Ranking da CBF
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Ranking da CBF é um sistema de classificação dos clubes de futebol brasileiros instituído pela Confederação Brasileira de Futebol.
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[editar] Introdução
Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, ranking é uma "classificação ordenada de acordo com critérios determinados". A palavra vem do inglês "rank", verbo que significa "estar em posição alta, estar próximo ao chefe".
Nas diferentes modalidades esportivas, rankings são organizados para classificar os competidores ao longo de vários campeonatos ou torneios. Os critérios variam conforme o esporte, o país, a época, etc. - mas, ainda que sua aplicação seja sempre discutível, todo ranking busca sua legitimação em pressupostos objetivos.
Há basicamente dois tipos de rankings: os históricos e os de momento. Rankings históricos são cumulativos, e buscam classificar os competidores somando pontos em toda a história da competição. Rankings de momento referem-se apenas aos pontos conquistados pelos competidores num período recente, em geral os últimos 12 meses.
[editar] Rankings Históricos do Futebol Brasileiro
[editar] O Ranking de Pontos
Até 2002, a CBF utilizava como ranking histórico para os clubes de futebol brasileiros o chamado Ranking de Pontos, que simplesmente somava os pontos ganhos pelos clubes em todas as edições do Campeonato Brasileiro de Futebol.
Apesar da vantagem da simplicidade, este ranking tinha um problema grave: em seus 36 anos de história, o Campeonato Brasileiro de Futebol variou imensamente de tamanho e, portanto, de número de jogos. Por exemplo, em 1979, alguns times disputaram menos de 10 jogos e chegaram às semifinais, ao passo que outros jogaram 19 jogos (conquistando muito mais pontos) e não atingiram a mesma fase.
Além disso, a própria contagem de pontos variou ao longo do tempo: cada vitória valia 2 pontos até 1994 e, por determinação da Fifa, passou a valer 3 pontos a partir de 1995. Nos campeonatos de 1975 a 1978, vitórias por 2 ou mais gols de diferença davam pontos extras ao vencedor. Assim como nestes, outras edições tiveram outras características. (Para mais detalhes, veja o artigo Campeonato Brasileiro de Futebol.)
[editar] O Ranking de Colocações
Para contornar estes problemas, a revista Placar instituiu no final dos anos 80 o Ranking de Colocações, que consiste em dar sempre 10 pontos para o campeão, 9 pontos para o vice e assim sucessivamente até o décimo colocado em cada campeonato, que recebe 1 ponto.
Este critério resolve o problema das disparidades históricas entre os campeonatos, mas desconsidera outras competições, como a Copa do Brasil, que existe desde 1989, além da Taça Brasil, disputada de 1959 a 1968 e do Robertão (1967-1970), que foi o embrião do Campeonato Brasileiro.
[editar] Outros Rankings
Mais recentemente, outros órgãos de imprensa criaram outros rankings, em geral considerando não apenas as competições nacionais mas também as internacionais e, num movimento contrário, igualmente as competições estaduais e regionais.
Estes rankings são sem dúvida mais abrangentes, mas geram o problema da crescente subjetividade: como criar pontuações comparativamente justas entre diferentes competições, de âmbitos diferentes, em épocas diferentes?
[editar] O Novo Ranking da CBF
[editar] Pressupostos
Em 2003, a CBF propôs a criação de um novo ranking histórico do futebol brasileiro, partindo dos seguintes pressupostos:
(a) considerar apenas as competições nacionais organizadas pela própria CBF;
(b) dar pontos para todos os clubes que participam das competições de cada ano;
(c) dar mais pontos para as equipes melhor colocadas nas competições mais importantes.
[editar] Convenção de pontos
A partir daí, criou-se uma "convenção de pontos" que funciona da seguinte maneira:
[editar] Campeonato Brasileiro
A cada ano, são conferidos 60 pontos ao Campeão Brasileiro e, de forma aritmética, pontuações cada vez menores para os demais competidores: 59 para o vice-campeão, 58 para o 3º lugar, etc., até o 20º lugar, que recebe 41 pontos; a partir do 21º lugar, há um "degrau", e todos os clubes recebem os mesmos 4 pontos, independentemente do número de competidores no Campeonato daquele ano.
[editar] Séries B e C
O mesmo vale para a Série B: o 1º lugar recebe 40 pontos, o 2º lugar recebe 39 pontos, etc, até o 20º lugar, que faz jus a 21 pontos; a partir do 21º lugar, apenas 2 pontos.
Na Série C, o 1º lugar faz 20 pontos, o 2º faz 19 pontos, etc, e do 20º lugar em diante todos os clubes fazem 1 ponto.
[editar] Copa do Brasil
Ao mesmo tempo, a Copa do Brasil dá 30 pontos ao seu vencedor e pontuações cada vez menores aos demais concorrentes, porém de forma geométrica: 20 pontos para o 2º lugar, 10 pontos para os semifinalistas, 5 para os que chegam às quartas de finais, 3 para os eliminados nas oitavas, 2 para os clubes da segunda fase e 1 para os da primeira fase.
[editar] Erros lógicos
Uma análise mais aprofundada desta "convenção de pontos" mostra que o ranking da CBF possui dois erros lógicos que o impedem de cumprir seus pressupostos:
(1) a diferença na contagem de pontos (aritmética num caso e geométrica no outro) faz com que o o título da Copa do Brasil tenha, na prática, um valor muito maior que o título do Campeonato Brasileiro;
(2) o "degrau do 21º lugar", arbitrariamente aplicado a campeonatos que tiveram números de competidores muito desiguais, desequilibra toda a pontuação, em alguns casos chegando a "premiar" o rebaixamento.
A questão da diferença de contagem entre as duas competições se explica da seguinte forma: num ranking deste tipo, em que todos os clubes participantes são pontuados todo ano, o que importa não é o número absoluto conferido ao vencedor do título, mas a vantagem que ele obtém sobre os seus adversários por tê-lo conquistado.
O Campeão Brasileiro do ano ganha 60 pontos, mas o vice-campeão ganha 59 - portanto, o Campeão tem apenas 1 ponto de vantagem sobre o adversário mais próximo; na Copa do Brasil, em que a pontuação é geométrica, o campeão obtém 30 pontos, mas o vice fica com apenas 20 - 10 pontos a menos que o vencedor. É fácil concluir: na prática, o ranking da CBF dá 10 vezes mais vantagem para quem ganhar a Copa do Brasil do que para o Campeão Brasileiro do ano.
Por exemplo: se um time A ganhasse 9 vezes seguidas o Campeonato e no décimo ano fosse vice da Copa, enquanto o time B ficasse de vice no Campeonato por 9 vezes e depois vencesse a Copa, a pontuação da década seria a seguinte:
- time A: 9 x 60 = 540; + 20 = 560 pontos
- time B: 9 x 59 = 531; + 30 = 561 pontos
Ou seja: com essa forma de pontuação, é melhor ganhar 1 vez a Copa do que ganhar 9 vezes o Campeonato.
Outro exemplo: se um time A ganhasse o Campeonato Brasileiro e fosse vice da Copa, enquanto o time B ficasse em 10º no Campeonato Brasileiro, e depois vencesse a Copa, a pontuação seria a seguinte:
- time A: 60 + 20 = 80 pontos (1º na competição mais importante e 2º na de menor importância)
- time B: 51 + 30 = 81 pontos (10º na competição mais importante e 1º na de menor importância)
Ou seja: com essa forma de pontuação, é melhor ganhar Copa do que ir bem no Campeonato.
[editar] Distorções
Estes erros lógicos já provocaram vários tipos de distorções na contagem de pontos. Seguem-se alguns exemplos:
- 1º exemplo
Em 1993, o Palmeiras foi campeão brasileiro e chegou às quartas de final da Copa do Brasil - fez 65 pontos.
No mesmo ano, o Cruzeiro venceu a Copa do Brasil e foi apenas 15º no Brasileiro - fez 76 pontos.
- 2º exemplo
Entre 1991 e 1992, o Grêmio foi 19º lugar na série A e 9º lugar na Série B, voltando à divisão principal graças a uma "virada de mesa".
Entre 2004 e 2005, o Grêmio foi 24º e novamente caiu, voltando à série A no ano seguinte, mas desta vez com méritos, como 1º lugar da Série B.
Em função do "degrau do 21º", o Grêmio fez 74 pontos no biênio 1991-92, e apenas 44 pontos em 2004-05.
- 3º exemplo
O Internacional foi Bi-campeão Brasileiro em 1975-76 mas, em 1977, acabou no 25º lugar. (O Campeonato de 77 teve 62 clubes e o aproveitamento do Inter naquele certame foi de 61,5% - superior, por exemplo, ao do terceiro colocado em 2005.)
Neste mesmo período de 3 anos, o Vasco teve colocações abaixo da média do Inter: 20º lugar em 1975, 12º em 1976 e de novo 12º em 1977, sem nunca baixar do 20º lugar.
Resultado: entre 1975-77, o Inter fez 124 pontos e o Vasco, 139.
Ou seja: num período de 3 anos, o clube que foi bi-campeão teve, no ranking da CBF, 15 pontos a menos do que um clube que não passou do 12º lugar.
- 4º exemplo
Outra seqüência, esta mais recente: o Corinthians foi bi-campeão brasileiro em 1998-99, mas ficou apenas em 28º lugar em 2000 (num campeonato disputado por 116 clubes). No mesmo período, o Botafogo foi 14º, 14º e 20º no campeonato.
Como nunca baixou do 20º lugar, o Botafogo recebeu, por sua performance destes 3 anos, um total de 135 pontos. O Corinthians, bi-campeão no período, teve apenas 124 pontos.
- 5º exemplo
Em 1991 o São Paulo foi campeão brasileiro e não disputou a Copa do Brasil, fazendo 60 pontos, o máximo que poderia ter feito naquele ano; o Grêmio foi vice da Copa e 19º no brasileiro. Apesar de rebaixado, fez ao todo 62 pontos.
Ou seja: o Campeão Brasileiro teve menos pontos que um time rebaixado no mesmo ano, apenas porque este foi vice-campeão da Copa.
- 6º exemplo
Em 2006, Internacional e São Paulo foram, em ordem alternada, campeão e vice das duas mais importantes competições da América do Sul. Mesmo assim, quem fez mais pontos no Ranking da CBF, novamente, foram o campeão e o vice da Copa do Brasil, no caso, Flamengo e Vasco, respectivamente 11º e 6º colocado no Campeonato Brasileiro.
Internacional e São Paulo, além de Corinthians, Palmeiras, Goiás e Paulista, foram impedidos de participar da Copa do Brasil por estarem disputando a Libertadores, que não conta pontos para a CBF.
As 10 maiores pontuações do Ranking da CBF em 2006:
- 1º) Flamengo, 80 pontos;
- 2º) Vasco, 75 pontos;
- 3º) Santos, 62 pontos;
- 4º) São Paulo e Grêmio, 60 pontos;
- 6º) Internacional, 59 pontos;
- 7º) Paraná, Cruzeiro e Fluminense, 56 pontos;
- 10º) Figueirense, 54 pontos.
[editar] Correções possíveis
Para evitar distorções como estas, não seria necessário criar um novo ranking; bastaria corrigir os critérios de pontuação, adequando-os aos corretos pressupostos do Ranking da CBF. Por exemplo:
1) Diferença de pontuação geométrica também para os 4 primeiros lugares do campeonato brasileiro: 80 para o campeão, 75 para o vice, 65 para o 3º lugar, 60 para o 4º colocado. A partir do 5º lugar, pontuação aritmética normal: 56, 55, 54, etc.
2) Extinção do "degrau do 21º lugar" para campeonatos que tiveram mais de 20 participantes. A pontuação prossegue, aritmeticamente: 40 pontos para o 21º, 39 para o 22º, etc. Em vez disso, cria-se um "degrau de rebaixamento", independentemente do número de participantes, mas de acordo com as regras de cada campeonato: os rebaixados para a série B ganham apenas 4 pontos no ano; os rebaixados para a série C, apenas 1 ponto.
3) Bonificação (por exemplo, de 10 pontos) para os clubes que, por estarem classificados para a Libertadores da América, são impedidos de disputar a Copa do Brasil.
Estas alterações poderiam manter todos os pressupostos do ranking instituído pela CBF em 2003, mas ao mesmo tempo corrigiriam as suas mais evidentes distorções, o que seria fundamental para que o Ranking da CBF fosse legitimado por seus afiliados, pelos torcedores dos grandes clubes brasileiros e mesmo por organismos internacionais.
Outra possibilidade seria conceder uma pontuação para o desempenho dos clubes na Libertadores. (Por exemplo: participantes da 1ª fase ganham 10 pontos; classificados para a 2ª fase, 20 pontos; 4ªs de final, 30; semifinal, 40; final, 60; campeão, 80.) Mas aí um dos pressupostos do Ranking, de pontuar apenas de acordo com as competições organizadas pela CBF, seria modificado.
[editar] Conclusão
Mesmo tendo todos os problemas descritos acima, entre os 20 primeiros do ranking se encontram todos os 17 campeões do Brasileirão, inclusive os que estão nas Séries B (Bahia) e C (Guarani), e praticamente todos os campeões da Copa do Brasil, ausentando-se Criciúma, Juventude, Santo André e Paulista. As três equipes restantes (Vitória, Portuguesa e Goiás) nunca foram campeãs do Brasileirão ou da Copa do Brasil, mas já foram finalistas: a Portuguesa no Campeonato Brasileiro de 1996, o Vitória no Campeonato Brasileiro de 1993 e o Goiás na Copa do Brasil de 1990.
[editar] O Ranking atualizado
- Os 50 primeiros no ranking da CBF
Ranking de 03/12/2007
Pos. | Clube | UF | Pontos |
---|---|---|---|
1º | Grêmio | RS | 1978 |
2º | Corinthians | SP | 1938 |
3º | Vasco da Gama | RJ | 1928 |
4º | Flamengo | RJ | 1918 |
5º | São Paulo | SP | 1879 |
6º | Atlético Mineiro | MG | 1868 |
7º | Palmeiras | SP | 1840 |
8º | Internacional | RS | 1803 |
9º | Cruzeiro | MG | 1776 |
10º | Santos | SP | 1649 |
11º | Fluminense | RJ | 1561 |
12º | Botafogo | RJ | 1503 |
13º | Guarani | SP | 1409 |
14º | Goiás | GO | 1367 |
15º | Coritiba | PR | 1365 |
16º | Sport | PE | 1342 |
17º | Portuguesa | SP | 1284 |
18º | Bahia | BA | 1255 |
19º | Atlético Paranaense | PR | 1221 |
20º | Vitória | BA | 1185 |
21º | Santa Cruz | PE | 1132 |
22º | Náutico | PE | 1084 |
23º | Paraná | PR | 978 |
24º | Ponte Preta | SP | 947 |
25º | Ceará | CE | 936 |
26º | Remo | PA | 848 |
27º | Juventude | RS | 803 |
28º | Criciúma | SC | 659 |
29º | Fortaleza | CE | 658 |
30º | América de Natal | RN | 651 |
31º | Paysandu | PA | 632 |
32º | Londrina | PR | 629 |
33º | Joinville | SC | 583 |
34º | América Mineiro | MG | 555 |
35º | Botafogo | SP | 554 |
36º | CRB | AL | 548 |
37º | Operário-MS | MS | 531 |
38º | Desportiva | ES | 508 |
39º | Figueirense | SC | 481 |
40º | Americano | RJ | 479 |
41º | América-RJ | RJ | 477 |
42º | Bragantino | SP | 465 |
43º | Avaí | SC | 398 |
44º | Vila Nova | GO | 397 |
45º | São Caetano | SP | 392 |
46º | CSA | AL | 388 |
47º | Anapolina | GO | 386 |
48º | Gama | DF | 381 |
49º | Caxias | RS | 359 |
50º | Tuna Luso | PA | 356 |
[editar] Ver também
- FIFA
- Ranking Mundial da FIFA
- Ranking Feminino Mundial da FIFA
- Classificação dos maiores clubes de futebol
[editar] Ligações externas
- CBF Confederação Brasileira de Futebol
- Ranking Completo da CBF
- RSSSF Diversos rankings de competições nacionais