A cidade de Tupaciguara situa-se em Minas Gerais, ao norte do Triângulo Mineiro, às margens da Represa de Itumbiara, no Rio Paranaíba, que alimenta a Usina de Furnas, tendo como vizinhas Uberlândia, Araguari, Araporã, Monte Alegre de Minas e Itumbiara. A distância da Capital, Belo Horizonte, é 617 Km. De acordo com dados do IBGE (2000), o município possui uma população de 23.123 habitantes, dos quais 20.619 residem na área urbana, e 2.504 na rural. A cidade se originou de um pequeno arraial, formado em torno da Capela de Nossa Senhora de Abadia, construída em 1841. Este arraial, que constituía um dos distritos do município de Monte Alegre de Minas, teve seu crescimento impulsionado pela prática da pecuária e de trocas de gêneros alimentícios entre as fazendas da região. Em 1911, foi criado, a partir do pequeno arraial, o município de Abadia do Bom Sucesso, que, assim, conquistou a autonomia administrativa. O nome Tupaciguara, que, na língua tupi, significa “Terra da Mãe de Deus”, foi adotado apenas em 1923, quando a cidade vivia um momento de grande desenvolvimento da lavoura e da pecuária, destacando-se na produção de arroz e na criação de gado de leite e corte. A partir de então, os grandes fazendeiros passaram a residir na cidade, favorecendo a criação de praças, a melhoria da infra-estrutura urbana e a diversificação dos estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços. Até a metade do século XX, a economia do município baseou-se na criação de gado e no cultivo do arroz, visto que estas atividades não implicavam em grandes investimentos e não necessitavam de muita mão-de-obra.

A partir da década de 1970, Tupaciguara, assim como o Triângulo Mineiro, vivenciou intensas transformações sócio-espaciais, devidas à implantação de programas governamentais de incentivo ao desenvolvimento do Cerrado, como o POLOCENTRO (Programa de Desenvolvimento dos Cerrados); à popularização de tecnologias de manejo do cerrado; à criação de órgãos públicos de apoio ao produtor rural, como a EMATER (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural); e à ampliação da malha rodoviária que ligava a cidade à Uberlândia, centro regional de grande importância. Em virtude dessas novas oportunidades, o meio agrícola de Tupaciguara conheceu algumas mudanças importantes. As culturas de subsistência, como o feijão e o arroz, antes privilegiadas, foram sendo substituídas pelas culturas altamente mecanizadas e rentáveis, como o milho e a soja. Isto também ocorreu com a criação de gado, que foi, aos poucos, cedendo lugar para o cultivo das culturas de grande escala.

A cultura da cana-de-açúcar também se expandiu sobremaneira na região de Tupaciguara, tendo sido, inclusive, instalada uma usina de álcool e açúcar em Araporã, antigo distrito do município. Em função do estreitamento de suas relações com Itumbiara (GO), em 1990, Araporã separou-se, passando a constituir um novo município. Isto trouxe um grande prejuízo para Tupaciguara, que perdeu parte significativa de sua população e deixou de arrecadar vultosas quantias em impostos oriundos da usina.

Ao contrário das atividades rurais, as industriais e as de serviços diversificaram-se pouco em Tupaciguara, devido a vários fatores, dentre os quais a baixa densidade demográfica da cidade; a falta de mão-de-obra especializada; e o fato de a atividade mais importante para a economia da cidade continuar sendo a agropecuária, cada vez mais desenvolvida.