Michele Angiolillo
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Michele Angiolillo Lombardi | |
Michele Angiolillo, Anarquista, Regicida. | |
Nascimento | 5 de junho de 1871 Foggia (Italia |
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Falecimento | 20 de agosto 1897 Vergara (España) |
Michele Angiolillo Lombardi (Foggia (Itália), 5 de junho de 1871, - Vergara (Guipúzcoa, Espanha) 20 de agosto de 1897), anarquista italiano ilegalista que em 8 de Agosto de 1896 assassinou o primeiro ministro reacionário Antonio Cánovas del Castillo, responsável pelos horrores da Prisão de Montjuich.
Índice |
[editar] Motivações
Em junho de 1896 uma bomba é lançada contra a procissão de Corpus Barcelona. O atentado favorece uma reação repressora desproporcional contra anarquistas, socialistas e republicanos iniciada antes mesmo do fim das investigações. Assim foram encarcerados quatrocentos supostos revolucionários na fortaleza de Montjuïc. Muitos morreram nas salas de torturas onde os torturadores não buscavam outra coisa senão mais nomes de possíveis revolucionários. Dos oitenta e sete levados a julgamento, oito são condenados a morte e outros nove a longas penas prisionais. Os outros setenta e um imputados, ainda que absolvidos pelo tribunal, foram igualmente deportados para Rio de Oro, uma colonia espanhola na África por ordem do Governo de Cánovas del Castillo. Acredita-se ter sido esta a razão que moveu ao anarquista italiano Angiolillo em sua vingança.
[editar] Trajetória
Antes de chegar à Espanha Angiolillo embarcou para Paris de Londres. Em Paris recebe novas informações de seus contatos, em grande parte membros da rede de independentistas antilhanos. Aparentemente Angiolillo tinha a intenção de executar ao menos um membro da família real espanhola, no entanto, foi persuadido pelo anarquista portoriquenho Ramón Emeterio Betances a adotar Cánovas como seu alvo. Betances auxiliou ainda Angiolillo obtendo para ele uma identidade falsa e passe livre para a Espanha, financiando a segunda parte de sua viagem da França para à Espanha com mil francos [1]. Angiolillo provavelmente também recebeu alguma ajuda entre os círculos dos exilados cubanos em Londres, muitos deles independentistas. A política de Cánovas de "até o último homem e até a última peseta" havia causado até então meio milhão de mortos na colônia de Cuba.
Logo após sua reunião com Betances Agiolillo parte para Madrid. Lá chegando busca informações sobre os possíveis locais por onde estaria o primeiro ministro. Descobre que este encontra-se de férias em uma estação termal de Santa Águeda, em Mondragón, próximo a Guipúzcoa. Toma um trem para Santa Águeda para o encontro de Cánovas.
[editar] Regicídio
Em 8 de Agosto de 1897 Angiolillo chega a estação termal (hoje um hospital psiquiátrico) e encontra Cánovas tomando sol. Imediatamente puxa uma pistola atira três vezes no peito do primeiro ministro, levando-o a morte. A esposa de Cánovas aparece e corre gritando em desespero "Assassino!Assassino!" atrás de Angiolillo. Este se vira se curvando em cumprimento, e logo em seguida declara: "Perdão, madame. Lhe respeito como uma mulher, mas duvido que sejas a esposa daquele homem." Angiolillo não fugiu ou esboçou qualquer reação diante da prisão no próprio local.
[editar] Julgamento
Durante seu julgamento, Angiolillo permaneceu calmo. Quando inquerido com relação a motivação de seus atos afirmou que havia feito tudo aquilo por sua paixão pela vingança contra os injustos e desalmados.
[editar] Execução
Aos 26 anos de idade, em Vergara a 20 de Agosto de 1897, Michelle Angiolillo foi executado pelo governo espanhol através do garrote vil. Sua última palavra antes de vestir a si mesmo com o capuz negro foi "Germinal"[2]. Até hoje, mais de um século depois, todo 20 de Agosto desconhecidos colocam rosas vermelhas em seu túmulo, no cemitério de Vergara[3].
[editar] Veja também
[editar] Ligações externas
- Tópico sobre Angiolillo no Daily Bleed (em inglês).
- Tópico sobre Angiolillo no Anarcofemèrides (em francês).
- Notícia do julgamento de Angiolillo no New York Times] (em inglês).
- Notícia da execução de Angiolillo no New York Times] (em inglês).
[editar] Notas e Referências
- ↑ Ojeda Reyes, Félix, El Desterrado de París: Biografía del Dr. Ramón Emeterio Betances (1827–1898), Ediciones Puerto, San Juan, Puerto Rico, 2001, pp. 356-359
- ↑ http://query.nytimes.com/gst/abstract.html?res=9506E3DE153DE633A25751C2A96E9C94669ED7CF
- ↑ http://anarcoefemerides.balearweb.net/post/35852