Guarujá
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Município da Estância Balneária de Guarujá | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
"Pérola do Atlântico" | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Guarujá é um município do estado de São Paulo, na Região Metropolitana da Baixada Santista, microrregião de Santos, localizado na latitude sul 23º 59' 18" e longitude W (oeste) 46º 14' 32", a uma altitude de 4,27 m. A população estimada em 2007 era de 296.150 habitantes.[1] Possui uma área de 142,7 km², o que resulta numa densidade demográfica de 2.076,94 hab/km². É a terceira maior ilha do litoral do estado de São Paulo.
Atualmente, o Guarujá é conhecido como a "Pérola do Atlântico" devido as suas belas praias e belezas naturais. Muito procurada pelos turistas na alta temporada, a cidade conta com praias urbanizadas e alguma selvagens, acessíveis apenas por trilhas. Além do litoral, Guarujá oferece construções históricas e trilhas de ecoturismo. Outra atração local é a pesca artesanal, que pode ser vista e praticada em diversas praias do município.
Índice |
[editar] Estância balneária
Guarujá é um dos quinze municípios paulistas considerados estâncias balneárias pelo estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar junto a seu nome o título de estância balneária, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.
[editar] História
A ilha de Santo Amaro surge em sua atual forma no final da Era Glacial, entre 20 e 10 mil anos, quando o Canal de Bertioga e o estuário de Santos são abertos com a contínua elevação do nível do Oceano Atlântico e criam a atual ilha, a separando do continente.
Os primeiros habitantes são os homens dos sambaquis, grupo humano semi-nômade que habitou o litoral sul/sudeste brasileiro apó o final da Era Glacial. Este povo vivia da coleta de moluscos, conchas, mexilhões e demais alimentos marinhos, bem alguns alimentos vegetais e caça de pequenos animais e peixes. Não conheciam a agricultura e seu único registro conhecido são os montes de restos de conchas espalhados pelo litoral, chamados de sambaquis. Em Guarujá, foram localizados sambaquís na praia do Mar Casado e Pernambuco.
Após a era dos sambaquis, a ilha passa a ser visitada por grupos tupi, que deram o primeiro nome a ilha: Guaibê (lugar de carangejos) e também Guaru-ya (passagem estreita). Os tupis não habitaram a ilha, permanecendo no entorno da Serra do Mar e no Planalto Paulista, mas utilizavam a ilha para a colheita de sal e pesca.
Em 22 de Janeiro 1502 o primeiro europeu pisa na ilha. André Gonçalves e Américo Vespúcio aportam na praia de Santa Cruz dos Navegantes, depois seguindo viagem a ilha de São Vicente.
A ilha, pantanosa e acidentada, não atrai a atenção dos colonizadores portugueses, que preferem-se centrar esforços na vizinha ilha de São Vicente, esta mais ampla e salubre e contando com um acesso privilegiado ao Planalto Paulistano, através de trilhas indígenas. Apesar do desinteresse, alguns colonos portugueses acabam se instalando na costa ocidental de Santo Amaro, sobrevivendo de agricultura de subsistência, pesca e reparos de navegações utilizadas no estuário de Santos.
Em 1543, quando da primeira divisão territorial brasileira, toda a região entre a ilha de Santo Amaro e a barra do rio Juqueririê (futuros municípios de Guarujá, Bertioga e parte de São Sebastião) é concedida a Pero Lopes de Sousa por seu irmão Martim Afonso de Sousa sob o nome de capitania de Santo Amaro. A capitania, sem recursos naturais de importância e sem ligações com o Planalto, não se desenvolve. As únicas ações visando a ocupar o território são a construção dos Fortes de São João e São Filipe, destinados a proteção do porto do Santos, uma beneficiadora de óleo de baleia no extremo norte da ilha, na desembocadura do Canal de Beritoga e a ação de alguns grupos de jesuítas para a cataquese de índios.
Durante toda a fase Colonial e Imperial a ilha não atrai atenção, sendo povoada apenas por colonos pontuais e por pequenos sítios destinados a esconder escravos contrabandeados da África.
No final do século XIX, com o surgimento do turismo, o desenvolvimento da economia paulista e a existência de um acesso ferroviário rápido e fácil entre o litoral e o Planalto Paulistano provocam um novo interesse pela ilha de Santo Amaro. Em 1890 um dos posseiros de áreas na ilha, Valêncio Augusto Teixeira Leomil, possuidor de extensa área localizada entre a praia do Perequê e o Canal de Bertioga solicita a câmara de Santos direitos de uso sobre largas áreas da ilha e concessão por uma ligação ferrea a ser construida entre o estuário de Santos e sua propriedade. Dois anos depois, em 1892, Valêncio Leomil vende seus direitos aos empresários paulistanos Elias Chaves e Elias Pacheco, que fundam a Companhia Balneária da Ilha de Santo Amaro.
A Companha tem como fim a criação de uma vila balneária na praia de Pitangueiras e a exploração do turismo na ilha. Para a vila, são encomendados 46 casas de madeira nos Estados Unidos e um hotel de luxo, contando inclusive com um cassino. Além da vila, a Companhia construiu uma linha férrea ligando o estuário de Santos a praia de Pitangeiras, o batizando de Tramway do Guarujá, bem como o primeiro serviço estável de navegação entre Santos e Guarujá.
O hotel cassino, batizado de La Plage, é inaugurado em 1893 e torna-se reduto da classe alta paulistana durante o verão. O sucesso do hotel e a reputação do Guarujá como destino de verão da classe alta paulistana levam a um contínuo desenvolvimento da vila durante a primeira metade do século XX. Em 1923 a vila é transformada em Distrito de Paz, e em 30 de junho de 1926 o distrito torna-se Prefeitura Sanítária, separando-se de Santos. Em 1931, a Prefeitura Sanítária é extinta, com a reintegração da ilha ao território de Santos e Guarujá volta a ter autonomia apenas em 30 de junho de 1934, no antigo status de "prefeitura sanitária". Em 1947 as prefeituras sanitárias são extintas e Guarujá torna-se município de pleno direito.
O fim dos jogos de azar no governo de Eurico Gaspar Dutra e a construção da via Anchieta, ligando a Baixada Santista a São Paulo modificam a ocupação da ilha. A antiga vila balneária se adensa com a chegada de maiores quantidades de turistas e novos moradores. Edificios começam a surgir na orla de Pitangueiras e Astúrias e praias até então desertas, como Enseada, Pernambuco e a própria Perequê começam a ser visitadas. Paralelamente, migrantes nordestinos migram para a ilha a procura de emprego, se fixando na região do velho forte de Itapema, dando origem ao distrito de Vicente de Carvalho.
Entre as décadas de 1970 e 1980 Guarujá cresce descontroladamente. Toda a orla da cidade entre a praia do Tombo e Pernambuco é ocupada por diversos loteamentos e edificios, sem a necessária contra-parte de infra-estrutura. O Milagre Econômico dos anos 70, a construção da Rodovia Piaçagüera-Guarujá, ligando a ilha diretamente a Via Anchieta e em menor grau as novas rodovias Rio-Santos e Moji-Bertioga (possibilitando o acesso ao Vale do Paraíba e Litoral Norte) provocam a explosão do turismo e da migração para a ilha. A qualidade ambiental vai caindo, com a poluição das águas, a ocupação de áreas sensíveis como morros e mangues e o número cada vez maior de turistas, moradores e migrantes sobrecarregam o Guarujá.
A situação se torna crítica no final da década de 80 e início de 90, quando milhões de turistas visitam a ilha todos os verões, provocando o colapso da infra-estrutura do Guarujá, com cortes de eletricidade, falta de água e poluição das praias. Extensas áreas do município são ocupadas por favelas, habitadas pelos migrantes em buscas de novas oportunidades e a criminalidade toma corpo. O cenário caótico leva a uma profunda crise no turismo e na economia do Guarujá, que perde turistas e investimentos para o Litoral Norte e até mesmo para outras cidades da Baixada Santista.
A segunda metade da década de 1990 vê uma recuperação progressiva do balneário, com investimentos em saneamento, habitação, infra-estrutura e até mesmo efeitos benéficos da divisão do total de turistas com outras regiões, causando menor sobrecarregamento na cidade. Paulatinamente a cidade começa a receber novos investimentos e começa a desenvolver o turismo de negócios e a prestação de serviços, visando a expandir sua base econômica e se tornar menos dependente do turismo sazonal.
[editar] Atrações turísticas
[editar] Forte dos Andradas
Sua construção teve início em 1934 pelo tenente-coronel de Engenharia João Luís Monteiro de Barros e inaugurado em 10 de novembro de 1942, constituindo-se a principal defesa da entrada da Baía de Santos ao sul da Ilha de Santo Amaro. Recebeu esse nome em homenagem aos irmãos Andradas (José Bonifácio, Antônio Carlos e Martim Francisco) que tiveram muita importância durante o período imperial.
Dotado de um complexo e eficiente sistema de tiro, o Forte dos Andradas encontra-se a uma altitude de aproximadamente 300 metros acima do nível do mar, tendo como via de acesso uma estrada pavimentada, bem conservada. Após percorrer-se uma distância em torno de dois quilômetros em cujas margens, depara-se com um túnel cavado na rocha, com cerca de 400m de extensão, no qual encontra-se as antigas câmaras de tiro e os elevadores destinados a transporte da munição para os obuseiros e para observadores que guarneciam o Posto de Observação.
Atualmente, as instalações do forte são conservadas pela 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, e formam um exuberante ponto turístico que foi aberto à visitação pública em janeiro de 1994. Nos diversos Mirantes do Forte, o turista vai deparar com as vistas marítima mais bonitas de todo litoral paulista. Possui também uma praia denominada Praia do Monduba ou Artilheiro,com 400m de extensão, a qual só é permitido o acesso mediante autorização prévia do comando do exército, ali instalado.
[editar] Geografia
[editar] Demografia
Dados do Censo - 2000
- População Total: 296.368 (2005)
- Urbana: 264.733
- Rural: 79
- Homens: 130.875
- Mulheres: 133.937
- Densidade demográfica (hab./km²): 1855,73
- Mortalidade infantil até 1 ano (por mil): 18,38
- Expectativa de vida (anos): 69,93
- Taxa de fecundidade (filhos por mulher): 2,32
- Taxa de Alfabetização: 91,55%
- Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M): 0,788
- IDH-M Renda: 0,730
- IDH-M Longevidade: 0,749
- IDH-M Educação: 0,885
- (Fonte: IPEADATA)
[editar] Rodovias
[editar] Transporte
Situado na Ilha de Santo Amaro, ao largo de Santos e da Bertioga, o município dispõe de um conjunto de 27 praias, sejam isoladas e acessíveis apenas por trilha ou barco, e outras em áreas urbanizadas. Sua economia esta apoiada na atividade turística, e também possui atividade marítima de lazer, indústria, e uma intensa atividade portuária, conta também com movimento comercial em Vicente de Carvalho, que é o segundo maior da Região Metropolitana.
Um acesso ao Guarujá (Ilha de Santo Amaro) pode ser feito por balsas da Travessia Santos-Guarujá, que partem da Ponta da Praia em Santos. Na travessia são utilizadas 6 balsas que tem capacidade para 12 e 40 carros, a capacidade da travessia é atualmente de 1500 carros por hora. A travessia entre Santos e Guarujá tem um dos maiores volumes de tráfego do mundo, são 28 mil veículos por dia, ida e volta, nos meses de novembro a março, o movimento chega a 35 mil veículos por dia.
Outro acesso é pela Rodovia Cônego Domênico Rangoni que percorre a área continental do município de Santos, chegando a ilha através da Ponte do Monte Cabrão no Canal de Bertioga. Após o Canal de Bertioga, temos quatro entradas para a cidade. Uma é o Trevo da Vila Áurea. A outra é a rua Professor Idalino Pinez, mais conhecida como rua do Adubo, largamente utilizadas pelos caminhões que chegam e buscam o cais do Porto de Santos. A Terceira é o Viaduto que atravessa a rodovia e os bairros de Morrinhos e Vila Zilda, fazendo a ligação com o Túnel em direção as praias da Enseada e outras. A quarta e mais importante entrada fica no fim do trecho sob jurisdição da Ecovias e da acesso direto à sede do município.
Pedestres podem aceder à ilha por via marítima, as barcas partem do centro de Santos com destino a Vicente de Carvalho, há barcas também na Ponta da Praia em Santos com destino ao outro lado do estuário.
[editar] Outros meios
Além dos meios convencionais de transporte, merece destaque o uso de bicicletas. Um estudo da Agem - Agência Metropolitana detectou que a maioria dos ciclistas faz da bicicleta o meio de transporte para o trabalho. Principalmente moradores de Vicente de Carvalho que trabalham no porto. Guarujá é entre os municípios da Baixada, o que possui maior número de bicicletas. De acordo com o Departamento de trânsito, dos 265 mil habitantes, 35 mil possuem bicicleta com um crescimento de 5% ao ano. O município conta com cinco estacionamentos exclusivos para bicicletas, alguns funcionando 24 horas. Segundo a Dersa (empresa que administra a travessia marítima entre Santos e Guarujá), transitam pelos "Ferry Boat" uma média diária de 14 mil bicicletas nos dois sentidos.
Essa quantidade de bicicletas como meio de tranporte levou as cidades da região a adequarem suas estruturas urbanas para este tipo de transporte. Guarujá implantou 16,47 km de ciclovias/ciclofaixas e esta previsto mais 12,89 km a serem implantados até 2011.
[editar] Frota de automóveis
Guarujá tem a quarta frota da Região Metropolitana. Dados divulgados pela Fundação Seade indicam que a frota de veículos automotores da Região Metropolitana da Baixada Santista permanece com crescimento superior ao da população. O índice registrado foi de 33,40% entre 2002 a 2006, enquanto que a população aumentou 7,96%. Guarujá ocupa a quarta posição tanto no número de carros quanto no número de habitantes por veículo.
- Fonte: Fundação Seade - Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados.
[editar] Regiões
Bairros de Guarujá, separados por região:
Zona Leste | Zona Centro |
Balneário Guarujá | Pitangueiras |
Balneário Mar Casado | Barra Funda |
Balneário Praia do Pernambuco (primeira gleba) | Zona Sul |
Balneário Praia do Pernambuco (segunda gleba) | Complexo Industrial Naval de Guarujá |
Balneário Praia do Pernambuco (recanto AZ) | Jardim Astúrias |
Balneário Prainha Branca | Jardim Guaiúba |
Balneário Santa Fé | Loteamento Alexandre Migues |
Balneário Cidade Atlântica | Vila Luiz Antônio |
Jardim Acapulco | Jardim Las Palmas |
Jardim Acapulco II | Zona Oeste |
Jardim Acapulco III | Jardim São José |
Jardim Ana Maria | Jardim Santo Amaro |
Jardim Belmar | Jardim dos Pássaros |
Jardim Centenário | Jardim Helena Maria |
Jardim das Conchas | Jardim Primavera |
Jardim Enseada | Jardim Santa Maria |
Jardim J.B. Julião | Jardim São Manuel |
Jardim Mar e Céu | Loteamento González |
Jardim Praiano | Vila Santa Rosa III |
Jardim Pernambuco I | Jardim Funchal – Vila Lígia |
Jardim Pernambuco II | Vila Santa Rosa (primeira gleba) |
Jardim Santa Isabel | Vila Santa Rosa (segunda gleba) |
Jardim São Miguel (primeira gleba) | Vila Santo Antônio |
Jardim Tejereba | Zona Norte/Norte |
Jardim Três Marias (primeira gleba) | Jardim Enguaguaçu – Esplanada Castelo |
Jardim Três Marias (segunda gleba) | Jardim Santense – Vila Alice |
Jardim Virgínia | Vila Cunhambebe |
Jardim Vitória | Vila Itapema |
Loteamento Marisol Marina | Zona Norte/Sul |
Loteamento Península | Jardim Alvorada |
Marina Canal Guarujá | Jardim Conceiçãozinha |
Park Lane | Jardim Boa Esperança |
Parque Enseada | Jardim Progresso |
Penhasco das Tartarugas | Jardim Monteiro da Cruz |
Portal do Guarujá | Vila Zilda |
Recanto das Tartarugas | Vila Áurea |
Santa Paula Melhoramentos | Morrinhos |
Sítio Iporanga | |
Sítio Taguaíba | |
Guarujá Central Park | |
Sítio Palmeiras | |
Morro do Mar Casado | |
Vila Júlia |
Referências
- ↑ 1,0 1,1 Estimativas - Contagem da População 2007. IBGE. Página visitada em 14 de Novembro de 2007.
- ↑ 2,0 2,1 IBGE – Produto Interno Bruto dos Municípios 2002-2005 19 de Dezembro de 2007
[editar] Ligações externas
- Página da prefeitura
- Página da câmara
- Assista a um vídeo no Google Video sobre Guarujá (em inglês)