucional aceitável, o governo provisório de Kosovo declarou-se unilateralmente um país independente da Sérvia em 17 de Fevereiro de 2008, sendo reconhecido no dia seguinte pelos Estados Unidos e alguns países europeus, como a França; porém, o país ainda é reivindicado pela Sérvia e não recebeu o reconhecimento de outros países como a Rússia a Espanha e Portugal.
O governo sérvio reivindica o terrítório como parte integral da Sérvia, a Província Autônoma de Kosovo e Metohija (em sérvio, Аутономна покрајина Косово и Метохија, Autonomna pokrajina Kosovo i Metohija, e em albanês Krahina Autonome e Kosovës dhe Metohisë).
A maior parte da população do Kosovo é de origem albanesa. Existe uma minoria sérvia que representa aproximadamente 5% da população kosovar.[5]
O presidente da nova república é Fatmir Sejdiu, do partido LDK (Lidhja Demokratike e Kosovës, "Liga Democrática do Kosovo"). O primeiro-ministro é Hashim Thaçi.
Índice |
[editar] História
Foi parte do Império Otomano entre 1389 e 1912. A região esteve sob a dependência de Skopje tendo constituído uma província separada apenas em 1877.
Em 1912, apesar de ser uma zona de maioria albanesa, foi integrada à Sérvia e não ao principado da Albânia, criado naquele ano. Ocorreram rebeliões albanesas entre 1878 e 1881 e entre 1918 e 1924. Entre 1941 e 1944 foi anexada à Albânia, sob ocupação italiana. Após a reintegração à Iugoslávia tornou-se região autónoma, mas integrada à república da Sérvia.
Em 1991 declarou a independência, que não foi reconhecida pela comunidade internacional. A tensão entre separatistas de origem albanesa e o governo central da Iugoslávia, liderado pelo presidente nacionalista Slobodan Milosevic aumentou ao longo de 1998. No ano seguinte, um grupo de líderes iugoslavos e da comunidade albanesa em Kosovo e representantes das principais potências mundiais foi formado para negociar um acordo de paz que colocasse fim aos conflitos entre os guerrilheiros do ELK e as forças iugoslavas de Slobodan Milosevic, mas a reunião em fevereiro de 1999, na região no castelo de Rambouillet, na França, fracassou[6][7][8][9]
A OTAN atacou a Iugoslávia em 24 de março de 1999[10][11][12], dando início à Guerra do Kosovo. A Otan atacou alvos iugoslavos, seguiram-se os conflitos entre a guerrilhas albanesa e as forças sérvias e se formou um grande número de refugiados.[13]
Em 3 de junho de 1999, líderes ocidentais e iugoslavos chegaram a acordo para o fim à guerra.[14]. Em 10 de junho, foi assinado o acordo para encerrar o conflito.[15][16]
O Parlamento sérvio em 27 de dezembro de 2007 votou, por ampla maioria, moção de condenação contra qualquer tentativa de independência do Kosovo. A província tem sido administrada pelas Nações Unidas, através da Missão de Administração Interina, e pela OTAN desde a guerra de 1999 entre os sérvios e albaneses étnicos separatistas.[17]
Em 17 de fevereiro de 2008, Rússia, China e Sérvia se opõem ao reconhecimento internacional da independência Estado do Kosovo, que seria declarado definitivamente nesta data junto à ONU. Os Russos sempre se opuseram aos movimentos separatistas do Kosovo. O então presidente russo Vladimir Putin declarou que "o reconhecimento da independência do Kosovo seria ilegal e imoral", pois reacenderiam os conflitos na região dos Bálcãs. O discurso anti-separatista de Putin foi engrossado pelo Ministro de Relações Exteriores da Rússia Serguei Lavrov. Segundo o ministro, "é a primeira vez que se aborda a saída de uma região de dentro de um Estado soberano", o que, segundo ele, poderia acirrar conflitos semelhantes em outras 200 regiões em todo mundo.
Em contrapartida, o Kremlin sugere a criação do que poderia ser chamado "mapa do caminho", o projeto sugere uma série de autonomias, mas a independência do Kosovo, assim como ocorre em Hong Kong. A Rússia sugere supostos interesses comerciais ocidentais com a criação do Estado do Kosovo, denunciando ainda que o envio de uma missão da União Europeia à região não tinha "base legal".[18]
Mesmo diante da declaração do presidente sérvio de que a Sérvia jamais reconhecerá a independência do Kosovo, o primeiro-ministro kosovar, Hashim Thaçi convocou e realizou uma sessão extraordinária do parlamento, onde os 109 deputados presentes votaram a favor da independência da província. Thaci solicita o envio de uma missão internacional liderada pela União Europeia para substituir a missão da ONU que administra a província desde 1999.[19]
A imposição de países como Sérvia, Rússia e China ao reconhecimento internacional da província torna-se ainda mais latente, com a possibilidade de conflitos na região. Segundo enviados da BBC, a situação é crítica e beira a um colapso, podendo a qualquer momento estourar um conflito entre a maioria albanesa e os sérvios. No dia 16 de fevereiro de 2008, um dia antes da sessão extraordinária, mil sérvios se reuniram para protestar contra a independência kosovar. O delicado cenário em questão se tornou ainda mais explosivo após o primeiro-ministro Vojislav Kostunica declarar aos sérvios residentes na região do Kosovo que não abandonem suas casas, pois não são obrigados a reconhecer nenhuma forma de declaração independência.[20]
A Rússia está em negociação com a ONU, pedindo para que ela não reconheça a atual independência, por temer que isso vire um novo estopim de movimentos separatistas e reenvidicações unilaterais de regiões que se auto-declaram independentes. A Sérvia, junto aos seus aliados econômicos e étnicos, temem pelas minorias não albanesas na região do Kosovo (principalmente ao norte), por tratados de livre-circulação antes estabelecido pelos Estados do Bálcãs e pela região ser considerada um coração cultural e religioso.
A União Europeia irá discutir sobre Kosovo durante um encontro dos ministros do exterior dos 27 países-membros do bloco no dia 18 de fevereiro, em Bruxelas. Países com grupos étnicos minoritários temem, assim como a Rússia, que Kosovo seja um exemplo internacional.
[editar] Independência
[editar] Geografia
O Kosovo tem uma área de 10.887 km² e uma população de aproximadamente 2 milhões de habitantes. As maiores cidades são Priština, a capital, Prizren, Pejë e Kosovska Mitrovica.
[editar] Economia
[editar] Subdivisões
Atualmente o Kosovo está dividido em sete distritos. São os seguintes:
- Đakovica
- Gnjilane
- Kosovska Mitrovica
- Peć
- Priština
- Prizren
- Uroševac
[editar] Demografia
A população é composta em sua maioria por albaneses (estimado em 80% antes do conflito internacional de 1999, mas agora o percentual subiu devido a políticas de limpeza étnica contra sérvios e outras etnias não-albanesas). A ONU estimava em 2002 uma população entre 1,7 a 2,3 milhões de habitantes:
[editar] Etnias
- 90% albaneses kosovares (1.996.000 – 2.072.000)
- 5% sérvios (60.000 – 90.000)
- 2% goranis (41.000 – 57.000)
- 1,5% arrumanos (também macedo-rumanos) (34.000 – 38.000)
- 1,0% turcos (17.000 – 19.000)
[editar] Religiões
- 95% muçulmanos
- 1% ortodoxos sérvios
- 4% católicos
Referências
- ↑ 1,0 1,1 Forma registrada pelo Dicionário Aurélio, verbete "cossovar".
- ↑ http://www.baltictimes.com/news/articles/19841/
- ↑ http://www.abc.net.au/news/stories/2008/02/19/2166164.htm
- ↑ Forma adotada pelo Dicionário Houaiss, verbete "albanês".
- ↑ Sérvia acusa ONU de ignorar terror no Kosovo e Rússia ameaça não negociar - UOL, 13 de julho de 2007
- ↑ Resolução sobre a situação no Kosovo - Parlamento Europeu, 11 de fevereiro de 1999
- ↑ Princípio de acordo é firmado - Folha de S. Paulo, 8 de fevereiro de 1999
- ↑ Rebeldes de Kosovo insistem em independência e dificultam acordo - Folha de S. Paulo, 22 de fevereiro de 1999
- ↑ "Da Federação aos protetorados europeus" - Catherine Samary, Le Monde Diplomatique, janeiro de 2006
- ↑ "Operação Força Aliada"
- ↑ Otan ataca a Iugoslávia com mísseis; país promete resistir - Folha de S. Paulo, 25 de março de 1999
- ↑ Otan cumpre ameaça e ataca a Iugoslávia - JC Online, 25 de março de 1999
- ↑ Otan ataca a Iugoslávia - Deutsche Welle, 1999
- ↑ Iugoslávia recua e aceita acordo de paz para Kosovo - Folha de S.Paulo, 4 de junho de 1999
- ↑ Otan prepara suspensão de bombardeios - Folha de S. Paulo, 10 de junho de 1999
- ↑ Acordo militar visa impedir "vácuo de poder" - Folha de S. Paulo, 10 de junho de 1999
- ↑ Parlamento sérvio contra a independência do Kosovo - Folha de S. Paulo, 27 de dezembro de 2007
- ↑ Rússia não reconhecerá independência do Kosovo - G1, 17 de fevereiro de 2008
- ↑ Kosovo declara sua independência unilateral da Sérvia - G1, 17 de fevereiro de 2008
- ↑ Líder do Kosovo convoca sessão especial no paralmento - G1, 17 de fevereiro de 2008
[editar] Ligações externas
- New Kosova Report - Kosovo News and Views Portal
- KFOR
- Portal oficial do turismo no Kosovo
- Missão Internacional das Nações Unidas em Kosovo
- Assembleia legislativa do Kosovo
- Sítio oficial do primeiro-ministro do Kosovo
- Sítio oficial do presidente do Kosovo
- Statistical Office of Kosovo - governmental agency of statistics.
- O Impasse em Kosovo - Deutsche Welle
- Relatório do grupo Human Rights Watch sobre crimes de guerra no conflito em Kosovo
- Artigos sobre Kosovo no Le Monde Diplomatique
- artigo de John Pilger no resistir.info
- Kosovo tem medo do futuro - Almanaque Terra
- A guerra do Kosovo e a desintegração da Iugoslávia: notas sobre a (re)construção do Estado no fim do milênio - João Pontes Nogueira, Revista Brasileira de Ciências Sociais, outubro de 2000