Escola Prática de Cavalaria
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A Escola Prática de Cavalaria, a casa-mãe da cavalaria, é uma unidade do Exército Português dependente do Comando da Instrução e Doutrina do Exército, situa-se em Abrantes.
[editar] Antecedentes
Os esforços de guerra com Espanha, a par das dificuldades económicas do País, levaram a que, nas vésperas das invasões francesas (1807-1810), a estrutura da defesa nacional continuasse debilitada. As campanhas militares da Guerra Peninsular (1808-1814) e as reformas então empreendidas pelo Marechal Beresford em 1809, onde se incluiu a criação de Depósito de Recrutas de Cavalaria em Salvaterra de Magos, confirmavam a necessidade de dotar a Cavalaria com um organismo uniformizador da instrução das Tropas da Arma. Ignorando-se as datas da criação e extinção do Depósito Geral de Cavalaria, constituído por 12 (doze) Companhias, pertencentes, cada uma delas, a um dos 12 Regimentos da orgânica então em vigor, pode-se afirmar que datam dos princípios do século XIX as primeiras tentativas de criação de uma Escola de Cavalaria destinada a ministrar a instrução militar, técnica e táctica aos novos soldados antes de serem incorporados nos Regimentos de Cavalaria. As consequências da Guerra Peninsular, com o seu cortejo de dificuldades de ordem económica, agravadas ainda por longo período de lutas civis e instabilidade política, reflectiram-se, como não podia deixar de ser, na orgânica militar do País, gorando-se muitos dos estudos e esforços feitos no sentido de a tornar mais adequada às necessidades da Nação.
Até meados do séc. XIX sucederam-se então várias criações e extinções de Depósitos e Escolas de Cavalaria, de acordo com as modificações introduzidas pelos Governos, quer liberais quer absolutistas:.
1813 - Criação do Depósito de Cavalaria, em Évora
1829 - Criação do Depósito de Cavalaria da Ilha Terceira
1830 - Extinção do Depósito de Cavalaria da Ilha Terceira
1834 - Criação do Depósito Geral de Cavalaria e extinção do Depósito de Cavalaria de Évora
1836 - Criação da Escola Militar de Equitação, em Lisboa
1841 - Criação da Escola Normal para o ensino da ordenança de Cavalaria, em Évora
1847 - Extinção da Escola Militar de Equitação, em Lisboa
A Ordem do Exército nº 3 de 09 de Janeiro de 1850 publicou o Decreto, com força de lei, que reorganizava o Exército. Os artigos 1º e 2º do Capítulo VII desse Decreto tratam da criação de mais um Depósito Geral de Cavalaria, o qual, em tempo de paz dispunha, além do respectivo Estado Maior e Menor, de Destacamentos dos 8 (oito) Regimentos de Cavalaria e de uma Escola de Equitação e Ensino de jogo de armas. Mais tarde, por Decreto de 11 de Dezembro de 1851, foi alargada a missão do Depósito, precisando-se que os Alferes-alunos, Aspirantes a Oficial, Sargentos Ajudantes e Primeiros Sargentos não poderiam ser promovidos sem ter sido previamente examinados e aprovados no Depósito de Cavalaria e, o que é já mais elucidativo quanto à natureza da sua missão dentro da Arma, o Comandante poderia propor, sucessivamente, alterações aos regulamentos da instrução. Estava-se no bom caminho, sem dúvida, mas o Depósito, a partir de 1855, deixou de funcionar e foi definitivamente extinto em 1860. Em 1863, ano em que o Ministro da Guerra Sá da Bandeira procedeu a nova reforma do Exército, foi remodelada a Escola de Equitação e jogo de armas. Em 1866, o Ministro da Guerra Fontes Pereira de Melo nomeou uma comissão para propor a criação de um “campo de instrução e manobra”, renovando-se assim a antiga ideia do Conde de Lippe para o aperfeiçoamento da instrução militar. Em 31 de Dezembro de 1868, foi criado o Depósito de Cavalaria em Torres Novas sendo Sá da Bandeira novamente o Ministro da Guerra, Na organização do Exército de 1869, em que o Ministro da Guerra foi Luís da Silva Maldonado de Eça, verificou-se a extinção do Depósito de Cavalaria em Torres Novas. A organização que se seguiu, foi promulgada pelo Ministro da Guerra Fontes Pereira de Melo em 1884, e que ficou “tradicional no Exército por ter sido das mais importantes e das mais duradouras”. Foi então criado o Depósito de Cavalaria em Alcobaça.
Mas o grande desígnio para a organização duma Escola de Cavalaria não estava realizado, embora em Dezembro de 1882, o Ministro da Guerra Fontes Pereira de Melo tenha lamentado não ter podido levar adiante aquele preceituado. Contudo, nomeou uma comissão para estudar os meios de levar a efeito a criação duma Escola de Infantaria e Cavalaria, onde se professassem as disciplinas dos respectivos cursos e fosse, ao mesmo tempo, Escola de aplicação das duas Armas. As reformas propostas por essa comissão eram, porém, demasiado radicais para poderem receber a desejada aprovação. Por isso, só em 1887, o Ministro da Guerra, visconde de S. Januário, pôde dar forma à ideia de Fontes Pereira de Melo, mas em condições que de modo alguns podiam servir os verdadeiros interesses da Cavalaria e Infantaria.
Por carta de lei de 22 de Agosto de 1887 é criada, em Mafra, a Escola Prática de Infantaria e Cavalaria. Aí se ministrava a instrução de tiro nas suas diversas aplicações, se estudavam as armas portáteis usadas no Exército, a Telegrafia Óptica e avaliação de distâncias à vista, a fortificação de campanha e se praticava o serviço de segurança e exploração, bem como a esgrima e a ginástica. Para o efeito reuniram-se na Escola, em cada período de instrução, um Batalhão de Infantaria e um Esquadrão de Cavalaria, ambos em pé de guerra.
Não há dúvida que a criação desta Escola pode considerar-se como primeiro passo válido em direcção ao objectivo constantemente reclamado pela opinião militar e, em particular, pelas duas Armas interessadas: a Escola privativa - organização em que residisse o seguro alicerce das duas existências e ponto de partida para as suas futuras evoluções.
A força destes poderosos motivos acabou por fazer-se sentir no topo da hierarquia militar. E foi assim que, por Decreto de 17 de Abril de 1890, inserto na Ordem do Exército nº 16 de 26 desse mesmo mês e ano, se determinou a extinção da Escola Prática de Infantaria e Cavalaria tendo, nessa decorrência, sido criadas duas Escolas Práticas independentes para as respectivas Armas
Não esquecer que a Escola Prática de Cavalaria esteve instalada em Santarém, antes da sua actual localização em Abrantes, e que foi de Santarém que partiu a coluna militar que havia de ocupar Lisboa na madrugada de 25 de Abril de 1974.