Rafik Hariri
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Rafik Baha'eddin Al-Hariri | |
Primeiro-ministro do Líbano | |
Mandato: | 1992-1998 |
Precedido por: | Rashid El-Solh |
Sucedido por: | Selim al-Hoss |
Mandato: | 2000-2004 |
Precedido por: | Selim al-Hoss |
Sucedido por: | Omar Karami |
Nascimento | 1 de Novembro de 1944 |
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Falecimento | 14 de Fevereiro de 2005 Beirute |
Partido político: | Tayaar Al-Mustaqbal |
Rafiq Baha' ad-Din Hariri ou Rafik Bahaa Edine Hariri —رفيق بهاء الدين الحريري em árabe— (1 de Novembro de 1944 - Beirute, 14 de Fevereiro de 2005). Homem de negócios, magnata e político libanês, foi em duas ocasiões Primeiro-Ministro do Líbano: de 1992 a 1998 e de 2000 a 2004.
Foi assassinado em 14 de Fevereiro de 2005 em Beirute, pela explosão de um carro armadilhado. O crime foi atribuído ao governo sírio, mais concretamente a Ghazi Kanaan, que tinha sido chefe dos Serviços Secretos sírios no Líbano durante o tempo de ocupação do país, facto desmentido pelo próprio acusado e seu governo. Não obstante, Kanaan suicidou-se poucos dias antes de se tornar público o relatório das Nações Unidas sobre o crime. Em 20 de Outubro de 2005, as conclusões apresentadas por Detlev Mehlis no Conselho de Segurança das Nações Unidas implicavam as autoridades sírias no atentado sem especificar o autor.
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[editar] Biografia
[editar] Empresário
Educado no seio de uma família sunita de Sídon, começou os estudos de Administração de Empresas na Universidade de Blida em 1964. Deixou o seu país em 1965 para trabalhar na Arábia Saudita numa companhia de construção e poder pagar a sua formação. Em 1969 cria a sua própria empresa com a qual aproveita os benefícios gerados pela alta do preço do petróleo nos anos 70 para conseguir uma grande fortuna. Em 1977 obteve do rei Jaled da Arábia Saudita o contrato para construir uma sumptuosa mansão e complexo perto de Meca que lhe trará grandes lucros. Em 1978, obteve a cidadania saudita graças ao reconhecimento que lhe presta a família real como compensação pelas suas contribuições ao desenvolvimento do país. Em 1979 conseguiu múltiplos contratos de construção de hotéis, edifícios de escritórios e empresas que lhe permitiram adquirir a filial francesa Oger Saudi fortemente implantada na zona. Nas décadas posteriores ampliou os seus negócios a nível internacional com empresas petrolíferas, banca, indústrias e telecomunicações.
Já em plena guerra civil do Líbano, volta a Sídon e funda o Instituto Islâmico para a Cultura e a Educação Superior, financiado pelo seu próprio dinheiro e pela família real saudita. Em 1984 o Instituto transforma-se na Fundação Hariri abrindo diversas sedes no Líbano e no resto do mundo, criando um plano de bolsas de estudos universitárias que permitiram a milhares de estudantes libaneses sair do seu país e estudar nas mais prestigiadas universidades de todo o mundo. Em 1982, quando a guerra terminou, tinha adquirido boa parte da zona ocidental de Beirute totalmente em ruínas, onde começou a reconstrução, emprestando generosas quantias e não cobrando por isso.
[editar] Político
A sua actividade política manifestou-se em 1983 na mediação para favorecer os acordos entre as partes em conflito e permitir a libertação de prisioneiros. Em 1984 financiou as reuniões que se mantinham em Genebra e Lausana para por fim à guerra aproveitando os acordos de Amine Gemayel com Israel e a Síria, mas fracassa. Em 1989, voltou a financiar uma reunião da Assembleia libanesa em Taif, que aprovou a Carta Libanesa de Reconciliação Nacional, um acordo geral que visava por fim ao conflito entre sírios e o auto-proclamado presidente Michael Aoun, se bem que em Novembro o novo presidente, René Moawad seja assassinado e o processo venha a fracassar, elegendo-se o pró-sirio Elias Harawi.
Em 1992 é nomeado presidente do governo do Líbano, gozando de grande popularidade devido aos seus contributos económicos durante a Guerra Civil libanesa. Até 1998 realizou um ambicioso plano de reconstrução do país apoiado pelo Banco Mundial.
[editar] Assassinato
Em 14 de Fevereiro de 2005 Hariri foi morto num grande atentado em Beirute, que provocou mais 21 vítimas mortais, quando explosivos equivalentes a 1000 kg de TNT foram detonados perto do St. George Hotel. Entre as vítimas estavam vários guarda-costas de Hariri e o antigo ministro da Economia, Bassel Fleihan. Rafik Hariri foi sepultado com os seus guarda-costas perto da mesquita de Mohammad Al-Amin.
O último relatório da investigação sugere que o crime tenha sido cometido por um bombista suicida[1].
[editar] Investigação do assassinato
Em 22 de Novembro de 2006, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou por unanimidade, mediante a Resolução 1595, a possibilidade de criação de um Tribunal Internacional que investigue o assassinato de vários políticos do Líbano, incluindo Hariri, um dia depois do assassinato do Ministro da Indústria, Pierre Amine Gemayel.[2]. O Tribunal foi aprovado definitivamente em 30 de Maio de 2007, segundo iniciativa conjunta dos Estados Unidos e da França, com o voto favorável dos outros oito membros do Conselho de Segurança, e a abstenção de cinco, entre eles a Rússia, por considerar que o tribunal não ajudará a resolver os problemas da região, e da China que o considera um precedente de ingerência em assuntos internos de um Estado membro. Os outros três países que se abstiveram foram a África do Sul, Indonésia e Qatar. [3]
[editar] Ligações externas
- Página oficial de Rafik Hariri (em inglês)
- Resolução 1595 (2005) do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o assassinato de Rafik Hariri (em inglês)
[editar] Referências
- ↑ [http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=21034&Cr=leban&Cr1= Crime terá sido cometido por bombista suicida
- ↑ Síria e Hezbollah condenam assassinato do ministro Pierre Gemayel no Líbano, Bolpress, 22 de Novembro de 2006
- ↑ Conselho de Segurança da ONU cria tribunal para julgar o assassinato de Hariri, DERF, Agência de Notícias, 30 de Maio de 2007