Internacional Negra
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A Internacional Negra (no francês Internacionale Noire) também conhecida como Conspiração Anarquista Internacional foi um factóide produzido pelos jornais da segunda metade do século XIX e ratificado pelas autoridades em suas investigações. Segundo os jornais e as autoridades da época um suposto complô internacional anarquista teria como meta assassinar os principais governantes e burgueses do mundo e dessa forma efetivar a Revolução internacional. O alarde gerado pela suposta existência da Internacional Negra foi amplamente utilizado como desculpa por diversos estados nacionais para oprimir, criminalizar, encarcerar e assassinar diversos anarquistas daquele período.
Índice |
[editar] Embasamento
Essas suposições se baseavam em grande parte na ação espetacularizada de pequenos grupos de anarquistas adeptos do ilegalismo que recorriam desesperadamente a táticas terroristas, assassinatos e, principalmente regicídios a fim de vingar companheiros executados pelo estado e fazer frente (entendido também como caráter de vingança) às terríveis condições em que se encontravam os trabalhadores em um contexto de super-exploração laboral e violência patronal com o aval e a colaboração dos estados nacionais.
[editar] Utilização repressiva
A partir da visibilidade dada pela mídia as ações dos ilegalistas o aparato repressivo estatal encontrava os subterfúgios necessários para reprimir duramente as mobilizações dos grupos anarco-sindicalistas que a época eram significativamente maiores.
Diversos intelectuais anarquistas como Emma Goldman, Errico Malatesta, Francisco Ferrer e Victor Serge tornaram-se alvo de investigações que buscavam vinculá-los as ações violentas e à conspiração. A cada nova ação em alguma parte do mundo, eram chamados para depor, ou até mesmo detidos para investigações.
[editar] Supostos participantes
[editar] Terroristas
- Charles Gallo
- Ravachol
- Auguste Vaillant
- Émile Henry
- Serguei Nechaiev
- Santiago Salvador Franch
- Théodule Miller
- Amédeé Pauwels
- Martial Bourdin
[editar] Regicidas
- Felice Orsini
- Max Hödel
- Juan Oliva Moncasi
- Giovanni Passannante
- August Reinsdorf
- Paulino Pallàs
- Alexander Berkman
- August Reinsdorf
- Léon Jules Léauthier
- Sante Geronimo Caserio
- Luigi Lucheni
- Gaetano Bresci
- Leon Czolgosz
- Mateo Morral
- Alexandros Schinas
- Michele Angiolillo
- Pietro Acciarito
- Antonio Ramón
- Manuel Pardiñas
- Paolo Lega
- Jean-Baptiste Sipido
- Gennaro Rubino
- Alexander Farras
[editar] Expropriadores
- Clément Duval
- Marius Jacob
- Alexander Grauberger
- Yurian Kirienko
- Stefan Sedoresky
- Pablo Pavlowsky
- André Soudy
- Antoine Monier
- Edouard Carouy
- Eugène Dieudonné
- Jean De Boé
- Jules Bonnot
- Jules Dubois
- Octave Garnier
- Paul Metge
- René Valet
- Raymond Callemin
- Raymond Gauzy
- Rirette Maitrejean
[editar] Indiretamente relacionados
- Emma Goldman
- Élisée Reclus
- Francisco Ferrer
- Peter Kropotkin
- Louise Michel
- Amilcare Cipriani
- Errico Malatesta
- Francesco Saverio Merlino
- Jean Grave
- Ettore Molinari
- Luigi Galleani
- Pietro Gori
- Luigi Molinari
- Victor Serge
- Mariano Cerezuela
- José Codina
- Romeo Frezzi
- Decamp
- Dardare
- Léveillé
- Sébastien Faure
- Rudolf Rocker
- Milly Witkop
[editar] Cronograma de eventos
[editar] 1878
- 11 de Maio - Max Hödel tenta assassinar a tiros Wilhelm I, kaiser da Germânia, seu atentado não logra êxito.
- 25 de Outubro - Na Espanha Juan Oliva Moncasi atira contra o rei Alfonso XII, mas é desarmado e detido pela multidão. Alfonso XII sobrevive.
- 17 de Novembro - Giovanni Passannante apunhala o rei Umberto I da Itália, fracassando em executá-lo.
- 7 de Dezembro - Juan Oliva Moncasi é executado pelo garrote vil.
[editar] 1879
- 4 de Janeiro - A primeira edição do jornal Die Freiheit em alemão do editor Johann Most é publicada em Londres.
- 22 de Fevereiro - O Periódico Révolte (Revolta) é fundado em Genebra, na Suíça por
Peter Kropotkin, Élisée Reclus, e outros, com uma tiragem inicial de 2.000 cópias.
- 6 de Março - Tem início o Julgamento de Giovanni Passannante por tentativa de assassinato do Rei Umberto I da Itália.
[editar] 1882
- 19 de Janeiro - O primeiro congresso anarquista regional cubano é organizado em Havana.
[editar] 1883
- 28 de Janeiro - Peter Kropotkin é condenado a cinco anos de prisão.
- 9 de Março - Louise Michel toma a frente em uma demonstração de desempregados, e recebe seis anos de confinamento na solitária, esta é a primeira vez conhecida que é deflagrada a bandeira negra, posteriormente adotada como um dos símbolos do anarquismo.
[editar] 1884
- 31 de Janeiro - na Itália, Luigi Molinari é sentenciado a 23 anos na prisão por instigar a insurreição na Sicília.
- 13 de Fevereiro - O edifício Florence, local dos escritórios do jornal La Questione Sociale na Itália é invadido e lacrado pela polícia.
- 15 de Fevereiro - August Reinsdorf tenta explodir a carruagem do kaiser Wilhelm I e seus filhos quando estes se dirigiam para a abertura de um evento solene em Rudensheim.
[editar] 1885
- 7 de Fevereiro - August Reinsdorf é executado em Halle.
[editar] 1886
- 5 de Março - Charles Gallo quebra uma garrafa de ácido hidrociânico dentro da Bolsa de Valores de Paris.
[editar] 1887
- 11 de Janeiro - O julgamento do ilegalista Clément Duval começa em Paris, mas termina em um caos, com Duval sendo arrastado da corte gritando "Viva a Anarquia!".
- 11 de Novembro - Quatro anarquistas ativistas pelos direitos dos trabalhadores são executados em Chicago por serem considerados líderes do levante de Haymarket.
[editar] 1891
- 4 de Janeiro - Durante o Congresso de Capolago na Suíça são fundados o Partido Socialista Anarquista Revolucionário Francês (PSARF) e o Partido Socialista Anarquista Revolucionário Italiano (PSARI). Amilcare Cipriani, Errico Malatesta, Francesco Saverio Merlino, Ettore Molinari, Luigi Galleani, & Pietro Gori são os grandes propagandistas destes partidos.
- 1 de Maio - em Fourmies nove pessoas (entre estas mulheres e crianças) são executadas durante uma manifestação de trabalhadores pela jornada de trabalho diária de 8 horas. Em Clichy, três anarquistas - Decamp, Dardare e Léveillé são presos protestando por melhores condições de trabalho.
- 3 de Agosto - Decamp e Dardare são condenados à morte com base em acusações falsas. Léveillé é absolvido.
[editar] 1892
- 8 de Janeiro - Levante anarquista na Andaluzia, aos gritos de "Vive la révolution sociale", centenas de camponeses tomam a cidade de Jerez. O levante é rapidamente atacado pelas forças de repressão estatal e dezenas são capturados e torturados.
- 2 de Março - Ravachol explode o apartamento do presidente da Corte de Justiça francesa, M. Benoit, principal responsável pela condenação de Decamp e Dardare.
- 6 de Março - outra bomba de Ravachol explode no Quartel Lobau.
- 27 de Março - a residência do procurador da República, M. Bulot, explode com uma terceira bomba de Ravachol.
- 30 de Março - Ravachol é capturado pela polícia a partir do delato do camareiro Lhérot, funcionário do Restaurante Léry.
- 23 de Abril - Ravachol é condenado a prisão perpétua em seu primeiro julgamento na corte de Assisses pelos atentados.
- 24 de Abril - Théodule Miller explode o Restaurante Léry, lugar onde Ravachol havia sido delatado, matando o proprietário e um cliente.
- 26 de Junho - Ravachol é condenado a morte pela guilhotina pela autoria de três assassinatos.
- 10 de Julho - aos trinta e dois anos, Ravachol é guilhotinado em Montbrison.
- 23 de Julho - Alexander Berkman tenta assassinar o burguês industrial Henry Clay Frick em um de seus escritórios em Pittsburgh, responsável pela morte de sete metalúrgicos.
- 8 de Novembro - Émile Henry deixa uma bomba na delegacia de polícia da rua des bons enfants, a explosão mata cinco policiais, e uma pessoa de ataque cardíaco.
- 13 de Novembro - Léon Jules Léauthier fere consideravelmente Georgevitch primeiro ministro sérvio em uma de suas visitas a Paris.
[editar] 1893
- 24 de Setembro - na Espanha o ativista Paulino Pallàs ataca o General Martinez Campos, ferindo-o e matando um guarda. O ato é parte de um ciclo de vingança naquele período.
- 7 de Novembro - em resposta a execução de Paulino Pallàs, Santiago Salvador Franch atira duas bombas criadas a partir do desenho de Orsini) dentro da Casa de Ópera do Teatro Liceu durante uma performance de William Tell, vinte e duas pessoas são mortas.
- 9 de Dezembro - por volta das 16 horas Auguste Vaillant lança uma bomba de pregos na Câmara de Deputados Francesa durante uma cessão. Quarenta políticos acabam feridos, sem nenhuma vítima fatal. Seu objetivo era em parte, vingar a morte de Ravachol.
- 12 de Dezembro - é aprovada pela Câmara dos Deputados a primeira das lois scélérates (abomináveis), com a intenção de reprimir a imprensa anarquista.
[editar] 1894
- 3 de Janeiro - O primeiro ministro italiano Francesco Crispi proclama estado de sítio na Sicília território em insurreição anarquista para onde são enviados 40.000 soldados. A repressão violenta faz com que outras revoltas anarquistas se organizem na Lunigiana e na Toscana as quais Crispi reage proclamando estado de sítio também nestes territórios.
- 5 de Fevereiro - aos trinta e três anos, o anarquista ilegalista Auguste Vaillant é guilhotinado.
- 12 de Fevereiro - como retaliação a execução de Vaillant por um crime sem vítimas fatais, as 19 horas Émile Henry lança uma bomba no luxuoso Café Terminus, freqüentado pela elite parisiense. Uma pessoa morre e vinte acabam feridas.
- 15 de Fevereiro - O francês Martial Bourdin tenta destruir o Observatório Real de Greenwich em Londres com uma bomba, que explodiu em suas mãos.
- 20 de Fevereiro - Duas explosões acontecem em Paris na Rua Saint-Jacques e no Subúrbio Saint-Martin. A autoria destes atentados é atribuída ao belga Amédée Pauwels, em vingança pela execução de Auguste Vaillant.
- 26 de Fevereiro - Na França, Jean Grave é julgado e condenado a dois anos de presão por publicar La société mourante et l'anarchie.
- 15 de Março - Amédée Pauwels morre quando a bomba que colocava na Igreja de la Madeleine explode prematuramente. A bomba havia sido fabricada por Émile Henry.
- 27 de Abril - Émile Henry é julgado e condenado a guilhotina no Tribunal de Assize em Seine.
- 1 de Maio - na cidade de Cleveland, uma série de manifestações de trabalhadores desempregados acaba em confronto com a polícia. Grupos anarquistas da cidade são considerados pelas autoridades os principais incitadores.
- 21 de Maio - em Paris, aos vinte e dois anos, Émile Henry é guilhotinado. Em Barcelona José Codina e Mariano Cerezuela são executados por serem considerados culpados de lançarem 2 bombas no Teatro Liceu, ato do qual não participaram e que posteriormente seria creditado à Santiago Salvador Franch.
- 16 de Junho - em Roma o anarquista Paolo Lega tenta assassinar o primeiro ministro italiano Francesco Crispi.
- 24 de Junho - durante uma marcha militar em Lyon o italiano Sante Geronimo Caserio apunhala o presidente da Terceira República Francesa, Sadi Carnot matando-o.
- 25 de Junho - Théodule Miller é capturado em Londres pela explosão do Restaurante Léry, lugar onde trabalhava o delator de Ravachol, o camareiro Lhéry. Miller é julgado no mês seguinte e condenado à prisão perpétua.
- 28 de Julho - em Paris é votada pela Câmara de Deputados Francesa a segunda das lois scélérates (leis abomináveis) contra os anarquistas.
- 2 de Agosto - Sante Caserio é condenado a morte na guilhotina.
- 16 de Agosto - aos vinte e dois anos, Sante Caserio é guilhotinado em Lyon.
- 7 de Setembro - na cidade de Nova York 12.000 trabalhadores da indústria textil fazem greve contra a super-exploração laboral. Grupos anarquistas estão envolvidos.
- 21 de Novembro - em Barcelona Santiago Salvador Franch é executado.
[editar] 1895
- 4 de Maio - Primeira tiragem do jornal Les Temps Nouveaux editorada por Jean Grave.
- 16 de Novembro - A primeira edição do Jornal Le Libertaire de Sébastien Faure, é publicada.
[editar] 1896
- 1 de Maio - é fundado o Clube Anarquista de Melbourne.
- 4 de Maio - o levante de Haymarket acontece em Chicago.
- 26 de Julho - a Quarta Internacional Socialista tem início em Londres. Grande parte da discussão girou em torno da participação ou não dos anarquistas. Seus delegados foram mantidos.
- 8 de Agosto - o anarquista italiano Michele Angiolillo assassina o primeiro ministro espanhol Antonio Cánovas del Castillo em uma estação termal em Mondragon.
- 20 de Agosto - Michele Angiolillo é executado através do garrote.
[editar] 1897
- 22 de Abril - Pietro Acciarito tentou assassinar o rei da Itália Umberto I sem sucesso.
- 29 de Maio - O casal Rudolf Rocker e Milly Witkop chegam aos Estados Unidos, mas são deportados dias depois por se recusarem a se casar.
[editar] 1898
- 21 de Abril - Errico Malatesta e outros são levados a julgamento por conspiração criminosa na Itália.
- 27 de Abril - O Julgamento de Errico Malatesta e outros chega ao fim, todos são considerados culpados.
- 10 de Setembro - em Genebra o italiano Luigi Lucheni elimina Sissi, a Imperatriz da Áustria com uma estocada no coração.
[editar] 1899
- 6 de Fevereiro - Sébastien Faure lança o primeiro número do períodico diário Le Journal du Peuple (O Jornal do Povo).
[editar] 1900
- 5 de Abril - Aos 16 anos o belga Jean-Baptiste Sipido tenta assassinar o Príncipe de Wale.
- 29 de Julho - Gaetano Bresci mata com três tiros o Rei Umberto I da Itália.
- 26 de Dezembro - Congresso de Judeus anarquistas em Londres decide pela re-edição do jornal Arbeter Fraint, sob a edição de Rudolf Rocker.
[editar] 1901
- 7 de Abril - Na Suíça, confrontos violentos entra a polícia e manifestantes durante protestos contra a extradição de um anarquista italiano suspeito de participação no ataque de Gaetano Bresci ao rei italiano Umberto I em 29 de Julho do ano anterior.
- 6 de Setembro - Leon Czolgosz assassina o presidente dos Estados Unidos William McKinley em Bufalo.
[editar] 1902
15 de Novembro - o anarquista italiano Gennaro Rubino atenta contra a vida do Rei Leopoldo II da Bélgica em Bruxelas, Leopoldo II sobrevive.
[editar] 1905
- 22 de Março - O ilegalista Marius Jacob é condenado a prisão perpétua por matar um policial.
- 31 de Maio - Alexander Farras atira uma bomba na procissão liderada pelo presidente francês Émile Loubet e por Alfonso XIII rei da espanha. O atentado fracassa.
[editar] 1906
- 31 de Maio - o catalão Mateo Morral tenta assassinar Afonso XIII e Victoria Eugenia, rei e rainha da Espanha lançando uma bomba escondida num ramo de flores sobre a carrugem em uma parada de bodas reais em Madrid. Porém a bomba caiu da carruagem matando trinta pessoas. Os reis saíram ilesos.
[editar] 1907
- 11 de Março - O primeiro ministro da Bulgária, Dimitar Petkov é assassinado por um anarquista.
- 25 de Julho - Théodule Miller morre na prisão.
- 24 de Agosto - O Congresso Internacional Anarquista de Amsterdam tem início, reunindo delegados de 14 países por oito dias.
[editar] 1909
- 13 de Outubro - O educador anarquista Francisco Ferrer é fuzilado na Espanha.
[editar] 1910
- 4 de Fevereiro - Depois de 32 anos na prisão, nas condições mais degradantes, pela tentativa de assassinato do rei Umberto I da Itália, Giovanni Passannante enlouquecido morre em um hospício criminal.
- 19 de Outubro - Luigi Lucheni, o assassino da Imperatriz da Áustria é encontrado morto em sua cela.
[editar] 1911
- 5 de Setembro - os ilegalistas russos Alexander Grauberger, Yurian Kirienko, Stefan Sedoresky e Pablo Pavlowsky assaltam uma casa de câmbio em Porto Alegre. Sendo perseguidos pela polícia e mortos um dia depois em um tiroteio nos pântanos do rio Gravataí.
- 21 de Dezembro - A Gangue Bonnot, grupo anarquista ilegalista, realiza seu primeiro assalto a banco na Société Générale Bank em Paris.
[editar] 1912
- 12 de Novembro - Manuel Pardiñas assassina a tiros o Primeiro Ministro da Espanha José Canalejas em Madri.
[editar] 1913
- 3 de Fevereiro - O julgamento dos membros sobreviventes do grupo francês ilegalista, a Gangue Bonnot tem início.
- 27 de Fevereiro - O Julgamento da Gangue Bonnot termina com três condenados a pena de morte.
- 18 de Março - o grego Alexandros Schinas (Αλέξανδρος Σχινάς) assassina o Rei Jorge I da Grécia na Tessalonica.
- 6 de Maio - depois de uma série de torturas Alexandros Schinas é lançado pela janela de uma delegacia na Tessalonica.
[editar] 1914
- 14 de Dezembro - Antonio Ramón esfaqueia General Silva Renard o autor do Massacre dos trabalhadores na Escola de Santa María de Iquique em 1907.
[editar] Bibliografia
- Walter Badier, "Emile Henry, de la Propagande par le Fait au terrorisme anarchiste", Editions libertaires, 2007.
- Emile Henry, Coup pour coup. Préface d'André Laude. Textes établis par Roger Langlais. Plasma, coll. "Table Rase", 1977 (ISBN 2-901376-18-5).
- André Salmon, La Terreur noire : chronique de l'action anarchiste, Jean-Jacques Pauvert, 1959.
- Robert Maggiori, « Coup pour coup ? Une grande figure de l'anarchisme : Emile Henry », Libération, 7 mars 1977.
- Daniel Guérin, Ni dieu ni maître. Anthologie de l'anarchisme, tome 2. Rééd. La Découverte & Syros, 1999. ISBN 2-7071-3035-4
- Anarquismo – o inimigo do rei e do Estado ainda vive, por George Woodcock.
- O terrorismo e a nova ordem mundial, por José William Vesentini.