Hidróxido de bário
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Hidróxido de bário | |
---|---|
Identificadores | |
Número CAS | |
Número RTECS | CQ9200000 |
Propriedades | |
Fórmula molecular | Ba(OH)2 |
Massa molar | 171.342 g/mol (anidro) 189.36 g/mol (monohidrato) 315.46 g/mol (octahidrato) |
Aparência | sólido branco |
Ponto de fusão |
78 °C (octahidrato) |
Ponto de ebulição |
780 °C |
Solubilidade em água | 5.6 g/100 g (octahidrato) |
Solubilidade em outros solventes | baixa |
Basicidade (pKb) | -2.02 |
Estrutura | |
Estrutura cristalina | octahédrico |
Termoquímica | |
Entalpia padrão de formação ΔfH |
−944.7 kJ/mol |
Riscos associados | |
Classificação UE | Harmful (Xn) |
NFPA 704 |
|
Frases R | Predefinição:R20/22 |
Frases S | S2, S28 |
Ponto de fulgor | não inflamável |
Compostos relacionados | |
Outros aniões/ânions | Óxido de bário Peróxido de bário |
Outros catiões/cátions | Hidróxido de cálcio Hidróxido de estrôncio |
Excepto onde denotado, os dados referem-se a materiais sob condições PTN Referências e avisos gerais sobre esta caixa |
Hidróxido de bário é o composto químico com a fórmula Ba(OH)2. Também conhecido como barita, é um dos principais compostos do bário. O monohidrato granular branco é a usual forma comercial. É pouco solúvel em água, metanol e etanol. Facilmente solúvel (pois reage, produzindo o respectivo sal de bário) em ácidos, pela reação, por exemplo:
- Ba(OH)2 + 2 HCl → BaCl2 + 2 H2O
Índice |
[editar] Preparação
O hidróxido de bário pode ser preparado pela dissolução do óxido de bário (BaO) em água.
- .
Ele cristaliza-se como o octahidrato, o qual converte-se ao monohidrato por aquecimento ao ar. A 100 °C no vácuo, o monohidrato dá BaO[1], que resultará na reação final:
- ,
O sulfeto de bário reage com água dando hidróxido de bário e sulfeto de hidrogênio:
- .
[editar] Usos
[editar] Química analítica
Hidróxido de bário é usado em química analítica para a titulação de ácidos fracos, particularmente ácidos orgânicos. Sua solução aquosa clara é garantia de ausência de carbonato, diferentemente das soluções de hidróxido de sódio e hidróxido de potássio, visto que o carbonato de bário é insolúvel em água. Disto segue o uso de indicadores tais como a fenolftaleína ou timolftaleína (com mudanças de cor na faixa do alcalino) sem o risco de erros na titulação devido a presença de íons carbonato fracamente básicos[2].
É usado também na forma de água de barita de maneira idêntica a água de cal para a detecção de dióxido de carbono pela reação característica:
É utilizado em solução para a determinação de nitrogênio titulável pelo formol pelo método de Sorensen pela liberação de aminoácidos durante a hidrólise das proteínas por enzimas proteolíticas[3]
[editar] Na indústria
É usado em fluidos para perfuração de poços de petróleo e na fabricação de borracha[4].
[editar] Em síntese orgânica
Hidróxido de bário é usado em síntese orgânica como uma base forte, por exemplo para a hidrólise de ésteres[5] e nitrilas[6][7][8].
Ele também tem sido usado para hidrólise de um dos dois grupos éster equivalentes em hendecanedioato de dimetila[9].
Ele também é usado na preparação de ciclopentanona[10], diacetona álcool[11] e D-gulônico γ-lactona[12].
[editar] Outras aplicações
O hidróxido de bário é usado em demonstrações de reações endotérmicas já que, quando misturado com um sal de amônio, a reação absorve calor do ambiente e o recipiente onde esta se processa esfria. No século XVIII conjuntamente com o tiocianato de amônio, inclusive se utilizava este processo para a produção de gelo.
- Sob o nome barita é usado em medicações homeopáticas.
- É também usado para limpeza e absorção em derramamentos de ácidos.
- Também sob o nome de barita é usado na produção de papel fotográfico para impressão.
- Fabricação de cerâmica e vidro.
- Em parte como substituição para carbonato de bário
- Tratamento de água dura.
[editar] Segurança
O hidróxido de bário apresenta os mesmos perigos que outras bases fortes e como os outros compostos de bário solúveis: é corrosivo e tóxico.
[editar] Referências
- ↑ Gmelins Handbuch der anorganischen Chemie (8. Aufl.), Weinheim:Verlag Chemie, 1960, p. 289.
- ↑ Mendham, J.; Denney, R. C.; Barnes, J. D.; Thomas, M.J.K.; Denney, R. C.; Thomas, M. J. K. Vogel's Quantitative Chemical Analysis (6th Edn.) New York:Prentice Hall. ISBN 0-582-22628-7.
- ↑ CONSERVAS DE PESCADO - 4.7. Nitrogênio titulável pelo formol - extranet.agricultura.gov.br
- ↑ Bário - Ba - www.mspc.eng.br
- ↑ Meyer, K.; Bloch, H. S. (1945). "Naphthoresorcinol". Org. Synth. 25:73; Coll. Vol. 3:637.
- ↑ Brown, G. B. (1946). "Methylsuccinic acid". Org. Synth. 26:54; Coll. Vol. 3:615.
- ↑ Ford, Jared H. (1947). "β-Alanine". Org. Synth. 27:1; Coll. Vol. 3:34.
- ↑ Anslow, W. K.; King, H.; Orten, J. M.; Hill, R. M. (1925). "Glycine". Org. Synth. 4:31; Coll. Vol. 1:298.
- ↑ Durham, L. J.; McLeod, D. J.; Cason, J. (1958). "Methyl hydrogen hendecanedioate". Org. Synth. 38:55; Coll. Vol. 4:635.
- ↑ Thorpe, J. F.; Kon, G. A. R. (1925). "Cyclopentanone". Org. Synth. 5:37; Coll. Vol. 1:192.
- ↑ Conant, J. B.; Tuttle, Niel. (1921). "Diacetone alcohol". Org. Synth. 1:45; Coll. Vol. 1:199.
- ↑ Karabinos, J. V. (1956). "D-Gulonic γ-lactone". Org. Synth. 36:38; Coll. Vol. 4:506.