Christiane F.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Vera Christiane Felscherinow mais conhecida como Christiane F., (Hamburgo, 20 de maio de 1962), é a personagem principal do livro autobiográfico Wir Kinder vom Bahnhof Zoo, publicado e editada pela revista alemã Stern em 1978.
Índice |
[editar] Biografia
Mudou-se para Berlim em 1968 com os pais e com a irmã mais nova. Morou primeiramente no distrito municipal de Kreuzberg, depois no distrito municipal de Neukölln. Mas foi no bairro de Groppiusstadt, onde Christiane começou a envolver-se com as drogas ao freqüentar o Grupo de Jovens. Em 1974, aos 12 anos de idade, começou a fumar cannabis e consumir medicamentos como Valium, Mandrix e LSD.
[editar] O Sound
Em 1975, aos 13 anos, Christiane começou a freqüentar o Sound, a discoteca mais badalada na época em Berlim. Alí conheceu Detlef (aquele que seria seu namorado no filme) além de Axel, Babsi(que morreu aos 14 anos), Atze, Zombie, Stella entre outros.
[editar] A Heroína
Uma nova droga começava a circular na cena em Berlim. Era a heroína, ou simplesmente "H", como era mais conhecida. Apesar de temida pelo seu alto poder de viciar e por representar alto risco de morte, todos os amigos de Christiane acabaram viciando-se com heroína, inclusive Detlef.
Christiane inalou heroína pela primeira vez após assistir a um show de David Bowie. Sua primeira "picada" foi numa casa de banho pública na Estação Berlin Zoologischer Garten. A partir daí Christiane afundaria cada vez mais no vício.
[editar] A Prostituição
À medida que o vício avançava, Christiane aos 14 anos, como todos os seus amigos, começou a se prostituir na Estação Zoo para comprar heroína. A própria Christiane relata que no início, escolhia os clientes com quem faria programa e que se limitava a masturbá-los ou praticava boquete neles. Mas com a necessidade de "se picar" três vezes ao dia, Christiane passou a aceitar qualquer cliente que se apresentasse (inclusive estrangeiros) e a praticar sexo dentro de carros. Os tempos de prostituição duraram de 1974 a 1977, quando foi presa e acusada de tráfico e consumo de drogas.
[editar] O Livro
Durante seu julgamento num tribunal de infância e juventude, os jornalistas Kai Hermann e Horst Hieck ficaram fascinados com seu depoimento sobre o vicio e propuseram a ela uma entrevista que acabou se estendendo por meses e deu base para o famoso livro Wir Kinder vom Bahnhof Zoo. O livro foi sucesso mundial sendo lançado em vários países, inclusive no Brasil com o titulo Eu, Christiane F., 13 anos drogada e prostituída e Portugal (Os Filhos da Droga). Com o sucesso do livro, Christiane ficou mundialmente famosa e até passou um tempo "limpa", garantindo estar livre das drogas. Mas em 1983, a polícia a prendeu no apartamento de um traficante em Berlim. Nesta época concedeu uma entrevista à revista alemã Stern, confessando que nunca havia realmente largado a heroína. Esta entrevista foi publicada no Brasil pela extinta revista Manchete em 1984.
[editar] O Filme
[editar] Atualmente
A maioria dos amigos de Christiane morreu vítima da heroína, entre eles sua amiga Babsi com 14 anos, além de Andreas W. (Atze) e Axel, ambos com 17. Christiane sobreviveu, mas nunca conseguiu se livrar do vício. Hoje, aos 45 anos, toma vários medicamentos, passa regularmente por sessões de hemodiálise e consome maconha. Tem Hepatite C (doença incurável) e problemas circulatórios. Os médicos, além de afirmarem que, devido aos seus problemas circulatórios, ela pode ter uma crise a qualquer momento, dizem também que seu estado é irreversível. Em dezembro de 2005, o serviço público de saúde alemão registrou duas internações da paciente. Christiane mora num apartamento simples em Berlim com dois tios e com o filho, Jan-Niklas.
Detlef também sobreviveu e trabalha como motorista de ônibus em Berlim. Mora com sua esposa e dois filhos e garante que se livrou das drogas em 1980.