Afonso VII de Leão e Castela
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Afonso VII | ||
---|---|---|
Rei de Galiza, Leão e Castela | ||
Miniatura representado Afonso VII no Tombo de Santiago de Compostela |
||
Reinado | Galiza: 1111-1157 Leão: 1126-1157 Castela: 1127-1157 |
|
Títulos | Rei de Galiza, Leão, Castela, Toledo, imperador da Hispânia | |
Nascimento | 1 de Março de 1105 | |
Caldas de Reis, Espanha | ||
Antecessor | Urraca de Leão e Castela | |
Sucessor | Sancho III de Castela Fernando II de Leão |
|
Consorte | Berengária de Barcelona Richilda da Polónia |
|
Filhos | Com Gontrada Pérez Urraca Afonso de Castela Com Berengária de Barcelona Sancho III de Castela Raimundo de Castela Sancha de Castela Fernando II de Leão Constança de Castela Garcia de Castela Afonso de Castela Com Sancha Fernandez Estefânia de Castela Com Richilda da Polónia Fernando de Castela Sancha de Castela |
|
Dinastia | Borgonha | |
Pai | Raimundo de Borgonha | |
Mãe | Urraca de Leão e Castela |
Afonso VII de Leão e Castela, o Imperador (Caldas de Reis, 1 de Março de 1105 - Viso del Marqués?, 21 de Agosto de 1157), foi o primeiro rei da casa de Borgonha na Espanha: rei da Galiza a partir de 1111, rei de Leão a partir de 1126, rei de Castela e de Toledo a partir de 1127, e imperador da Hispânia a partir de 1135.
Baptizado como Afonso Raimundes, era filho da rainha Urraca de Leão e Castela e de Raimundo de Borgonha. O seu reinado, o primeiro da dinastia de Borgonha nesses reinos, caracterizou-se pela tentativa de hegemonia de toda a Península Ibérica, fracassada pela independência de Portugal, pela criação da Coroa de Aragão e pela resistência moura ao invasor cristão.
Índice |
[editar] Rei de Galiza, Leão e Castela
Em 1111 Afonso foi coroado rei da Galiza pelo bispo Diego Gelmírez e pelo conde de Trava, pai de Fernão Peres de Trava, na catedral de Santiago de Compostela. Apesar de ser uma criança na altura, esta terá sido a forma de D. Urraca, então num casamento conflituoso com Afonso I de Aragão, tentar assegurar que o seu filho lhe sucederia.
A 10 de Março de 1126, depois da morte da sua mãe, Afonso foi coroado rei de Leão e imediatamente começou o conflito com o Batalhador pela posse do reino de Castela, que recuperou pelas Pazes de Támara (1127).
Por esta altura, Afonso teve de enfrentar várias rebeliões nos territórios mais próximos a Aragão, devido à autonomia obtida por estes durante o reinado de D. Urraca e, em 1128 casou-se com Berengária de Barcelona, filha do conde Raimundo Berengário III de Barcelona e da condessa Dulce de Geuvadun da Provença, e irmã de Raimundo Berengário IV de Barcelona.
[editar] Império hispânico
Quando o seu rival Afonso I de Aragão e Navarra morreu em 1134, deixou os seus reinos em testamento às ordens militares, o que não agradou à nobreza de ambos. Garcia VI foi eleito rei de Navarra e, apesar de Afonso VII ser um pretendente a essa coroa, os nobres de Aragão escolheram Ramiro II.
Afonso VII respondeu com a ocupação de La Rioja e a conquista de Saragoça que, a partir deste momento tem o seu brasão integrado no do Reino de Leão. Após várias escaramuças, Afonso derrotou o exército navarro-aragonês, submeteu os reinos à vassalagem e, apoiado por nobres do norte dos Pirinéus controlou grandes territórios do sul da França até ao rio Ródano.
Na sua política para o leste da Península Ibérica também ajudou Raimundo Berengário IV, conde de Barcelona, na sua luta contra os condados catalães, obtendo a sua vassalagem e unificando a Marca Hispânica.
Uma antiga tradição atribuía o título de imperador ao soberano de Leão. Sancho, o Grande considerava a cidade imperiale culmen e, depois de ser coroado nesta, cunhou moeda com a inscrição Imperator totius Hispaniae. Este soberano era considerado o descendente directo dos reis visigodos, representantes eles mesmos do Império Romano. Mas apesar de este título ser usado no rol dos governantes de Leão, particularmente por Afonso VI de Castela e por Afonso, o Batalhador, era considerado pouco mais que um embelezamento honorífico.
Em 1135 Afonso VII fez-se coroar imperador, na catedral de Leão, pelo papa Gregório VII, tendo os vários reis peninsulares, com a excepção de D. Afonso Henriques, lhe prestado vassalagem. Expressava assim a sua pretenção à hegemonia da Península Ibérica e à exclusividade da Reconquista.
Mas em 1143 foi forçado a reconhecer pelo Tratado de Zamora a independência de Portugal sob D. Afonso Henriques, e também o casamento de Raimundo Berengário IV de Barcelona com Petronila de Aragão, que uniu o Reino de Aragão com os condados da Catalunha, criando a Coroa de Aragão. Com este último assinaria em 1151 o Tratado de Tudilén, que estabelecia os limites da reconquista para os dois estados.
[editar] Reconquista
Afonso era um rei devoto. Trouxe a Ordem de Cister para o seu reino com a fundação de um mosteiro em Fitero, e desejava expulsar os mouros da Península Ibérica.
Desde 1139, Afonso VII empreendia expedições e saques contra os povoados almorávidas, com o objectivo de provocar a revolta destes. Chegou a Córdoba em 1144 mas, a partir da invasão dos almóadas em 1146, foi obrigado a formar um pacto com o soberano almorávida e a fortificar a fronteira contra o novo poder mouro.
Depois de o papa Eugénio III convocar a Segunda Cruzada em 1145, Afonso VII, em coligação com o Reino de Aragão e Navarra e com o Condado de Barcelona, tomou Almeria em 1147, o primeiro porto mediterrânico de Castela.
[editar] Morte
Em 1157 os almóadas recuperaram Almeria. Afonso VII voltava de uma expedição contra o inimigo mouro quando morreu em 21 de Agosto de 1157, no regresso a Leão. Pensa-se que tenha passado a noite em Viso del Marqués e morrido ali.
É curioso que o poderoso rei que pretendia a unificação da Península Ibérica, depois de falhar em tantas frentes - independência de Portugal, surgimento da Coroa de Aragão, subida ao poder dos aguerridos almóadas, sucedendo ao enfraquecido poder almorávida - acabou por dividir o seu reino entre os seus dois filhos, legando Castela ao primogénito Sancho e Leão a Fernando.
[editar] Descendência
Do seu casamento com Berengária de Barcelona (1103-1149) nasceram:
- Sancho III de Castela (1134-1158), rei de Castela
- Raimundo de Castela (c. 1136-antes de 1151)
- Sancha de Castela (1137-1179), casada em 1157 com Sancho IV de Navarra
- Fernando II de Leão (1137-1188), rei de Leão
- Constança de Castela (1141-1160), casada em 1154 com Luís VII de França
- Garcia de Castela (c. 1142-1146)
- Afonso de Castela (1145-1149)
Em Julho de 1152 casou-se com Richilda da Polónia, filha do duque Ladislau II, o Desterrado, de quem teve:
- Fernando de Castela (1153 - 1155)
- Sancha de Castela (1156 - 1208), casada em 1174 com Afonso II de Aragão.
Dos seus amores com Gontrada Pérez (ou Guntroda Díaz), nasceu:
- Urraca Afonso de Castela (1126 - 1189), casada em 1144 com o rei Garcia IV Ramirez de Navarra, o Restaurador.
Dos seus amores com Sancha Fernandez nasceu:
[editar] Bibliografia
Precedido por: Urraca |
Rei de Castela e de Toledo 1127 — 1157 |
Seguido por: Sancho III |
Rei de Leão 1126 — 1157 |
Seguido por: Fernando II |
|
Rei da Galiza 1111 — 1157 |
Seguido por: Fernando II |
|
Precedido por Afonso VI |
Imperador de toda a Hispânia (Imperator totius Hispaniæ) 1135 - 1157 |
Sucedido por --- |