Complexo Viário Real Parque
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Ponte Octavio Frias de Oliveira "Ponte Estaiada" |
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Ponte Octavio Frias de Oliveira |
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Nome oficial | Ponte Octavio Frias de Oliveira |
Via | 6 pistas, divididas em 2 sentidos |
Cruza | Rio Pinheiros |
Localização | São Paulo, Brasil |
Design | Ponte Estaiada |
Comprimento total | 1600 metros |
Altura | 138 metros |
Data de início da Construção | 2005 |
Data de abertura | 10 de Maio de 2008 |
Coordenadas | 23° 36′ S 46° 41′ W |
O Complexo Viário Real Parque[1] é um conjunto de dois viadutos e uma ponte que leva o nome de Ponte Octávio Frias de Oliveira. A obra situa-se nas imediações do bairro do Brooklin Novo, zona sul da cidade de São Paulo. Também popularmente conhecida como Ponte Estaiada [2]. Faz a ligação entre a Marginal Pinheiros e a Avenida Jornalista Roberto Marinho.
O projeto tem grandes dimensões: além de abranger uma ponte de dois braços que passam sobre o rio Pinheiros, tem como destaque um mastro de concreto em forma de "X" com 138 metros de altura, que as sustenta por meio de estais. O complexo viário Real Parque é uma das cinco maiores estruturas da capital paulista[2].
A ponte e os viadutos têm 1600 metros no total. O complexo viário Real Parque auxilia na travessia do rio Pinheiros, com início na Marginal Pinheiros e término na Av. Jorn. Roberto Marinho, e no acesso a bairros como o Morumbi, Jabaquara e Campo Belo, constituindo uma alternativa de acesso à Rodovia dos Imigrantes.
Índice |
[editar] Concepção
A ponte possui duas pistas estaiadas em curvas independentes de 60º (uma para cada mão) que cruzam o rio Pinheiros e suas marginais rodoviárias e férreas. No total, cada sentido da ponte tem 290 metros de comprimento. Sob o mastro em "X", que suporta os estais, se cruzam três vias em níveis diferentes: as duas pistas suspensas da ponte e a via marginal de manutenção, no nível do solo. Além disso, uma linha de transmissão elétrica percorre a margem do rio pelo subterrâneo da via de manutenção e o Córrego Água Espraida deságua no rio Pinheiros passando por entre os mastros. A torre tem 138 metros de altura, o equivalente a um prédio de 46 andares. Escadas de aço internas à torre, com patamares a cada 6 metros, dão acesso ao mastro para serviços de manutenção.
A Ponte Octávio Frias de Oliveira é a única ponte estaiada no mundo com duas pistas em curva conectadas a um mesmo mastro. A Ponte Katsushika, (inaugurada em 1986) em Tóquio, por exemplo, tem traçado curvo, mas com uma única pista. A forma da estrutura não decorre de razões arquitetônicas e sim de uma demanda estrutural e das restrições geométricas do entorno [3].
[editar] Estais
Estais são elementos estruturais flexíveis, formados por feixes de cabos de aço. O termo ponte estaiada se refere ao tipo de estrutura, que utiliza estais diretamente conectados a um mastro para sustentar as pistas. Neste caso, 144 estais mantêm suspensos dois trechos de 900 metros de comprimento. Há entre doze e 25 cabos de aço em cada estai. Juntos, os estais pesam em torno de 462 mil kg. Eles são encapados por um tubo amarelo de polietileno de elevada resistência mecânica, tolerantes a ação de raios ultravioleta, com a função de proteger o aço contra corrosão.
[editar] Iluminação
A ponte é iluminada holofotes nas cores vermelho, azul e verde, que têm condição de projetar na estrutura variadas combinações cromáticas[4].
[editar] Investimentos
Foi previsto um custo de aproximadamente R$ 184 milhões para a construção do complexo em si, e mais R$ 40 milhões para a sinalização viária, drenagem e pavimentação. A obra foi viabilizada através da venda de CEPACs (Certificados de Adicional de Construção) das regiões próximas.
[editar] Construção
A ficou a cargo da empresa Construtora OAS, envolvendo 420 funcionários, trabalhando em dois turnos. O projeto é de autoria de Catão Francisco Ribeiro, tendo como arquiteto João Valente. Edward Zeppo Boretto é o engenheiro responsável e Norberto Duran[5] o gerente de operações, ambos pertencentes aos quadros da Empresa Municipal de Urbanismo (EMURB).
No dia 8 de abril de 2007, o operário Luiz de Araújo Sousa, de 22 anos, morreu após cair de uma das pistas.
Erguidas em concreto armado protendido, as alças foram moldadas por meio de formas deslizantes. A obra consumiu aproximadamente 58 700 metros cúbicos de concreto, o equivalente à carga de 7 340 caminhões betoneiras ou ao volume utilizado na construção das pontes do Cebolão.
Entre os desafios técnicos encontrados no projeto, há a complexidade da distribuição de cargas entre os muitos estais e as seções das pistas de geometria curva. Nos elementos de fixação de cada um dos estais foram instaladas células de carga, capazes de monitorar as forças aplicadas aos mesmos, permitindo ajustar as tensões mecânicas de montagem, equilibrando a ponte adequadamente e não sobrecarregando os cabos durante a construção. As pontes foram projetadas para suportar ventos de até 250 quilômetros por hora.
As obras do complexo viário Real Parque foram iniciadas na gestão municipal de Marta Suplicy, em 2003, e retomadas na gestão de José Serra em 2005 após mudanças no projeto (de duas para uma torre) que resultaram na economia de 30 milhões de reais. A inauguração da ponte foi realizada no dia 10 de maio de 2008 pelo prefeito Gilberto Kassab, após adiamento de cerca de dois meses.
[editar] Desrespeito à Lei Municipal 14.266
Na construção do complexo viário houve desrespeito à Lei Municipal 14.266, que determina em seu artigo 11 que "as novas vias públicas, incluindo pontes, viadutos e túneis, devem prever espaços destinados ao acesso e circulação de bicicletas, em conformidade com os estudos de viabilidade"[6]. Essa determinação já vem desde 1990, na forma da Lei Municipal 10.907[7], lei essa que foi substituída pela 14.266, vigindo portanto desde a época do planejamento do Complexo.
[editar] Ver também
Referências
- ↑ http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u344648.shtml
- ↑ 2,0 2,1 http://yahoo.guiadasemana.com.br/yahoo/iframe/channel_detail.asp?id=4&cd_city=1&cd_place=89632
- ↑ http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/132/artigo76089-5.asp
- ↑ Estadao.com.br Técnicos testam iluminação na Ponte Estaiada da marginal.
- ↑ http://vejasaopaulo.abril.com.br/revista/vejasp/edicoes/2031/m0141271.html
- ↑ leismunicipais.com.br Lei Municipal 14.266
- ↑ Movimento Nossa São Paulo Lei Municipal 10.907