História da colonização das Américas
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História da colonização das Américas |
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Colonização britânica |
Colonização espanhola |
Colonização portuguesa |
Colonização francesa |
Cronologia |
A América era povoada por índios durante dezenas de milhares de anos e em todo o continente se desenvolveram civilizações importantes, como os maias, astecas e incas, entre outras. Apesar dos vikings terem explorado e estabelecido bases nas costas da América do Norte a partir do século X, estes exploradores aparentemente não colonizaram a América, limitando-se a tentar controlar o comércio de peles de animais e outras mercadorias da região.
A colonização da América pelos europeus foi aparentemente devida a um erro: eles procuravam a Índia, que era a fonte da seda e das especiarias, produtos que tinham um grande valor comercial no “velho continente” e, em vez de navegarem para leste, perderam-se e foram para oeste, encontrando o “Novo Mundo”. No entanto, estabeleceram-se ali e praticamente aniquilaram as populações e civilizações indígenas.
Índice |
[editar] Colonização espanhola e portuguesa
Os primeiros a descobrir as “Índias ocidentais” foram os espanhóis - a 12 de Outubro de 1492, Cristóvão Colombo (um dia chegou a uma ilha que hoje é a República Dominicana, onde encontrou nativos amistosos e pensou ter chegado à Índia). Dali, ele seguiu para a ilha que apelidou Hispaniola e onde deixou uma pequena colónia que, no ano seguinte, tinha sido dizimada pelos nativos, e então deixou lá uma guarnição bem armada. Estima-se de cerca de 250 mil aruaques existentes naquela ilha, apenas 500 tinham sobrevivido no ano 1550; o grupo foi extinto antes de 1650. O Brasil chegou a ser uma tentativa de colonização dos espanhóis, mas não deu certo, Portugal veio primeiro.
Entretanto, Pedro Álvares Cabral, ainda com a intenção de chegar à Índia, "descobre" o Brasil, em 1500; a partir de 1534 inicia-se a colonização do Brasil com a criação das primeiras capitanias.
Em meados do século XVI, a Espanha controlava quase toda a zona costeira das Américas, desde o Alasca à Patagónia, no ocidente, e desde o atual estado estadunidense da Georgia, toda a América Central e o Caribe até à Argentina – com excepção do Brasil, que Portugal tinha conseguido manter graças à mediação do Papa (ver Tratado de Tordesilhas).
[editar] América Espanhola
[editar] Divisão administrativa
Na colonização espanhola, ele se baseou na divisão entre 4 Vice-Reinos (divisão intrinsecamente ligada a aspectos econômicos), a saber:
- México: rico em ouro e prata, caracteriza-se pela mineração. A colonização ganha impulso e se inicia mais facilmente devido às complexas civilizações já ali existentes, com base econômica formada;
- Nova Granada: América Central, exceto México. Baseada na agricultura;
- Peru e Bolívia (e parte da Colômbia): mineração aurífera e argêntea. Encontra-se, como no México, uma complexa infra-estrutura e grande densidade populacional;
- Prata (Paraguai, Uruguai, Argentina: Bacia do Prata): economia baseada na pecuária.
Criaram-se ainda 4 capitanias: áreas bélicas de forte proteção, pois eram regiões que podiam ser atacadas facilmente:
- Venezuela;
- Chile;
- Cuba;
- Guatemala.
[editar] Divisão social
- Chapetones: espanhóis que habitam a América, têm em mãos os altos cargos públicos, dominam a política;
- Criollos: eram os brancos (europeu + europeu = filho americano) nascidos na América, cuidam da economia (terras e minas) e ocupam os baixos cargos públicos da administração local: cabildos;
- Mestiços: são os bastardos (cor negra: Chapetones + índios, ou Criollos + índios, sonho era embranquecer). É o elo entre os chapetones e os índios, é o intermediário, é assalariado dos espanhóis, recrutam índios para a Mita;
- Índios/negros: massa trabalhadora./
[editar] Sistema de Trabalho
Mão de obra indígena: semi-servidão, trabalho compulsório;
- Trabalho livre: assalariado e parceria ( meieiro);
- Trabalho compulsório: Mita e Encomienda;
- Escravidão (em menor escala)
Mita (Peru) ou Cuatequil (México)
- Os Incas e os Astecas já adquiriram no seu processo civilizatório o hábito de escravizar outras tribos de índios e forçá-las a trabalhar e pagar impostos;
- É de criação americana;
- Predomínio do trabalho na mineração;
- Baseada no sorteio de tribos para retirar os trabalhadores, que trabalhavam de 4 a 6 meses e geralmente morriam ou adoeciam. Recebiam um pequeno salário, mas endividavam-se, então, alugavam mulheres e filhos para quitar dívidas e acabavam como semi-escravos;
- Conseqüências: Genocídio e Etnocídio (aculturação, destruição metódica de uma etnia), hecatombe demográfica, ou seja, mortandade em larga escala;
- Tinha cota de produção, isto é, uma quantidade de produto estipulada para se retirar em certo tempo, é um tipo de ação violenta.
Encomienda
- Os europeus adquiriam índios nas tribos para supostamente recrutá-los ao trabalho, oferecendo em troca a garantia de sua subsistência e o comprometimento com a catequese, no entanto, não raramente submetia-os à compulsoriamente do trabalho nas minas;
- Baseava-se no recrutamento por meio da encomenda, servindo de recurso acessório às insuficiências de mão-de-obra no sistema de Mita;
- Cota de mão de obra: dever-se-ia dar uma quantidade de produto estipulada dentro de um maior prazo de entrega, sendo, pois, menos violento;
- Conseqüências: Genocídio e etnocídio.
Porque a América Espanhola utilizava índios como mão-de-obra e a América Portuguesa usava a mão-de-obra negra?
- Na América Espanhola já existiam sociedades complexas, que já conheciam sistemas de trabalho (Ex: mita ou cuatequil), enquanto na América Portuguesa não havia sistemas de trabalho, o índio não era habituado ao trabalho regular, porquanto era coletor, caçador, pescador e nômade;
- Na América Espanhola, o elemento indígena estava concentrado em centros urbanos de alta densidade demográfica. Na América Portuguesa, os índios encontravam-se dispersos, isto é, aquém do processo civilizatório e urbanístico empreendido nos Impérios Incas e Astecas;
- O Tratado de Tordesilhas literalmente cedeu a África ao Império Português, o que incentivará o uso de negros como mão-de-obra pelos lusitanos e dificultará o uso de negros pela Espanha. O próprio Estado português administrará e executará o tráfico negreiro.
- Espanha: saliente-se concessão feita à Nova Granada, pois, como os antigos Maias não tinham civilizações tão complexas quanto às duas acima citadas (Astecas e Incas), fator dificultoso ao processo escravizatório (motivo inclusive do fracasso da tentativa de escravização de índios no Brasil), optar-se-á pela utilização do elemento escravo negro;
- Espanha: México: antigos Astecas;
- Espanha: Peru: antigos Incas.
[editar] Colonização britânica
Os britânicos lançaram-se à conquista do mundo durante o reinado de Henrique VII de Inglaterra (1485–1509), que promoveu a indústria naval, como forma de expandir o comércio para além das Ilhas Britânicas. Mas as primeiras colônias britânicas só foram fundadas durante o reinado de Elizabeth I, quando Sir Francis Drake navegou o globo nos anos 1577 a 1580 (Fernão de Magalhães já a tinha realizado em 1522).
Em 1579, Drake chegou à Califórnia e proclamou aquela região “colônia da Coroa”, chamando-lhe “Nova Albion” ("Nova Inglaterra"), mas não promoveu a sua ocupação. Humphrey Gilbert chegou à Terra Nova em 1583 e declarou-a colônia inglesa, enquanto Sir Walter Raleigh organizou a colônia da Virgínia em 1587, mas ambas estas colônias tiveram pouco tempo de vida e tiveram de ser abandonadas, por falta de comida e encontros hostis com as tribos indígenas do continente americano.
Foi apenas no século seguinte, durante o reinado de Jaime I da Inglaterra, depois da derrota da Armada Invencível de Espanha, que foi assinado o Tratado de Londres, permitindo em 1607 o estabelecimento da primeira colônia inglesa nas Américas: Jamestown.
A colonização britânica nas treze colônias foi, essencialmente, de povoamento. Essa característica está presente nas colônias do Norte e do Oeste. A colonização sulista foi fundamentada no plantation e no uso de mão-de-obra escrava.
No norte da América, inicialmente, não havia metais preciosos e o clima daquela região, por ser temperado, não favoreceu a instalação de monoculturas. Daí a "importância de não nascer importante", segundo o jornalista uruguaio Eduardo Galeano. Um país que, durante o período colonial, não atraía a burguesia britânica em aspectos como o metalismo, o latifúndio monocultor e matérias-primas em abundância não é explorado efetivamente, o que favorece a consolidação dos EUA como a primeira economia mundial da atualidade.
[editar] Colonização francesa
As primeiras tentativas dos franceses para estabelecerem colônias no Brasil, em 1555, e na Florida, em 1564 (em Fort Caroline, atualmente Jacksonville, Florida), realizada por huguenotes, não tiveram sucesso, devido à vigilância dos portugueses e espanhóis. A tentativa seguinte foi em 1598, em Sable Island, no sudeste da atual província da Nova Escócia do Canadá; esta colônia não teve abastecimentos e os 12 sobreviventes tiveram de voltar a França.
A história do império colonial francês começou em 27 de Julho de 1605 com a fundação em Port Royal, atualmente Annapolis (igualmente na Nova Escócia), da colônia da Acadie. Em 1608, Samuel de Champlain funda Quebec, que passa a ser a capital da enorme, mas pouco povoada, colônia de Nova França (também chamada “Canada”), que tinha como objetivo o comércio de peles.
À medida que os franceses expandiam o seu império na América do Norte, também começaram a construir outro, menor, porém, mais lucrativo, nas “Índias Ocidentais” (as Caraíbas). A ocupação da costa sul-americana começou em 1624 onde é hoje a Guiana Francesa e fundou uma colónia em Saint Kitts em 1627 (a ilha teve que ser partilhada com os ingleses até ao Tratado de Utrecht em 1713, quando a França o perdeu). A “Compagnie des Îles de l'Amérique”, formada em 1634, estabeleceu as colónias de Guadalupe e Martinica em 1635 e em Santa Lúcia em 1650. As plantações destas colónias foram mantidas por escravos trazidos de África. A resistência dos povos indígenas locais resultou na Expulsão dos Caribes em 1660.
A mais importante possessão colonial francesa nas Caraíbas só foi conseguida em 1664, com a fundação da colónia de “Saint-Domingue” (o actual Haiti) na metade ocidental da ilha Hispaniola (enquanto os espanhóis dominavam a parte oriental). No século XVIII, Saint-Domingue tornou-se a mais rica colónia de plantações de cana-de-açúcar das Caraíbas. A parte oriental da ilha Hispaniola foi oferecida à França pela Espanha, depois da perda de Saint-Domingue com a Revolução Haitiana.
Em 1699, as possessões francesas na América do Norte expandiram-se ainda mais com a fundação da Louisiana perto do delta do Rio Mississippi; embora a França tivesse declarado soberania de toda a bacia do Mississippi, só tinha controlo efectivo na região costeira, perto das cidades de Mobile (Alabama) e New Orleans (fundada em 1718). Mais tarde, os Estados Unidos da América compraram a colónia francesa.
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