Caesalpinia echinata
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Pau-brasil |
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Detalhe da flor do pau-brasil
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Classificação científica | ||||||||||||||||
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Caesalpinia echinata ( Lam., ) |
Pau-brasil é um dos nomes populares da espécie Caesalpinia echinata Lam., uma leguminosa nativa da Mata Atlântica, no Brasil. Seu nome em tupi é ibira pitanga, ou "madeira vermelha".
O nome popular em português deriva da cor de brasa da resina vermelha contida na sua madeira. É conhecido também pelos nomes de brasileto, ibirapiranga, ibirapita, ibirapitã, muirapiranga, orabutã, pau-de-pernambuco, pau-de-tinta, pau-pernambuco e pau-rosado.
São também conhecidos como pau-brasil, embora tenham preferencialmente outros nomes, a Caesalpinia ferrea (pau-ferro) e a C. peltophoroides (sibipiruna).
Sinonímia botânica: Guilandina echinata (Lam.) Spreng.
Pela Lei nº 6.607, de 7 de Dezembro de 1978, o Pau-Brasil foi declarado Árvore Nacional do Brasil. Obs.: o trecho seguinte está "compactado" de modo a despoluir visualmente o contexto da página toda.
LEI Nº 6.607, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1978.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art . 1º - É declarada Árvore Nacional a leguminosa denominada Pau-Brasil (Caesalpinia echinata, Lam), cuja festa será comemorada, anualmente, quando o Ministério da Educação e Cultura promoverá campanha elucidativa sobre a relevância daquela espécie vegetal na História do Brasil.
Art . 2º - O Ministério da Agricultura promoverá, através de seu órgão especializado, a implantação, em todo o território nacional, de viveiros de mudas de Pau-Brasil, visando à sua conservação e distribuição para finalidades cívicas.
Art . 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Art . 4º - Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, em 07 de dezembro de 1.978; 157º da Independência e 90º da República.
ERNESTO GEISEL
A árvore, que se encontra na lista do IBAMA de espécies ameaçadas de extinção, na categoria vulnerável, na verdade é uma árvore rara na flora brasileira que alcança entre 10 e 15 metros de altura e possui tronco reto próprio para corte, a madeira de cor cinza-escuro, coberto de acúleos, especialmente nos ramos mais jovens (echinata significa "com espinhos") é também conhecida como pau-ferro por ser mais densa do que a água e não flutuar o que prejudica o seu transporte no meio fluvial. As folhas são compostas bipenadas, de cor verde médio, brilhantes. As flores nascem em racemos eretos próximo ao ápico dos ramos. Possuem 4 pétalas amarelas e uma menor vermelha, muito aromáticas; no centro encontram-se 10 estames e um pistilo com ovário súpero alongado. Os frutos são vagens cobertas por longos e afiados espinhos, contendo de 1 a 5 sementes discóides, de cor marrom.
Afirmam alguns historiadores que o corte do pau-brasil para a obtenção de sua madeira e sua resina foi a primeira atividade econômica dos colonos portugueses na recém-descoberta Terra de Santa Cruz, no século XVI e que abundância desta árvore no meio a imensidão das florestas inexploráveis teria conferido à colônia o nome de Brasil.
A resina vermelha era utilizada pela indústria têxtil européia como uma alternativa aos corantes de origem terrosa e conferia aos tecidos uma cor de qualidade superior. Isto, aliado ao aproveitamento da madeira vermelha na marcenaria, criou uma demanda enorme no mercado, o que forçou uma rápida e devastadora "caça" ao pau-brasil nas matas brasileiras. Em pouco menos de um século, já não havia mais árvores suficientes para suprir a demanda, e a atividade econômica foi deixada de lado, embora espécimens continuassem a ser abatidos ocasionalmente para a utilização da madeira (até os dias de hoje, usada na confecção de arcos para violino e móveis finos).
O fim da caça ao pau-brasil não livrou a espécie do perigo de extinção. As atividades econômicas subseqüentes, como o cultivo da cana-de-açúcar e do café, além do crescimento populacional, estiveram aliadas ao desmatamento da faixa litorânea, o que restringiu drasticamente o habitat natural desta espécie. Mas sob o comando do Imperador Dom Pedro II, vastas áreas de Mata Atlântica, principalmente no estado do Rio de Janeiro, foram recuperadas, e iniciou-se uma certa conscientização preservacionista que freou o desmatamento. Entretanto, já se considerava o pau-brasil como uma árvore praticamente extinta.
No século XX, a sociedade brasileira descobriu o pau-brasil como um símbolo do país em perigo de extinção, e algumas iniciativas foram feitas no sentido de reproduzir a planta à partir de sementes e utilizá-la em projetos de recuperação florestal, com algum sucesso. Atualmente, o pau-brasil tornou-se uma árvore popularmente usada como ornamental. Se seu habitat natural será devastado por completo no futuro, não se sabe, mas a sobrevivência da espécie parece assegurada nos jardins das casas e canteiros urbanos.
[editar] Curiosidades
O projeto de lei PL-3380/1961 visava declarar o Pau-Brasil e o Ipê-amarelo, respectivamente, Árvore e Flor Nacionais, mas este projeto não foi aprovado, conforme informa o site oficial da Câmara dos Deputados[1]. Pelos projetos de lei PL-2293/1974 e PL-882/1975, ambos arquivados na Câmara dos Deputados, tentou-se instituir o Ipê como flor nacional do Brasil. - Possivelmente por confundir o projeto de 1961 - que NÂO FOI APROVADO - com a lei de 1978, diversas pessoas divulgam a informação FALSA de que a lei do pau-brasil teria declarado o Ipê-amarelo como flor nacional do Brasil.
A madeira do pau-brasil é reputada como a melhor para a fabricação de arcos de violino.
Em 1924, Oswald de Andrade fez um manifesto sobre a nova poesia brasileira intitulado "Manifesto da Poesia Pau Brasil". É possivel se fazer pudim com a planta.
[editar] Pau-brasil em outras línguas
- Alemão:Brasilholz
- Chinês:巴西红木 (bāxī hóngmù)
- Dinamarquês:Brasiltræ
- Inglês:Brazilwood
- Espanhol:Brazil-arbo
- Esperanto:Palo-Brasil
- Francês:Pernambouc
- Italiano:Caesalpinia echinata
- Japonês: ブラジルボク (burajiruboku)
[editar] Fontes
- Harri Lorenzi, ''Árvores Brasileiras, vol 1. Instituto Plantarum.
- VIANNA, M. C., MARTINS, H. F., CASTELLANOS, A., ET AL. 1988. Arboreto Carioca (Edição Fac-Similada). Banco da Providência, Rio de Janeiro. 125 pgs.
- O AGRONOMICO 21:109-134, 1969.
- CESP -CENTRAIS ELÉTRICAS DE SÃO PAULO, Ed. 1988. Guia de Arborização, 3 Edição. Diretoria de Distribuição, São Paulo. 33 pgs.
- Site oficial da Câmara dos Deputados do Brasil [2]
- Site oficial da Presidência do Brasil - Lei nº 6.607, de 7 de Dezembro de 1978[3]