Vareniclina
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Tartrato de Vareniclina, substância ativa do Champix, é a grande esperança para quem quer largar o vício do tabaco e não consegue. Desenvolvido pela Pfizer, o produto foi lançado inicialmente na Europa e Estados Unidos. Porém, este novo remédio não é barato: o custo médio do tratamento completo, que dura 12 semanas, é de R$950,00.
A vareniclina é um fármaco recentemente introduzido no mercado, com acção farmacológica agonística parcial dos receptores colinérgicos nicotínicos neuronais a4β2 e é usado na terapêutica como anti-tabágica. Este fármaco é capaz de produzir ~30-60% do efeito da nicotina, visto que, como agonista parcial que é, a libertação de dopamina no nucleus occumbens, provocada por este fármaco, não será tão intensa. Na presença da nicotina, e porque ocupa os mesmos receptores que esta, a vareniclina funcionará como antagonista competitivo. Desta competição resultará um menor número de receptores ocupados pela nicotina e, consequentemente, um menor efeito resultante do consumo da nicotina. Ou seja, o prazer sentido pelo fumador aquando do consumo de tabaco será menor.
Em síntese, a vareniclina proporciona uma exposição estável a um efeito nicotínico ligeiro, reduzindo a carência nicotínica que ocorre no intervalo existente entre o consumo de tabaco e evitando a intensificação dos efeitos da nicotina, ao evitar a activação total dos receptores.
Trata-se de um fármaco com elevada absorção, baixa metabolização pelas enzimas do citocromo P450 ao nível do fígado e não constitui um substracto para a glicoproteína P, o que resulta num efeito de primeira passagem, praticamente, nulo, numa elevada biodisponibilidade sistémica e numa baixa probabilidade de complicações hepáticas.
A eliminação deste fármaco é feita, principalmente, a nível renal pelo OCT-2. Cerca de 79% do material farmacológico detectado consistiu em fármaco não metabolizado. Como os conjugados de vareniclina são excretados a nível renal, a dose deste fármaco terá de ser ajustada em pessoas com um ritmo de filtração glomerular limitado ou com doença renal crónica. Para além deste aspecto, não são esperados problemas graves relacionados com o perfil farmacológico da vareniclina no que diz respeito ao género e etnia.
Os efeitos adversos mais frequentes resultantes do consumo deste fármaco são os sonhos anómalos, insónias, cefaleias e náuseas.
A vareniclina não é mutagénica, nem clastogénica. A carcinogenicidade resultante do consumo deste fármaco por humanos é, praticamente, inexistente.
Trata-se de um fármaco de classe C a nível reprodutivo, o que significa que deve ser dado apenas se o potencial benéfico justificar o potencial risco para o feto.
Aquando da descontinuação da administração da vareniclina não foi observado nenhum comportamento observado aquando da descontinuação da administração da nicotina, o que indica que este fármaco causa menor dependência do que a nicotina. Sendo assim, e segundo o que já foi provado nos ensaios de fase II, a vareniclina é um fármaco eficaz e bem tolerado, constituindo uma boa estratégia no combate ao tabagismo.
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