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Trava-línguas - Wikipédia, a enciclopédia livre

Trava-línguas

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Trava-línguas é um conjunto de palavras formando uma sentença que seja de difícil articulação em virtude da existência de sons que exijam movimentos seguidos da língua que não são usualmente utilizados.

Os travalínguas, além de aperfeiçoadores da pronúncia, servem para divertir e provocar disputa entre amigos. São embaraçosos, provocam risos e caçoadas.

Índice

[editar] O uso do trava-línguas na escola

Os trava-línguas fazem parte das manifestações orais da cultura popular, são elementos do nosso folclore, como as lendas, os acalantos, as parlendas, as adivinhas e os contos. O que faz as crianças repeti-los é o desafio de reproduzi-los sem errar. Entra aqui também a questão do ritmo, pois elas começam a perceber que, quanto mais rápido tentam dizer, maior é a chance de não concluir o trava-línguas. Esse tipo de poema pode ser um bom recurso para trabalhar a leitura oral, com o cuidado de não expor alunos com mais dificuldades. É nessa leitura que melhor se observa o efeito do trava-línguas e, dependendo da atividade, passa a ser uma brincadeira que agrada sempre. Os trava-línguas podem ainda ser escritos para criar uma coletânea de elementos do folclore e pesquisados em diferentes fontes: livros, sites na internet ou revistas de passatempos.Um dos trava-linguas mais usados na escola são:

  • "O tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem,o tempo respondeu pro tempo que o tempo tem tanto tempo,quanto o tempo tem também".

[editar] Curiosidades

O trava-línguas é citado no Kama Sutra como uma das 64 artes a serem estudadas pelas cortesãs e é descrito da seguinte maneira:

  • Estudo de sentenças difíceis de pronunciar. É um jogo praticado principalmente pelas mulheres e crianças, e consiste em dar-se uma determinada sentença cujas palavras, quando rapidamente repetidas, são freqüentemente trocadas ou mal pronunciadas.

[editar] Parlenda

Parlenda (do verbo parlar)PE ou trava-línguasPB, é uma forma literária tradicional, rimada com caráter infantil, de ritmo fácil e de forma rápida. Usada, em muitas ocasiões, para brincadeiras populares. Normalmente é uma arrumação de palavras sem acompanhamento de melodia, mas às vezes rimada, obedecendo a um ritmo que a própria metrificação lhe empresta. A finalidade é entreter a criança, ensinando-lhe algo.

Algumas vezes, é chamada de trava-línguas, quando é repetida de forma rápida ou várias vezes seguidas, provocando um problema de dicção ou paralisia da língua, que diverte os ouvintes. Assim, pede-se a alguém que repita uma parlenda, em prosa ou verso, de forma rápida - "fale bem depressa" - "diga correndo" - ou que a repita várias vezes seguidas - "repita três vezes".

As parlendas não são cantadas e, sim, declamadas em forma de texto, estabelecendo-se como base a acentuação verbal.

Os portugueses denominam as parlendas cantilenas ou lengalengas. Na literatura oral é um dos entendimentos iniciais para a criança e uma das fórmulas verbais que ficam, indeléveis, na memória adulta.


[editar] Exemplos de trava línguas

  • Uma aranha dentro da jarra. Nem a jarra arranha a aranha nem a aranha arranha a jarra.
  • A aranha arranha a . A rã não arranha a aranha.
  • Sobre aquela serra há uma arara loura. A arara loura falará? Fala, arara loura!
  • Chupa cana chupador de cana na cama chupa cana chuta cama cai no chão.
  • A vida é uma sucessiva sucessão de sucessões que se sucedem sucessivamente, sem suceder o sucesso...
  • Trazei três pratos de trigo para três tigres tristes comerem.
  • A vaca malhada foi molhada por outra vaca molhada e malhada.
  • Comprei uma arara rara em araraquara.
  • Em rápido rapto, um rápido rato raptou três ratos sem deixar rastros.
  • Pedro Pereira Pedrosa pediu passagem para Pirapora.
  • Pode passar, porteiro, para pegar peixe piau.
  • O princípio principal do príncipe principiava principalmente no princípio principesco da princesa.
  • O Tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem, o Tempo respondeu pro tempo

que o tempo tem o tempo que o tempo tem.

Sendo que quatro destes quadros são quadrados,
um dos quadros quatro e três dos quadros três.
Os três quadros que não são quadrados,
são dois dos quadros quatro e um dos quadros três.
  • Casa suja, chão sujo.
  • Num ninho de mafagafos haviam sete mafagafinhos. Quem os desmafagafizer bom desmafagafizador será.
  • O bispo de Constantinopla, é um bom desconstantinopolitanizador. Quem o desconstantinopolitanizar, um bom desconstantinopolitanizador será.
  • Não confunda cafetão de gravata com capitão de fragata.
  • O peito do pé do Pedro é preto.
  • O rato roeu a roupa do rei de Roma.
  • Pinga a pia apara o prato, pia o pinto e mia o gato
  • Não confunda ornitorrinco com otorrinolaringologista, ornitorrinco com ornitologista, ornitologista com otorrinolaringologista, porque ornitorrinco é ornitorrinco, ornitologista é ornitologista, e otorrinolaringologista é otorrinolaringologista.
  • O original não se desoriginaliza! O original não se desoriginaliza! O original não se desoriginaliza! Se desoriginalizásemo-lo original não seria!
  • Quico quer quaqui. Que quaqui que o Quico quer? O Quico quer qualquer quaqui.
  • Toco preto, porco fresco, corpo crespo.
  • Uma trinca de trancas trancou tancredo.
  • Atrás da pia tem um prato, um pinto e um gato. Pinga a pia, para o prato, pia o pinto e mia o gato.
  • Se o Arcebispo-Bispo de Constantinopla a quisesse desconstantinoplizar, não haveria desconstantinoplizador que a desconstantinopllizasse desconstantinoplizadoramente.
  • Pedro pediu permissão para passar pelo portão para pegar o pinto pelado pelo pescoço.
  • Percebeste ou fingiste que percebeste para que os outros percebessem que tivesses percebido, percebeste?
  • Atrás do quadro da escola bibliotécnica estava um papibaquígrafo.
  • O doce perguntou pro doce qual era o doce que era mais doce e o doce respondeu pro doce que o doce que era mais doce era o doce de batata-doce.
  • Luzia lustrava o lustre listrado, o lustre listrado luzia.
  • Um limão, mil limões, um milhão de limões.
  • Um tigre, dois tigres, três tigres.
  • Perto daquele ripado está palrando um pardal pardo.
- Pardal pardo porque palras?
- Eu palro e palrarei porque sou o pardal pardo palrador D'el Rei!
  • O rato roeu a roupa do Rei da Rússia que a Rainha, com raiva, resolveu remendar.
  • Um prato de trigo para um tigre, dois pratos de trigo para dois tigres, três pratos de trigo para três tigres, etc...
  • Três pratos de trigo para três tigres tristes.
  • O original nunca se desoriginou e nem nunca se desoriginalizará.
  • Qual é o doce que é mais doce que o doce de batata doce?
Respondi que o doce que é mais doce que o doce de batata doce é o doce que é feito com o doce do doce de batata doce.
  • Sabendo o que sei e sabendo o que sabes e o que não sabes e o que não sabemos, ambos saberemos se somos sábios, sabidos ou simplesmente saberemos se somos sabedores.
  • O tempo perguntou ao tempo qual é o tempo que o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que não tem tempo pra dizer ao tempo que o tempo do tempo é o tempo que o tempo tem.
  • Embaixo da pia tem um pinto que pia, quanto mais a pia pinga mais o pinto pia!
  • Se o príncipe de constantinopla quisesse se desconstantinopolizar qual seria o desconstantinopolizador que iria a constantinopla para descontantinopolizá-lo?
  • A sábia não sabia que o sábio sabia que o sabiá sabia que o sábio não sabia que o sabiá não sabia que a sábia não sabia que o sabiá sabia assobiar.
  • O desinquivincavacador das caravelarias desinquivincavacaria as cavidades que deveriam ser desinquivincavacadas.
  • Perlustrando patética petição produzida pela postulante, prevemos possibilidade para pervencê-la porquanto perecem pressupostos primários permissíveis para propugnar pelo presente pleito pois prejulgamos pugna pretárita perfeitíssima.
  • Não confunda ornitorrinco com otorrinolaringologista, ornitorrinco com ornitologista, ornitologista com otorrinolaringologista, porque ornitorrinco, é ornitorrinco, ornitologista, é ornitologista, e otorrinolaringologista é otorrinolaringologista.
  • Disseram que na minha rua tem paralelepípedo feito de paralelogramos. Seis paralelogramos tem um paralelepípedo. Mil paralelepípedos tem uma paralelepipedovia. Uma paralelepipedovia tem mil paralelogramos. Então uma paralelepipedovia é uma paralelogramolândia?
  • Os naturistas são naturalmente naturais por natureza.
  • Verbo tagarelar no tempo condicional:
- Eu tagarelaria
- Tu tagarelarias
- Ele tagarelaria
- Nós tagarelariamos
- Vós tagarelarieis
- Eles tagarelariam.
  • O rei de Roma ruma a Madri.
  • Rosa vai dizer à Rita que o rato roeu a roupa do rei de Roma.
  • O rato roer roía e, a Rosa Rita Ramalho, do rato a roer se ria!
  • O rato roeu a rolha da garrafa da rainha.
  • O pinto pia, a pia pinga. Quanto mais o pinto pia, mais a pia pinga.
  • A pia perto do pinto, o pinto perto da pia, tanto mais a pia pinga, mais o pio pinta.
  • A pia pinga, o pinto pia, pinga a pia, pia o pinto, o pinto perto da pia, a pia perto do pinto.
  • Atrás da pia tem um prato, um pinto e um gato. Pinga a pia, apara o prato, pia o pinto e mia o gato
  • A espingarda destravíncula-pinculá. Quem destravíncula ela, bom destravíncula-pinculador será.
  • Tem uma tatu-peba, com sete tatu-pebinha. Quem destatupebá ela, bom destatupebador será.
  • No cume daquele morro, tem uma cobra enrodilhada. Quem a cobra desenrodilhá, bom desenrodilhadô será.
  • No morro chato, tem uma moça chata, com um tacho chato, no chato da cabeça. Moça chata, esse tacho chato é seu?
  • Um ninho de carrapatos, cheio de carrapatinhos, qual o bom carrapateador, que o descarrapateará?
  • Agá, agá, agá, a galinha quer botar. Ijê, ijê, ijê, minha mãe me deu uma surra, fui parar no Tietê. Alô, alô, o galo já cantou. Amarelo, amarelo, fui parar no cemitério. Roxo, roxo, fui parar dentro do cocho.
  • O Papa papa o papo do pato
  • Um prato de papa dentro do papo do papa.
  • A batina do padre Pedro é preta.
  • O peito do pé de Pedro é preto.
  • É preto o prato do pato preto.
  • O Pedro pregou um prego na pedra.
  • Pedro pregou um prego na porta preta.
  • O padre Pedro tem um prato de prata.
  • O meu vira lata usa gravata.
  • O padre pouca capa tem, pouca capa compra.
  • O peito do pé do pai do padre Pedro é preto.
  • O padre Pedro deu uma topada na pedra preta.
  • Pedro tem o peito preto. Preto é o peito de Pedro. Quem disser que o peito de Pedro não é preto, tem o peito mais preto que o peito de Pedro.
  • - Pedreiro da catedral está aqui o padre Pedro? - Qual padre Pedro? - O padre Pedro Pires Pisco Pascoal. - Aqui na catedral tem três padres Pedros Pires Piscos Pascoais. Como em outras catedrais.
  • Paulo Pereira Pinto Peixoto, pobre pintor português, pinta perfeitamente, portas, paredes e pias, por parco preço, patrão.
  • A vaca amarela ...

(É um desafio para todos ficarem calados)

- Vaca amarela, sujou na panela. O primeiro que falar, come toda a sujeira dela.
- Vaca amarela, pulou a janela. Quem falar primeiro, corre atrás dela.
- Era uma vez, uma vaca amarela. Pulou a janela, sujou a panela.Três comiam, três mexiam. A primeira que falar, come toda a sujeira dela.
- Vaca amarela, pulou a janela. Mexeu mexeu. Quem falar primeiro, come toda a sujeira dela.
- Vaca amarela, cagou na panela. Quem falar primeiro come toda a bosta dela.

[editar] Para saber mais

Para mais sobre o assunto, conferir:

  • HEYLEN, Jacqueline. Parlenda, riqueza folclórica; base para a educação e iniciação à música. 2ª ed. São Paulo, Editora HUCITEC, 1991.

(Regina Helena Pranke da Silva, especialista em Educação pré-escolar e professora alfabetizadora do Colégio Israelita Brasileiro, em Porto Alegre, in Revista Nova Escola)

[editar] Ver também

Wikiquote
O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Trava-línguas.


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