José Feliciano Fernandes Pinheiro
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José Feliciano Fernandes Pinheiro, o visconde de São Leopoldo, (Santos, 9 de maio de 1774 — Porto Alegre, 16 de julho de 1847) foi um escritor, magistrado e político brasileiro.
Filho do coronel José Fernandes Martins, natural de Guimarães (Portugal), e de Teresa de Jesus Pinheiro, paulista de Santos. Casou com Maria Elisa Júlia de Lima (1793 — 1877), natural do Rio Grande do Sul. Tiveram 10 filhos, dentre os quais Maria Rita Fernandes Pinheiro, que casou com o segundo Visconde de Pelotas.
Formado em direito pela Universidade de Coimbra, fez os seus primeiros trabalhos literários, traduções e compilações de assuntos de imediata utilidade prática, ali publicados de 1799 a 1801. No Brasil, após haver exercido diversas comissões de serviço público, foi eleito, em 1821, deputado às Cortes da nação portuguesa quando da reforma governamental por que esta passou, e como tal tornou a Portugal.
Foi ministro da Justiça, ministro do Império, governador, conselheiro de Estado e senador do Império do Brasil de 1826 a 1847.
Espírito conservador e moderado, foi dos poucos deputados brasileiros que juraram a constituição por ele feita. Voltou ao Brasil em seguida à declaração da Independência. Foi deputado geral, presidente da província do Rio Grande do Sul de 1824 a 1826, ministro do Império, senador e ocasionalmente encarregado de uma missão de caráter diplomático. Durante seu mandato de presidente da província o Rio Grande do Sul recebeu a primeira leva de imigrantes alemães em São Leopoldo.
Além de memórias biográficas de compatriotas ilustres ou sobre limites do Brasil e ainda monografias interessantes para a nossa história literária, escreveu uma obra notável para o tempo e ainda hoje estimável, Anais da Capitania de S. Pedro. Como livro, quero dizer, sob o puro aspecto bibliográfico, o mais bem feito dessa época, o mais perfeito de composição e estrutura. Não obstante algumas incorreções de linguagem, galicismos e alguns mais graves defeitos de estilo, a sua redação revê o homem educado em Portugal e a leitura dos portugueses. A língua é geralmente melhor do que aqui comumente escrita. Como historiador distingue-se já o visconde de S. Leopoldo por bom critério histórico, aptidões críticas, capacidade de apurar os sucessos nos documentos autênticos de preferência originais ou inéditos, informação segura das fontes ou informes impressos do assunto ou a ele aproveitáveis, arte de dispor e referir os fatos e, notavelmente, menos prolixidade como era, e continuou a ser, de costume. As suas Memórias, publicadas postumamente na Revista do Instituto Histórico (tomos 37-38), conquanto lhes falte o interesse das revelações inéditas e mesmo das indiscrições, que principalmente dão relevo e pico a este gênero de literatura, sem que lho levante também um estilo mais literário, são todavia, até pela raridade delas nas nossas letras, estimáveis.
[editar] Referências
- Moya, Salvador de - Anuário Genealógico Brasileiro - Publicações do Instituto Genealógico Brasileiro - Ano III - 1944 - São Paulo - pág. 404.
- Este artigo incorpora texto do livro História da Literatura Brasileira, de José Veríssimo, obra que está em domínio público.
[editar] Ligações externas
Precedido por José Inácio da Silva |
Presidente da província do Rio Grande do Sul 1824 — 1826 |
Sucedido por José Egídio Gordilho de Barbuda |
Precedido por Clemente Ferreira França |
Ministro da Justiça do Brasil 1827 |
Sucedido por Estêvão Ribeiro de Resende |