O Caso dos Dez Negrinhos
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Ten Little Niggers (O Caso dos Dez Negrinhos Brasil ou Convite Para a Morte/As Dez Figuras Negras, Portugal) é um romance policial de Agatha Christie publicado 1939.
O livro causou polêmica, principalmente nos Estados Unidos, por conta dos "negrinhos" no título. Por isso, no mercado americano ele é conhecido pelos seguintes nomes: And Then There Were None e Ten Little Indians. O livro chegou a ser publicado no Brasil, nos anos 1950, com o título de O Vingador Invisível.
O romance foi teatralizado em 1943 com o título de Os Dez Indiozinhos e encontra-se na forma de texto de teatro no livro A Ratoeira e Outras Histórias (Editora Nova Fronteira - 1976).
[editar] Sinopse
A acção passa-se numa ilha deserta situada na costa de Devon, sendo que esta mesma acção é narrada totalmente na terceira pessoa e descreve a vivência de dez estranhos (entre si) que foram todos atraídos para uma ilha por um misterioso homem: U. N. Owen. No primeiro capítulo do livro (dividido em oito partes) é relatada a viagem de oito dos dez estranhos, que se encontram todos em simultâneo a caminho da ilha. Nesta primeira fase conhecem-se todos os motivos que os oito estranhos têm para se dirigir à ilha, se bem que nenhum deles conhece o anfitrião, já que os convites são na sua maioria, ou de ofertas de trabalho e/ ou ocupação, ou uma carta do género: “conheço um amigo do seu amigo que me disse…”. Independentemente do convite no seu tom dúbio, na data combinada oito dos dez convidados encontram-se na ilha. Os outros dois, Mr. e Mrs. Rogers, já se encontravam na ilha, já que tinham chegado cerca de uma semana mais cedo, de modo a que pudessem preparar todos os quartos e limpar toda a casa, como havia sido pedido, já que estes foram encarregues de serem os empregados que se encarregariam da lide da mansão situada na ilha. Com a chegada dos hóspedes à ilha cada um dirige-se ao quarto por Mr. e Mrs. Rogers indicado, onde Vera Claythorne encontra, em cima da sua lareira, um pedaço de pergaminho que continha uma lengalenga britânica infantil, que descrevia a morte sucessiva de dez meninos negros. Mais tarde, ao jantarem os convivas percebem que cada um tem a mesma lengalenga no seu quarto, facto que acham curioso. Como se não houvesse suficiente curiosidade “no ar” uma voz vinda de um gramofone colocado junto à parede de uma sala contígua à de jantar interrompe o jantar dos convidados fazendo acusações semelhantes a um tribunal, e todas acusações envolvem a morte de alguém, sendo que a culpa de tal morte é de cada um dos convidados. Com tais declarações gera-se o pânico na sala de jantar e Mrs. Rogers desmaia. Perante tal caos, todos se servem de bebidas e fazem Mrs. Rogers beber conhaque, para que esta pudesse ser rea-nimada. Após a calma ter voltado às almas dos convidados, Marston (outro dos hóspedes) brinda e morte, bebendo de uma vez o conteúdo do seu copo, e aca-bando por morrer no mesmo instante. O pânico é regeneralizado e só se conse-gue apaziguar com a dormida dos convivas. No entanto algo sinistro estaria para acontecer pela manhã, quando Mr. Rogers não consegue acordar a sua mulher e esta é igualmente dada como morta. Ninguém consegue explicar a morte de duas pessoas num tão curto espaço de tempo, já que se considera o suicídio como a hipótese mais plausível para ambas as mortes, a não ser que tenha sido administrado a Mrs. Rogers uma quantidade letal de soporífero (fornecido por Dr. Armstrong, o único médico presente na ilha). No entanto este garante que tal não aconteceu. De qualquer maneira, as pessoas não estão dispostas a acreditar que Marston se suicidou, já que este era tido como um homem cheio de amor pela vida. O suspense é acrescentado ao enredo quando os convivas fazem uma descoberta que os assola: ambos os anfitriões (que entretanto ainda não tinham dado sinais de vida) tinham como iniciais e último nome U. N. Owen, que pode ser lido de uma vez formando a palavra unknown . Para ale disso desde o dia anterior o barco que costumava chegar à ilha pela manhã ainda não o tinha feito devido ao mau tempo que se fazia sentir. Como se não bastasse, numa busca levada a cabo por Armstrong, Philip Lombard e pelo inspector Blore foi desco-berto que mais ninguém para além dos dez hóspedes (sendo que dois deles se encontravam mortos) se encontrava naquela ilha. As suspeitas de que haviam sido cometidos dois suicídios aumentavam, pois a ideia de que um assassino se encontrava a comer na mesma mesa que os restantes hóspedes assustava-os imenso. No entanto, quando o general Macarthur se atrasa para o almoço, e Armstrong vai dar com ele morto com uma grande ferida na cabeça (ferida essa que excluiria suicídio) os laços de confiança que se poderiam ter criado são completamente desfeitos quando se percebe que qualquer um dos convocados teria uma oportunidade de cometer tal crime. Para desvario total, as mortes vão sendo celebradas com o desapareci-mento de figuras negras que se encontravam inicialmente colocadas numa mesa da sala de jantar e essas mesmas mortes correspondem às mortes descritas pela lengalenga. A partir deste ponto, o juiz Wargrave começa a “comandar” e a controlar da melhor maneira que se conseguisse os seus convivas, sendo que as conclusões a que se chegam não são minimamente satisfatórias. No dia seguinte, de manhã, os hóspedes acordam com uma cena horren-da: Rogers tinha sido brutalmente matado com um machado na cabeça, ao qual tinham sido limpas todas as impressões digitais. Nessa mesma tarde Miss Brent, uma velha solteirona, aparece morta, depois de se ter atrasado para outra reunião dirigida por Wargrave, sendo que a morte desta tinha sido causada por uma seringa hipodérmica. Isto destrói as suspeitas da maioria dos convidados, já que considerava-se Emily Brent como a suspeita mais viável, devido ao seu fanatismo religioso. Outro conhecimento intrigante inquieta os cinco convivas que ainda se encontravam vivos: Philip Lombard trouxera um revólver que havia desapareci-do. Este voltaria a aparecer na sua mesa-de-cabeceira depois da morte de War-grave, aquando de um grito de Vera, que fizera com que Wargrave ficasse sozi-nho na sala, quebrando-se assim o consentimento que cada um dos hóspedes tinha dado em que nunca se separariam. Nessa noite desaparece Armstrong, se bem que tanto Blore como Lom-bard o haviam procurado, depois do último ter ouvido passos e visto um vulto. Na manhã seguinte os três hóspedes que se encontravam juntos decidi-ram sair por momentos da mansão para ver se após todos aqueles dias um barco já teria chegado à ilha. Tal não acontecera! Blore que se afirma capaz de enfrentar um assassino se este lhe aparecer volta a casa para que possa ir comer algo. No seu caminho para lá cai-lhe um urso de mármore que se encontrava no quarto de Vera em cima da cabeça. Ao verem a cena, Vera e Philip julgam que Armstrong (que ainda não tinha aparecido, embora a figura negra “que lhe correspondia” já tinha desaparecido, pois depois deste ter desaparecido, uma das figuras negras tinha desaparecido igualmente) andava pela casa. No entanto essa ideia é totalmente desfeita quando vêem que Armstrong deu à costa, afogado. Vera convence Philip a ajudá-la a trazer Armstrong para terra e é neste momento que lhe tira o revólver do bolso e o mata. No entanto antes de o matar tiveram uma pequena discussão em que nenhum deles parecia autor de todos os crimes. Vera entra em casa, pega em duas figuras negras que lá se encontram e manda-as pela janela. Pega na última e leva-a para o piso superior da casa. Aí entra no seu quarto onde encontra uma corda pendurada num gancho. Essa corda era acessível através de uma cadeira para onde Vera subiu e com um movimento pôs a sua cabeça dentro do laço produzido pela corda e pontapeou a cadeira, matando-se. Passado pouco tempo a polícia chega ao local e encontra dez mortos na mansão e no quarto de Vera uma cadeira definitivamente não pontapeada. Estão assim lançados os dados para um dos melhores romances policiais algum vez escritos.
