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Banana - Wikipédia, a enciclopédia livre

Banana

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Wikipedia:Como ler uma caixa taxonómica
Como ler uma caixa taxonómica
Banana
Bananas "Cavendish"
Bananas "Cavendish"
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Zingiberales
Família: Musaceae
Género: Musa
Espécies

Origem híbrida

A banana é o fruto (ou melhor: uma pseudobaga) da bananeira, uma planta herbácea vivaz acaule (e não uma "árvore", apesar do seu porte) da família Musaceae (género Musa - além do género Ensete, que produz as chamadas "falsas bananas"). As bananas constituem o quarto produto alimentar mais produzido no mundo, a seguir ao arroz, trigo e milho. São cultivadas em 130 países. São originárias do sudeste da Ásia, sendo actualmente cultivadas em praticamente todas as regiões tropicais do planeta. Vulgarmente, inclusive para efeitos comerciais, o termo "banana" refere-se às frutas de polpa macia e doce que podem ser consumidas cruas. Contudo, existem variedades cultivares, de polpa mais rija e de casca mais firme e verde, geralmente designadas por plátanos, banana-pão ou plantains, que são consumidas cozinhadas (fritas, cozidas ou assadas), constituindo o alimento base de muitas populações de regiões tropicais. A maioria das bananas para exportação são do primeiro tipo, ainda que apenas 10 a 15% da produção mundial seja para exportação, sendo os Estados Unidos da América e a União Europeia as principais potências importadoras.

As bananas formam-se em cachos na parte superior dos "pseudocaules" que nascem de um verdadeiro caule subterrâneo (rizoma ou cormo) que chega a ter uma longevidade de 15 anos ou mais. Depois da maturação e colheita do cacho de bananas, o pseudocaule morre (ou é cortado), dando origem, posteriormente, a um novo pseudocaule.

As pseudobagas formam-se em conjuntos (clusters) que se agrupam até cerca de vinte bananas em "pencas". Os cachos de bananas, pendentes na extremidade do falso caule da bananeira, podem ter 5 a 20 pencas e podem pesar de 30 a 50 kg. Cada banana pesa, em média, 125g, com uma composição de 75% de água e 25% de matéria seca. São uma fonte apreciável de vitamina A, vitamina C, fibras e potássio.

Ainda que as espécies selvagens apresentem numerosas sementes, grandes e duras, praticamente todas as variedades utilizadas na alimentação humana não apresentam sementes, como fruto partenocárpico que é.

Índice

[editar] Características

Cacho de bananas verdes ainda na bananeira.
Cacho de bananas verdes ainda na bananeira.

É uma fruta tropical de cor verde, quando imatura, chegando a amarela ou vermelha, quando madura. Seu formato é alongado, parecido com o formato de um pepino, porém de menor calibre, podendo, contudo, variar muito na sua forma consoante as variedades e cultivares. O mesmo acontece com a polpa que pode ser mole ou dura, doce ou acre. A banana é um fruto partenocárpico, tal como o abacaxi, pois pode formar-se sem fecundação prévia. É por isso que não possui sementes. Depois de cortadas escurecem facilmente devido à oxidação em contato com o ar.

A espécie Musa balbisiana, vendida no mercado indonésio contém, excepcionalmente, sementes, e é considerada uma das espécies ancestrais das actuais variedades híbridas geralmente consumidas.

A banana tida como mais saborosa é a banana prata.

[editar] Valor Nutricional

Valor nutritivo de 100 gramas de Banana Prata (valores apenas referenciais):

  • Macro Componentes
    • Água (g) - 74,26
    • Energia (kcal) - 92
    • Energia (kj) - 385
    • Proteína (g) - 1,03
    • Lipídeos (total) (g) 0,48
    • Carboidratos por diferença (g) - 23,43
    • Fibra dietética (total) (g) - 2,4
    • Cinzas (g) - 0,8

[editar] História

O cultivo de bananas pelo Homem teve início no sudeste da Ásia. Existem ainda muitas espécies de banana selvagem na Nova Guiné, na Malásia, Indonésia e Filipinas. Indícios arqueológicos e paleoambientais recentemente revelados em Kuk Swamp na província das Terras Altas Ocidentais da Nova Guiné sugerem que esta actividade remonta pelo menos até 5000 a.C., ou mesmo até 8000 a.C.. Tais dados tornam este local no berço do cultivo de bananas. É provável, contudo, que outras espécies de banana selvagem tenham sido objecto de cultivo posteriormente, noutros locais do sudeste asiático.

A banana é mencionada em documentos escritos, pela primeira vez na história, em textos budistas de cerca de 600 a.C.. Sabe-se que Alexandre, o Grande comeu bananas nos vales da Índia em 327 a.C.. Só encontramos, porém, plantações de banana organizadas a partir do século III d.C. na China. Em 650, os conquistadores Islâmicos trouxeram a banana para a Palestina. Foram, provavelmente, os mercadores árabes quem divulgou a banana por grande parte de África, provavelmente até à Gâmbia. A palavra banana teve origem na África Ocidental e, adoptada pelos portugueses e espanhóis passou também a ser usada, por exemplo, na língua inglesa.

Nos séculos XV e XVI, colonizadores portugueses começaram a plantação sistemática de bananais nas ilhas atlânticas, no Brasil e na costa ocidental africana. Mas as bananas mantiveram-se, durante muito tempo, desconhecidas da maior parte da população europeia. Por exemplo, note-se que Júlio Verne, na obra "A volta ao mundo em oitenta dias" (1872), descreve o fruto detalhadamente porque sabe que grande parte dos seus leitores o desconhece.

Algumas fontes referem que já existiam espécies nativas de bananeira na América pré-colombiana, que se designaria como pacoba, mas, em termos gerais, não é dado crédito a tal informação.

[editar] Usos e variedades

Existem quatro padrões ou tipos principais de variedades de banana: a banana-prata; a banana-maçã (de tamanho pequeno e mais arredondada), a Cavendish (também conhecida como banana-d'água ou caturra) e a banana-terra.

Entre as bananas de mesa contamos as variedades maçã, ouro, prata e nanica (anã, Dwarf Cavendish ou baé). Esta última deve o seu nome ao porte da bananeira sendo, na verdade, uma banana de grande dimensão. Outras variedades incluem a banana das Canárias, a banana da Madeira, a Gros Michael, a Latacan, a Nanican e a Grande Anã. A variedade Cambuta, como é designada em Cabo Verde, é resistente em climas mais frios, sendo a mais utilizada em zonas subtropicais e temperadas/quentes. A cultivar Valery, introduzida pelos portugueses em São Tomé, em 1965 e depois em Angola, onde foi responsável por um surto na produção de bananas neste país até 1974.

A banana, enquanto está verde, é constituída essencialmente por água e amido, e é por essa razão que o seu sabor é adstringente. No entanto, por essa razão, pode ser utilizada como fonte de hidratos de carbono em diversos pratos. Pode ser produzida farinha a partir de bananas verdes. À medida que vão amadurecendo, o amido transforma-se em açúcares mais simples, como a glicose e a sacarose, que lhe dão o sabor doce.

Além de consumida fresca, a banana é utilizada para diversos fins. Em sobremesas de colher, podemos citar o Banana split, ou mesmo as bananadas, feitas com banana-anã e banana-prata. É ingrediente indispensável na salada de fruta (ainda que oxide facilmente), podendo, ainda, ser utilizada na confecção de sangria. Mas a banana-pão (como a pacova, muito utilizada no norte do Brasil) é muito utilizada para outros fins culinários, como na confecção de Banana chips - aperitivo feito com rodelas de banana desidratada ou frita, ou como acompanhamento de diversos pratos tradicionais. As banana-anã e prata são frequentemente servidas cruas, misturadas com arroz e feijão ou outros acompanhamentos. Em alguns locais do Brasil, como em Antonina e cercanias, serve-se banana-terra cozida acompanhando o prato típico da região - o barreado - bem como na forma de "bala de banana". No Rio de Janeiro e em Pernambuco, o cozido é composto por carnes, tubérculos e legumes, além de bananas-da-terra e nanica. No sul de Minas Gerais é famoso o virado de banana nanica, que conta também com farinha de milho e queijo mineiro. No litoral norte de São Paulo, o prato principal da culinária caiçara chama-se "azul-marinho" e é constituído por postas de peixe cozidas com banana nanica verde sem casca, acompanhadas de um pirão feito com o caldo do peixe, banana cozida amassada e farinha de mandioca. Esta comunidades também produzem, tradicionalmente, aguardente de banana.

Banana chips
Banana chips

A banana-terra e a banana-figo são utilizadas fritas, tal como a banana anã, que deve, contudo, ser preparada à milanesa - isto é, passada por ovo batido e, depois, por farinha de trigo e farinha de rosca antes de ser frita, caso contrário, desmancha-se durante a fritura. A banana anã é ainda utilizada para assar.

A banana-maçã é indicada para problemas intestinais, ao aumentar facilmente o volume da massa fecal, ainda que possa causar obstipação.

A produção de sumo a partir de banana é dificultada pelo facto de se produzir apenas polpa quando o fruto é esmagado. Assim, não é possível obter "verdadeiro" sumo de banana, ainda que a sua polpa possa ser misturada ao sumo de outros frutos. Existem, contudo, sumos fermentados feitos a partir da polpa. Esta pode ainda ser utilizada na confecção de diversas compotas (especialmente com banana-figo e banana-anã).

Existem relatos de que seria usada, esmagada com mel, como remédio contra a icterícia em determinadas regiões asiáticas (onde o rizoma da bananeira é utilizado para o mesmo fim).

É também muito utilizada na alimentação de animais. É proverbial o seu uso na alimentação dos macacos, contudo é importante salientar que a banana jamais deve ser utilizada como única fonte de alimentação de macacos, pois contém pouco cálcio e muito fósforo[1], provocando um desequilíbrio alimentar bastante comum, que prejudica a formação e a manutenção da estrutura óssea dos animais.

[editar] Transporte e comercialização

Transporte de bananas
Transporte de bananas

Apesar de consumo prático, o transporte de bananas cria alguns problemas - amadurece rapidamente quando retirada de seu cacho e amassa com facilidade por ter uma casca não muito resistente. Além disso, como é uma fruta muito aromática, transfere o seu odor para objetos que com ela entrem em contato. A maior parte da produção para o mercado interno é constituída por bananas verdes para cozinhar ou banana-pão - as variedades utilizadas como fruta são facilmente danificadas durante o seu transporte, mesmo quando transportadas apenas no seu país de origem.

As cultivares comerciais de sobremesa mais consumidas nas regiões temperadas (espécies Musa acuminata ou o híbrido cultígeno Musa X paradisiaca) são importadas em larga escala dos trópicos. São muito populares também devido ao facto de constituírem uma fruta não sazonal, que pode ser consumida fresca durante todo o ano. No comércio global, a variedade cultivar de maior importância económica é, de longe, a banana Cavendish que ganhou em popularidade, durante a década de 1950 à cultivar Gros Michel, depois de esta ter sido dizimada pelo mal-do-panamá, um fungo que atacava as raízes das bananeiras.

Despencamento de bananas por mulheres, no Belize.
Despencamento de bananas por mulheres, no Belize.

Tal como acontece com outros tipos de fruta, é comum que o mercado internacional seja monopolizado por pouco mais que uma cultivar. Isso não se deve, contudo, ao sabor, mas às facilidades de transporte e de duração em armazenamento: de facto, as cultivares mais comercializadas raramente são mais saborosas que outras cultivares menos cultivadas por razões económicas. As infrutescências (cachos) são colhidas quando estão plenamente desenvolvidas, se se destinarem ao mercado interno. Se forem para exportação, são colhidas ainda verdes e com cerca de 3/4 do tamanho que poderiam atingir, amadurecendo em armazéns destinados para esse efeito no país onde serão consumidas. O momento da colheita exige grandes cuidados de modo a não machucar as bananas que perdem atractividade e qualidade se apresentarem manchas provocadas pelos choques. Os cachos são, então, despencados, ou seja, separados nas pencas que os constituem, rejeitando-se as pencas das extremidades (cerca de 25% da produção), por serem mais sujeitas aos choques durante o seu transporte, bem como pela sua forma e tamanho pouco adequado para a comercialização e para um eficaz acondicionamento. Estes excedentes podem ser utilizados pela indústria transformadora de alimentos, na produção de "purés", polpas para a confecção de sumos (fermentados ou não) ou na alimentação de animais. Em muitos casos, os excedentes são, simplesmente, deitados fora. As pencas são postas, então, em repouso para que exsudem a seiva em excesso, sendo depois lavadas e mergulhadas numa solução fungicida que evitará o apodrecimento a partir dos cortes. As pencas podem ainda ser cortadas em grupos mais pequenos (clusters) de modo a aumentar a quantidade de fruta embalada por unidade de volume, geralmente em caixas de cartão que podem ser envolvidas por sacos de polietileno e que são embarcadas, salvo raras excepções, nos chamados "barcos fruteiros". Para retardar o amadurecimento, é necessário renovar o ar no local de transporte, para retirar o etileno, hormona produzida pelo metalismo das bananas e que acelera a sua maturação.

Para induzir o amadurecimento das bananas, o ar do armazém pode ser rarefeito e preenchido por etileno. Contudo, se o fruto for comercializado verde, permitindo a maturação mais lenta, o sabor tornar-se-á mais agradável, com polpa firme, ainda que a casca possa ficar manchada e amarelo escura ou castanha. O sabor e a textura das bananas são, assim afectados pela temperatura a que amadurecem. Durante o transporte, são expostas a uma temperatura de cerca de 12°C e a uma humidade relativa próxima da saturação. A temperaturas mais baixas, contudo, a maturação é definitivamente travada e as bananas tornam-se cinzentas.

[editar] Safra

O plantio da banana é feita por mudas, a colheita ocorre do 10º ao 18º mês, dependendo do clima, variedade, fertilidade do solo, estado de sanidade da planta e tratos culturais.


[editar] Comércio

10 maiores produtores - 2005
(milhões de toneladas)
 Índia 16.8
Brasil Brasil 6.7
 China 6.4
Equador 5.9
Filipinas 5.8
Indonésia 4.5
Costa Rica 2.2
 México 2.0
 Tailândia 2.0
 Colômbia 1.6
Burundi 1.6
Total Mundial 72.5
Fonte:
FAO
[1]

As bananas constituem o alimento básico de milhões de pessoas em vários países em vias de desenvolvimento. Em determinados países tropicais a banana verde (não madura) é largamente utilizada da mesma forma que as batatas em outros países, podendo ser fritas, cozidas, assadas, guisadas, etc. De facto, as bananas, assim utilizadas são semelhantes à batata, não apenas no sabor e na textura, como a nível de composição nutricional e calórica.

Em 2005, a Índia liderou a produção mundial de bananas, representando cerca de 23% da produtividade mundial - sendo que a maioria se destina ao consumo interno. Os quatro países que mais exportam, contudo, são o Equador, a Costa Rica, as Filipinas, e a Colômbia, que somam cerca de dois terços das exportações mundiais, exportando cada um mais de um milhão de toneladas. De acordo com as estatísticas da FAO, só o Equador é responsável por mais de 30% das exportações globais.

A maioria dos produtores, por todo o mundo praticam, contudo, uma agricultura de baixa escala e de subsistência - consumo próprio e venda e mercados locais. Já que as bananas são uma fruta não sazonal, estão disponíveis durante todo o ano, pelo que podem ser utilizadas durante as estações mais susceptíveis de escassez alimentar - alturas em que o produto de uma colheita já foi consumido enquanto que o produto da seguinte ainda não está disponível. É por esta razão que o cultivo de banana tem uma importância fulcral em qualquer sistema sustentado de luta contra a fome.

Nos últimos anos, a competição a nível de preços por parte dos supermercados tem diminuído ainda mais as já baixas margens de lucro da maioria dos produtores de banana. As principais empresas do ramo, como Chiquita, Del Monte, Dole e Fyffes têm as suas próprias plantações no Equador, na Colômbia, na Costa Rica e Honduras. Tais plantações exigem um grande e intensivo investimento de capital e de "know how" - pelo que os proprietários das grandes e lucrativas plantações se tornam extremamente influentes a nível económico e político nos seus países, em detrimento dos pequenos produtores. Tal situação justifica o facto de as bananas estarem disponíveis como artigo de "comércio justo" em alguns países.

Bananas à venda num mercado, na Ilha de Reunião.
Bananas à venda num mercado, na Ilha de Reunião.

O comércio global de bananas tem uma longa história que começou com a fundação da United Fruit Company (hoje, Chiquita), no final do século XIX. Durante a maior parte do século XX, as bananas e o café dominaram por completo a economia de exportação da América Central. Na década de 1930, constituíam mais de 75% das exportações da região, nos anos 60 ainda as preenchiam em 67%. O termo "República das Bananas" tornou-se vulgar, então, para designar a generalidade dos países da América Central, ainda que de um ponto de vista estritamente económico (sem, necessariamente, conotação pejorativa e satírica) apenas a Costa Rica, as Honduras, e o Panamá assim possam ser designados, já que a sua economia é, de longe, dominada pelo comércio da banana.

Muitos países da União Europeia importam, tradicionalmente, muitas das bananas que consomem, das suas antigas colónias das Caraíbas, garantindo-lhes preços acima dos praticados no comércio global. Desde 2005 que tais acordos estão em vias de serem revogados, devido à pressão de grupos económicos poderosos, a maioria dos quais com sede nos Estados Unidos da América. Tal alteração no comércio iria beneficiar os países produtores da América Central, onde várias empresas norte-americanas têm interesses estabelecidos.

[editar] No Brasil

A banana é o segundo fruto mais produzido e consumido no Brasil, segundo país no ranking da produção mundial, tanto como sobremesa como acompanhamento nas refeições, ainda que ocupe apenas 0,87% do total das despesas de alimentação dos brasileiros em geral (daí a expressão "a preço de banana" para referir que algo é pouco dispendioso). A maior parte da produção provém do Nordeste do país, onde é produzido 34% do volume total nacional, seguido das Regiões Norte (26%), Sudeste (24%), Sul (10%) e Centro-Oeste (6%). Ao todo, a área plantada é de cerca de 520 000 ha. Em termos gerais, ainda que as condições naturais permitam uma produção de alta qualidade, é corrente afirmar que existe baixa eficiência na produção e no manejo pós-colheita.

[editar] Cultura

Macaco comendo uma banana.
Macaco comendo uma banana.

Uma das situações cómicas mais copiadas e parodizadas ao longo da história do cinema, desde o cinema mudo, consiste em mostrar as personagens a escorregar em cascas de banana. O estereótipo do macaco a comer bananas também é largamente explorado em filmes, animações e histórias em quadrinhos, tendo servido também para manifestações de cariz racista - por exemplo, há registo de pessoas que atiraram bananas a desportistas afro-americanos. A associação aos macacos justifica também o seu uso em jogos como as versões em 3D do Donkey Kong (Nintendo) e do Super Monkey Ball (Sega).

A banana também é frequentemente relacionada com a America Latina, a exemplo de Carmen Miranda e das canções Yes, nós temos bananas e Chiquita Bacana, ambas de Braguinha e Alberto Ribeiro. Em outras ocasiões (como no filme Bananas, de Woody Allen), o nome refere-se à expressão República das Bananas, que designa um país, geralmente do Caribe ou da América Central, onde há governos ditatoriais, instáveis, corruptos e com forte influência estrangeira.

Na China, o termo banana é usado no calão para designar qualquer pessoa de origem asiática que age como um ocidental (amarelos por fora, brancos por dentro). No Brasil, um gesto considerado obsceno e de mal gosto, denominado "dar uma banana", consiste em apoiar o braço ou a mão na dobra do outro braço, mantendo erguido e de punho fechado o antebraço que ficou livre. A banana tem, ainda, uma conotação fálica, devido ao seu tamanho e forma, semelhante a um pénis erecto, pelo que é frequente utilizada em piadas ou comentários brejeiros.

[editar] Mitos

Um boato muito divulgado assegura que a casca seca de banana contém uma substância (na verdade, fictícia) designada como "bananadina", que seria alucinogénica quando fumada. Ao contrário de muitos boatos, a origem deste pode ser traçada. Terá tido origem num artigo do jornal "alternativo" Berkeley Barb em Março de 1967, e que foi posteriormente divulgada por William Powell (autor), que acreditou na sua veracidade, incluindo-a no seu The Anarchist Cookbook em 1970.

A canção de sucesso de Donovan, "Mellow Yellow", ao referir-se a uma "banana eléctrica", terá servido de inspiração aos jornalistas do Berkeley Barb que pretendiam, satiricamente, que o governo proibisse a comercialização de bananas. De facto, Donovan referia-se apenas a um vibrador. Contudo, é o próprio autor da canção a referir que o rumor deve ter tido origem no cantor popular Country Joe McDonald que o começou em San Francisco, uma semana antes da publicação da canção de Donovan. O boato voltou a circular na década de 1980, quando o grupo de punk satírico, The Dead Milkmen voltou a referir numa canção os supostos efeitos do acto de fumar casca seca de banana. O boato levou, mesmo a Food and Drug Administration (FDA) a investigar o caso.

De facto, as bananas contêm triptofano que, quando ingerido, aumenta os níveis de serotonina no organismo (o mesmo efeito do Prozac). Tal acção pode originar algumas alterações a nível psicológico (Leathwood and Pollet, 1982), incluindo redução de estados depressivos (Sainio et al., 1996). Do mesmo modo, Xiao et al. (1998) referem que comer duas bananas por dia, durante três dias, aumenta o nível de serotonina no sangue em 16%. Contudo, não há qualquer menção na literatura científica que o triptofano tenha efeitos alucinogénicos; tem sido usado, pelo contrário, para controlar alucinações em pacientes com distúbios mentais (Sainio et al., 1996). Duvida-se também que fumar fosse um método eficaz de administração da substância.

[editar] Ver também

Para aspectos relacionados com o cultivo e doenças da planta, ver bananeira.

[editar] Bibliografia

  1. Tabela de Composição Nutricional de Alimentos Utilizados na alimentação de primatas não humanos in Nutrient Requirements of Nonhuman Primates: Second Revised Edition (2003)
  • Bananas: do Plantio ao Amadurecimento. Porto Alegre: Cinco Continentes Editora, 100p., 1998.
  • FAO. Bananas Commodity notes: Final results of the 2003 season, 2004
  • DENHAM, T., Haberle, S. G., Lentfer, C., Fullagar, R., Field, J., Porch, N., Therin, M., Winsborough B., and Golson, J. Multi-disciplinary Evidence for the Origins of Agriculture from 6950-6440 Cal BP at Kuk Swamp in the Highlands of New Guinea. Science, June 2003 issue.
  • FERRÃO, José; Bananeira, in "Enciclopédia Verbo Luso-Brasileira da Cultura, Edição Século XXI", Volume IV, Editorial Verbo, Braga, Março de 1998
  • LEATHWOOD, P.D. and Pollet, P. (1982) "Diet-induced mood changes in normal populations" J. Psychiat. Res. 17(2):147-154
  • MANICA, I. Fruticultura Tropical 4. Banana. Cinco Continentes Editora, 485p., 1997.
  • SAINIO, E.L., Pulkki, K. and Young, S.N. (1996) "L-Tryptophan: Biochemical, nutritional and pharmacological aspects" Amino Acids 10:21-47
  • SKIDMORE, T., Smith, P. - Modern Latin America (5th edition), (2001) New York: Oxford University Press)
  • XIAO, R., Beck, O. and Hjemdahl, P. (1998) "On the accurate measurement of serotonin in whole blood" Scand. J. Clin. Lab. Invest. 58: 505-510

[editar] Ligações externas


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