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Shorin-ryu - Wikipédia, a enciclopédia livre

Shorin-ryu

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ideogramas de Karate-Do, significando Caminho da Mão Vazia
Ideogramas de Karate-Do, significando Caminho da Mão Vazia
Treinamento de Karate no Castelo de Shuri, 1938.
Treinamento de Karate no Castelo de Shuri, 1938.

Shorin-ryu (小林流 ou 松林流 ou 少林流) é um estilo de Karate originário de Okinawa e de cujo desmembramento surgiram vários dos demais estilos de Karate hoje praticados no mundo, como o Shotokan. Shorin é a pronúncia japonesa da palavra chinesa Shaolin, que quer dizer "Pequeno Bosque", sendo assim, como Ryu significa Estilo, Shorin-ryu seria o "Estilo do Pequeno Bosque".

Índice

[editar] História

As raízes do estilo Shorin-ryu se confundem com as raízes do próprio Karate e remontam ao final do século XVIII, na ilha de Okinawa. Àquela época, a ilha era a sede do hoje extinto Reino de Ryukyu, que englobava todas as ilhas do Arquipélago de Ryukyu, hoje pertencentes ao Japão. De fato, um preciso estudo das origens do Karate não pode ser feito de forma dissociada do estudo da cultura de Ryukyu. Nesta seção, a periodização histórica utilizada será baseada na vida dos mais impotantes Mestres do estilo Shorin-ryu.

[editar] Peichin Takahara (1683 - 1760)

Nascido na cidade de Shuri, capital do Reino de Ryukyu, Takahara foi o maior Mestre de Te (mão) à sua época. O Te era uma arte marcial nativa de Okinawa e cujo nome significava simplesmente "mão", por ser uma forma de luta praticada sem armas.

Bandeira do Reino de Ryukyu, berço do Karate, até 1875
Bandeira do Reino de Ryukyu, berço do Karate, até 1875

O desenvolvimento do Te enquanto ate marcial se perde nas brumas do tempo, visto que o mesmo surgiu de forma secreta entre os camponeses de Ryukyu, que eram proibidos de portar armas a fim de se evitar revoltas. Dessa forma, o Te era ensinado em reuniões secretas e sua própria organização se assemelhava à das Sociedades Secretas, com iniciações e graus de hierarquia interna.

Apesar de geograficamente pequena, a ilha de Okinawa era muito segmentada em termos culturais, de forma que três micro-cosmos culturais acabaram por se desenvolver em torno das três cidades mais impotantes: Shuri (a capital), Naha (a cidade de comércio mais dinâmico) e Tomari (o principal porto). Em cada uma dessas cidades e seus respectivos arredores, desenvolveu-se um tipo particular do Te; sendo o que importa ao verbete em questão aquele desenvolvido em Shuri: o Shuri-Te.

Por volta de 1750, um monge budista chinês do Monastério Shaolin chamado Kusanku foi enviado a Okinawa como uma espécie de embaixador. Àquela época, Ryukyu era um reino independente, mas cultural e comercialmente dependente da China Imperial.

Como a maioria dos monges Shaolin, Kusanku era praticante de Kung Fu (na época chamado Ch'uan Fa). Como Shuri era a capital, foi para lá que ele foi enviado e lá, entrou em contato com Takahara, já com uma idade bastante avançada. Ambos trocaram conhecimentos sobre artes marciais, mas não desenvolveram nenhuma relação Professor-Aluno.

[editar] Kanga Sakukawa (1733 - 1815)

Quando Kusanku chegou a Okinawa, Sakukawa contava cerca de 18 anos e era o mais prodigioso aluno de Takahara. O velho Mestre percebeu que a chegada do estrangeiro seria uma boa oportunidade para obter um aperfeiçoamento de sua arte marcial, mas como já estava com quase 70 anos, não se sentia apto a aprender novas técnicas. Enviou, então, seu pupilo para ser treinado pelo monge chinês.

Templo Shaolin, em Henan, que Sakukawa teria visitado com Kusanku e cujo nome serviu de inspiração para o batismo do estilo Shorin-ryu
Templo Shaolin, em Henan, que Sakukawa teria visitado com Kusanku e cujo nome serviu de inspiração para o batismo do estilo Shorin-ryu

Sakukawa, já à época um grande praticante de Te, se tornou, então, discípulo de Kusanku, com quem se diz, inclusive, que chegou a visitar a China e o próprio Monastério Shaolin. Quando Kusanku faleceu, em 1762, Sakukawa já dominava amplamente tanto o Te de Okinawa, quanto o Kung Fu da China. Passou, então a ser o Grão-Mestre do Te de Shuri, assumindo o lugar de Takahara, falecido dois anos antes.

Em homenagem a Kusanku e também como forma de compilar seus ensinamentos de forma a passá-los para seus alunos, Sakukawa criou os dois katas que levam o nome do monge Shaolin: Kusanku Sho (Kusanku menor) e Kusanku Dai (Kusanku maior). Contudo, Talvez por azar, talvez por ter passado muitos anos na China, talvez por seu Mestre ter vivido tanto, Sakukawa não conseguiu ter um aluno brilhante e seus ensinamentos corriam o risco de não serem levados a diante após sua morte.

Por volta de 1812, contra a sua vontade, o idoso Sakukawa viu-se obrigado a honrar uma promessa que havia feito a um nobre de Ryukyu e assim, aceitou seu filho, um adolescente conhecido como encrenqueiro, como discípulo. O jovem se chamava Sokon Matsumura.

[editar] Sokon Matsumura (c. 1800 - c.1890)

Mesmo já não sendo uma criança, Matsumura se destacou rapidamente nos estudos com o Mestre Sakukawa e, quando ele faleceu, em 1815, já estava apto a dar prosseguimento a seus ensinamentos.

O treinamento de Matsumura naquela arte que vinha se configurando a partir da mistura do Kung Fu com o Te não só lançou as bases do Karate (mão vazia), mas também fez com que a prática de artes marciais, até então restrita ao campesinato, atingisse a nobreza, da qual o próprio Matsumura fazia parte.

De fato, Matsumura utilizou seus novos conhecimentos para galgar postos na administração do reino e logo se tornou o General Supremo das Forças Armadas de Ryukyu. Sua vida é, contudo, coberta por mitos que o fazem uma espécie de Miyamoto Musashi de Okinawa. Diz-se que nunca perdeu uma luta, desde o início de seu treinamento até sua velhice, sendo seu embate mais famoso (e o único que não venceu, mas empatou) contra um marinheiro náufrago oriundo provavelmente da China, cujo nome era Annan.

Annan fora o único sobrevivente do navio em que estava, na costa de Okinawa e conseguiu chegar à ilha nadando. Como não sabia falar o idioma local e como era exímio lutador, estava se aproveitando de sua habilidade para roubar comida e outras coisas das vilas próximas a Shuri. Matsumura foi, então, chamado para lidar com o problema, mas o estrangeiro se mostrou um oponente muito superior a todos os outros que já havia enfrentado ou que ainda viria a enfrentar. Num determinado momento da luta, ambos se viram impossibilitados de vencer e resolveram parar o embate, chegando a um acordo. Matsumura deixou que Annan partisse sem ter que responder pelos crimes que havia cometido e, em troca, Annan ensinou-lhe algumas de suas técnicas, que Matsumura viria a compilar num Kata chamado Chinto (Marinheiro do Leste).

Além de seus feitos militares quase-heróicos, Matsumura também deu uma grande contribuição pessoal ao nascente Karate, tendo criado diversos Katas: Naihanchi (depois dividido em três partes), Passai (depois dividido em duas versões), Gojushiho, Chinto e Hakutsuru (este não praticado pela Shorin-ryu).

Além das grandes contribuições que deu ao Karate, pelo fato de ser um nobre, Matsumura nunca abriu mão do uso de armas (Kobujutsu) e chegou mesmo a introduzir o Jigen-ryu (Estilo de luta com espadas) de Satsuma (Japão) em Okinawa.

O tempo de vida, bem como muitos dos feitos deste homem, considerado por muitos como o verdadeiro fundador do Karate, não é precisamente conhecido, mas seu aluno mais brilhante e sucessor também no posto de General Supremo de Ryukyu, foi Anko Itosu, outro membro da nobreza de Ryukyu.

[editar] Anko Itosu (1831 - 1915)

Aluno de Matsumura, Itosu esteve presente em momentos decisivos da História de Ryukyu e do Japão. Era ele o General Supremo do Reino quando de sua anexação ao Japão, em 1879. De fato, até o momento em questão, Ryukyu vivia uma situação muito peculiar. Se por um lado, seus governantes e sua população demonstravam uma ampla preferência pela China (em todos os sentidos), por outro, o Japão considerava a região como um protetorado e, inclusive, só não a tinha anexado a seu território anteriormente, porque, com o fechamento do Japão aos países estrangeiros, no século XVII, a situação de Ryukyu e seu intenso comércio com a China funcionavam como uma forma de burlar o sistema e introduzir produtos estrangeiros (principalmente chineses) no Japão. Contudo, com a Restauração Meiji, tal mecanismo já não se fazia necessário e como a China, envolvida em milhares de problemas devidos à ocupação estrangeira de seu território e à Guerra do Ópio, se encontrava impossibilitada de oferecer resistência ao expansionismo nipônico, o Japão consolidou seu domínio sobre Ryukyu.

Mestre Anko Itosu
Mestre Anko Itosu

Percebendo que era impossível resistir a um adversário tão superior, o Ryukyu se rendeu sem luta e sua nobreza passou a colaborar com os japoneses a fim de manter o status de que dispunha. Nesse sentido, Itosu trabalhou incansavelmente com o intuito de fazer o Karate ser introduzido no Japão. Acreditava que, caso fosse bem sucedido, poderia vir a gozar de uma posição influente junto às Forças Armadas do Imperador Meiji. Contudo, devido à grande influência chinesa sobre o Karate da época (até mesmo muitos dos golpes possuíam nomes em chinês), a arte marcial não encontrou receptividade num Império sinófobo como o japonês. Itosu fracassou.

A despeito de seu fracasso em tornar o Karate uma arte marcial japonesa, Itosu deu grandes contribuições pessoais a ele. Uma das mudanças introduzidas pelo Mestre no Karate foi o treinamento com Makiwara, espécie de boneco de madeira rígida, para calejar as mãos e os pés, a fim de potencializar os golpes. Outra grande inovação de Itosu foi ter tornado o Karate mais acessível às crianças através da invenção dos primeiros Kihons e da divisão do imenso Kata Naihanchi, criado por seu Mestre, em três Katas menores: Naihanchi Shodan, Nahanchi Nidan e Nahanchi Sandan. Esses Katas seriam uma forma de se introduzir as crianças ao Karate e, uma vez dominados, fariam delas praticantes de nível intermediário. Itosu, contudo, acreditava que havia uma grande diferença nos níveis de dificuldade apresentados pelos três Naihanchi e pelos demais Katas, criados por Matsumura e por Sakukawa, sendo assim, como forma de ensino intermediário, ele particionou os dois Katas Kusanku (criados por Sakukawa) em cinco Katas menores, os quais batizou de Pinan, a dizer: Pinan Shodan, Pinan Nidan, Pinan Sandan, Pinan Yondan e Pinan Godan.

Há uma grande discussão histórica sobre o papel de Itosu em relação ao Karate em geral e ao estilo Shorin-ryu em particular.

Quanto ao Karate, não se pode precisar se o criador da arte marcial foi Matsumura, Sakukawa ou Itosu. Os que defendem a tese de que Sakukawa foi seu criador consideram que ele foi o primeiro a reunir os ensinamentos do Te e do Kung Fu numa só arte. Os que defendem que Matsumura tenha sido seu criador argumentam que ele foi quem mais contribuições deu àquela arte nascente e que Sakukawa teria sido um mero praticante de duas artes marciais (como hoje existem tantos). Por fim, aqueles que argumentam que Itosu teria sido o criador do Karate se apegam ao termo em si, que, ao que parece, não havia sido utilizado antes de Anku Itosu. Contudo, aos defensores dessa tese, cabe lembrar que o termo só se popularizou após a morte de Itosu, sendo que em sua época (como pode ser conferido na carta que escreveu e que hoje é conhecida como "Os Dez Peceitos do Karate"), o Karate ainda era majoritariamente conhecido como Tang Te, ou seja, Mão Chinesa e não Mão Vazia, como hoje.

Quanto ao estilo Shorin-ryu, a discussão parece mais simples. Embora pareça contracensual, visto que o Shorin-ryu é um estilo de uma arte marcial (o Karate), ao que parece, sempre houve a consciência de que aquela arte havia sido trazida da China e que advinha do Kung Fu dos monges Shaolin, sendo assim, é muito provável que o Estilo praticado por Itosu já fosse chamado de Shorin-ryu mesmo em tempos anteriores a esse Mestre (como também se pode supor através da leitura de "Os Dez Preceitos do Karate"). De qualquer forma, como sempre ocorre com fatos históricos embasados na História Oral (uma vez que a escrita era muito pouco disseminada em Ryukyu), há discordâncias sobre esse tema e, embora alguns debatam sobre se Matsumura ou Itosu seria o fundador do Estilo, o único consenso que existe é que Chibana foi seu primeiro Grão-Mestre.

[editar] Choshin Chibana (1885 - 1969)

Ao contrário de Matsumura, que teve grande dificuldade para encontrar um discípulo à altura de suas técnicas, Itosu encontrou discípulos de qualidade em grande abundância, talvez por ter se empenhado na disseminação do Karate por Okinawa através de sua implantação no ensino público regular. Seja como for, ao menos quatro de seus discípulos merecem alguma nota de importância: Anbun Tokuda (1886 - 1945), Choki Motobu (1870 - 1941), Gishin Funakoshi (1868 - 1957) e Choshin Chibana.

Mestre Choshin Chibana
Mestre Choshin Chibana
Gishin Funakoshi, fundador do estilo Shotokan
Gishin Funakoshi, fundador do estilo Shotokan

Com a morte de Itosu, seus discípulos se desentenderam acerca de sucessão do Mestre, mas coube a Chibana ocupar o título de Grão-Mestre do estilo. Muitos vêem neste ato a criação do Shorin-ryu, enquanto outros apenas vêem a consolidação de sua existência já então muito antiga. Seja como for, Tokuda e Motobu mantiveram-se fiéis ao estilo que aprenderam de seu Mestre e, embora não aceitassem plenamente a autoridade de Chibana, não ousaram criar dissidências. Funakoshi, contudo, tentou fazer o que seu Mestre não havia logrado: levar o Karate para o Japão.

Tecnicamente, com a anexação de Ryukyu, o Karate já era uma arte marcial japonesa, mas a verdade é que ele era quase desconhecido (e visto com maus olhos) no arquipélago principal; assim como tudo o que vinha de Okinawa que, até hoje, é a prefeitura mais pobre e negligenciada do Japão.

Para levar o Karate ao arquipélago principal, Funakoshi dedicou-se a alterá-lo a fim de contornar a intolerência japonesa para com costumes e idéias de origem chinesa. Assim, alterou nomes (traduzindo todas as palavras chinesas para o japonês) e algumas bases, de modo a criar diferenças sutis, mas suficientes para tornar a arte marcial palatável aos japonses. Fundou então um dojo, ao qual deu o nome de Shotokan, literalmente, "Escola do Shoto", sendo que Shoto era seu apelido. Até mesmo o uniforme de treino do Karate foi niponizado, uma vez que o primeiro Karate-Gi utilizado por Funakoshi era, na verdade, um Judo-Gi, ou seja, um kimono de Judo.

Enquanto Funakoshi fazia progressos na inserção do Karate no Japão, Chibana via seus antigos colegas, inspirados por Funakoshi, criarem Escolas próprias que, embora vinculadas ao Estilo Shorin-ryu, eram independentes em todos os sentidos.

[editar] Katsuya Miyahira (1918 - atual)

Após a morte de Chibana, o título Grão-Mestre do estilo Shorin-ryu passou a seu mais proeminente discípulo: Katsuya Miyahira.

Miyahira assumiu um estilo em franca fragmentação, com o surgimento de diversas escolas a ele filiadas, mas independentes em termos de autoridade. Ele percebeu que se não fizesse nada, não só o eixo nuclear do Shorin-ryu estaria comprometido, como também a sua própria existência, visto que a tendência das diferentes escolas era virem a se tornar estilos propriamente ditos, como acontecera com a Shotokan de Funakoshi no Japão.

A fim de competir com as escolas nascentes, Miyahira criou ele próprio uma escola: a Shidokan ("Escola do Caminho do Coração do Guerreiro"). Com sua criação, o Mestre passou a atuar mais diretamente na disseminação do estilo e, dessa forma, pôde mantê-lo unido, como vem fazendo até hoje.

Uma recente alteração introduzida por Miyahira no estilo Shorin-ryu foi a renomeação dos dois Katas Passai: o antigo Passai Sho (Passai menor) passou a ser chamado Itosu no Passai (Passai de Itosu, em homenagem àquele Grande Mestre do passado); já o antigo Passai Dai (Passai maior) passou a se chamar Matsumura no Passai (Passai de Matsumura).

[editar] História no Brasil

O Karate Shorin-ryu chegou ao Brasil junto com Yoshihide Shinzato (aluno de Choki Motobu), em 1954. Sua disseminação por aqui se deu no contexto do racha de escolas ocorrido no final da vida de Chibana e, sendo assim, até os dias de hoje ainda existe certa disputa entre os membros das diferentes escolas deste estilo no Brasil.

Choki Motobu, professor de Yoshihide Shinzato
Choki Motobu, professor de Yoshihide Shinzato

Unindo, inicialmente, os imigrantes japoneses (especialmente os oriundos de Okinawa) de Santos, a Shorin-ryu começou a ganhar notoriedade a partir de 1962, quando Shinzato fundou a primeira academia do estilo e quando realizou uma demonstração pública de Karate no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

Atualmente a Shorin-ryu no Brasil se divide em duas Escolas principais:

[editar] Shinshukan

Originalmente chamada de Associação Okinawa de Karate-do Shorin-ryu, essa escola passou a se chamar União de Karate-do Shorin-ryu do Brasil e, finalmente, quando Yoshihide Shinzato alcançou o 10º Dan, Shinshukan. Seu nome deriva dos ideogramas do nome de Shinzato, sendo o Shin de Shinzato, o Shu de Yoshihide e o Kan, de Escola, sendo assim, ela é, literalmente, a "Escola de Yoshihide Shinzato".

Por ter sido fundada pelo introdutor do estilo no Brasil, a Shinshukan é hoje a escola Shorin-ryu com mais praticantes no país, algo em torno de 7000 segundo suas próprias contas. Embora a escola considere que todos os praticantes do estilo no Brasil tenham, de alguma forma, sido seus alunos. Daí o alto número.

Uma alteração feita por Shinzato nos costumes da Shorin-yu brasileira foi a introdução do uso de Hachimaki (bandana de cabeça), que o próprio Mestre utilizou até o fim de seus dias, mesmo contrariando recomendações do próprio Katsuya Miyahira e diretrizes internacionais da WKF. O uso de hachimaki é considerado proibido porque seu significado tradicional é de vingança, o que indicaria que seu usuário estaria buscando vingança contra algo ou alguém, o que é incompatível com o ideal do Karate moderno. Seja como for, a Shinshukan não concorda com essa linha de pensamento e chegou mesmo a incentivar seus alunos a comprarem hachimakis decoradas à moda da bandeira do Japão.

Com o falecimento de Yoshihide Shinzato, em 13 janeiro de 2008, a escola é hoje comandada por seu filho, Masahiro Shinzato, Hanshi de 9º Dan e ex-presidente da Federação Paulista de Karate - FPK. Masahiro, contudo, tem sérios problemas de saúde, o que torna incerto o futuro da escola.

A principal luta da Shinshukan nos últimos anos tem sido no sentido de que o Shorin-ryu seja aceito pela WKF (World Karate Federation) no rol dos estilos de Karate de competição. Isso implicaria na possibilidade de seus atletas virem a fazer Katas do próprio estilo sem terem que ser avaliados pelo embusen (padrão de movimento) similar ao do estilo Shotokan, aceito pela entidade.

[editar] Shidokan

Até 1986, Kazunori Yonamine foi aluno de Yoshihide Shinzato. Tendo imigrado para o Brasil com 14 anos, esse okinawano se uniu aos membros da colônia japonesa de Santos que praticavam Karate sob a tutela de Shinzato.

Sensei Kazunori Yonamine
Sensei Kazunori Yonamine

Em 1986, já no 6º Dan, a fim de aperfeiçoar suas técnicas, Yonamine foi pela primeira vez a Okinawa, onde se encontrou com Miyahira para treinar. Retornou algumas vezes até que, em 1990[1], recebeu do Grão-Mestre do estilo Shorin-ryu a presidência do estilo e da escola Shidokan no Brasil.

Essa honra concedida a Yonamine irritou profundamente Shinzato que, a partir de então, rompeu relações com ex-aluno a quem, a partir de agora, deveria seguir. Essa cisão causou grande tensão na Shorin-ryu do Brasil que, até então, era unida sob a tutela de Shinzato.

Muitos Senseis passaram a questionar as idéias e mesmo as práticas de Yoshihide e, enquanto alguns se filiavam à Shidokan, outros tantos se tornavam Senseis independentes, que não seguiam nem a Shidokan, nem a Shinshukan.

A partir de 1995, a Shidokan passou a se tornar uma força de peso no Karate nacional e é hoje reconhecida por todo o país. Com a morte de Shinzato, muitos Senseis têm demonstrado o interesse de se filiarem à Shidokan e a Escola vem crescendo, ainda sob o comando de Kazunori Yonamine, hoje um Hanshi de 9º Dan.

Seguindo a tendência do Karate mundial, a Shidokan tem se concentrado em ensinar a prática do Kobudo a seus karatecas, especialmente àqueles de faixa marrom em diante, embora em decisão recente tenha aceitado estender tais ensinamentos também àqueles portadores de faixas azul, verde e roxa. O Kobudo, como sendo uma prática recém-incorporada pela Shidokan, vem sedo aperfeiçoado através de contatos com o Sensei Shiroma, dos maiores mestres mundiais dessa arte, que visitará o Brasil em agosto de 2008.

Um traço marcante da Shidokan, como guardiã da pureza original do estilo Shorin-ryu, é a prática exaustiva de Kihons em seus treinamentos. De acordo com Yonamine, os Kihons fortalecem as bases dos karatecas e fazem com que os golpes se tornem mais fortes e com maior aplicabilidade; diferente dos Katas, que propiciam uma maior plástica, muitas vezes em detrimento da aplicação real.

A fim de padronizar as bases de seus alunos, Yonamine criou dois Kihons que vêm se tornando o fundamento principal dos ensinamentos da Shidokan no Brasil: o Kihon-Kata Ichi e o Kihon-Kata Ni. Ambos com o intúito de ensinar aos praticantes a correta abertura de pernas em cada uma das posições fundamentais do estilo, a dizer: Reikodachi, Musubidachi, Reisokudachi, Hashijidachi, Kibadachi, Ukiashidachi, Shikodachi, Fudodachi, Zenkutsudachi e Kokutsudachi.

Mais do que competições, a escola tem o foco de seu trabalho direcionado para o chamado Budo, ou seja, para o "Caminho da Guerra", sendo assim, a defesa pessoal para situações reais é sua maior preocupação. Ainda assim, no mês de junho de 2008 ela se filiou à CBKI - Confederação Brasileira de Karate-do Interestilos, entidade filiada à WUKO - World Union of Karate-do Organizations[2].

[editar] Técnicas

As técnicas do estilo são aperfeiçoadas através do treino de kihon (exercícios fundamentais), kata (exercícios formais) e kumite (luta), incorporando princípios filosóficos, tanto na teoria quanto na prática.

Há, ao todo, 21 kata, aprendidos[3] pelos praticantes do estilo nesta ordem:

01- Naihanchi Shodan
02- Fukyu-gata Dai Ichi
03- Naihanchi Nidan
04- Naihanchi Sandan
05- Fukyu-gata Dai Ni
06- Pinan Shodan
07- Pinan Nidan
08- Pinan Sandan

09- Pinan Yondan
10- Pinan Godan
11- Itosu no Passai
(anteriormente denominado Passai Sho)
12- Kusanku Sho
13- Matsumura no Passai
(anteriormente denominado Passai Dai)

14- Kusanku Dai
15- Chinto
16- Jion
17- Gojushi-ho
18- Teesho
19- Koryu Passai
20- Unshu
21- Ryuko

Ao chegar ao 5º DAN, o karateca do estilo Shorin-ryu deve saber fazer e demonstrar com maestria as técnicas contidas nestes 21 Kata.

[editar] Progressão de Faixas

No estilo Shorin-ryu os Karatecas começam na faixa branca, como na grande maioria dos estilos de Karate e a coloração de suas faixas vai escurecendo até chegar à preta, quando se inicia uma nova contagem de progressão, muito mais lenta. Karatecas que não são faixas pretas são chamados de Mudansha ou Dangai (sem Dan), enquanto os que já atingiam a faixa preta são chamados de Yudansha. A progessão de faixas do estilo é a seguinte[4]:

Algumas das faixas (ou Obi) de Dangai
Algumas das faixas (ou Obi) de Dangai

Os Dangai ou Mudansha são:

  • 7º Kyu = Branca
  • 6º Kyu = Amarela
  • 5º Kyu = Laranja
  • 4º Kyu = Azul
  • 3º Kyu = Verde
  • 2º Kyu = Roxa
  • 1º Kyu = Marrom

Os Yudansha são:

  • 1º ao 5º Dan = Faixa Preta com uma listra horizontal para cada Dan
  • 6º Dan = Faixa Preta com as pontas em Vermelho e Branco (Ponta Coral) ou apenas Faixa Preta sem ponta alguma
  • 7º e 8º Dan = Faixa Vermelha e Branca (Coral)
  • 9º e 10º Dan = Faixa Vermelha

Obs.: Karatecas de 1º e 2º Dan são chamados de Sensei (embora esse título possa ser usado para designar qualquer karateca de 1º Dan em diante, ele é mais comumente empregado para designar o mais graduado de um dado lugar), os de 3º e 4º Dan são chamados de Shihan, os de 5º e 6º Dan são chamados Renshi, os de 7º e 8º Dan são chamados Kyoshi e os de 9º e 10º Dan são chamados Hanshi. Karatecas acima do 7º Dan podem ser designados como responsáveis por grandes extensões territoriais, sendo os mestres de todos os Karatecas de graduações inferiores naquela área. Um indivíduo nessas condições receberá o título honorífico de Kodansha.

[editar] Outros pontos de relevância

[editar] Takahara e o conceito de "Do"

O nome completo do Karate é Karate-Do, ou seja, Caminho da Mão Vazia. Sendo Kara o correspondente a vazio, Te a mão e Do a caminho. O conceito contido na partícula Do permeia as artes marciais orientais e tem significados muito variados de região para região. Em geral, no entanto, ele pode ser definido como uma forma de encarar as artes marciais como uma filosofia de vida, algo com uma forte conotação religiosa, especialmente relacionada ao Budismo.

O conceito de Do encerra em si o comportamento ético esperado de um artista marcial e é o seu ensino ou não que acaba por diferenciar um bom dojo e um mal dojo (McDojo), visto que saber dominar seu corpo de modo a utilizar adequadamente as técnicas aprendidas para derrotar um oponente não deve ser o único (e talvez nem mesmo o mais importante) ensinamento de um bom sensei. Não há honra nenhuma em se nocautear um adversário inferior técnica ou fisicamente, ou em se tornar um causador de problemas, o famoso "valentão" referenciado por Anko Itosu em seus "Dez Preceitos do Karate", apenas porque se tem competência física para tanto.

Tradicionalmente se atribui, ao menos no que tange ao Karate, a criação do conceito de Do a Peichin Takahara. Vejamos seus três preceitos básicos:

  • ijo: o caminho da compaixão, da humildade e do amor;
  • katsu: a completa compreensão de todas as regras e formas do Karate;
  • fo: dedicação - a seriedade do Karate precisa ser entendida não apenas no treino, mas no combate real.

Uma tradução coletiva considerada apropriada para esses preceitos é: "A obrigação de cada um para consigo mesmo e para com o seu próximo". Isso seria o Do.

[editar] Itosu e "Os Dez Preceitos do Karate"

Além de sua imensa contribuição pessoal para o Karate em geral e para o estilo Shorin-ryu em especial, Anko Itosu deixou ainda um importante legado numa carta endereçada aos Ministros da Guerra e da Educação do Japão. Essa carta, de outubro de 1808, chamada de "Os Dez Preceitos do Karate" (Tode Jukun) tinha o objetivo de desvincular o Karate de influências religiosas opostas ao Xintoísmo então em voga no Japão, bem como de ressaltar os benefícios militares da arte marcial. A missivia não logrou seus objetivos, mas segue transcrita abaixo:

Os Dez Preceitos do Karate
Os Dez Preceitos do Karate
Dez Preceitos do Karate
O Karate não evolui do Budismo ou do Confucionismo. No passado, as escolas Shorin-ryu e Shorei-ryu foram trazidas da China para Okinawa. ambas têm pontos fortes, os quais eu mencionarei agora, antes que haja muitas mudanças:
  1. O Karate não é praticado apenas para o benefício individual, pode ser usado para proteger sua família e seu mestre. Ele não é pensado para ser utilizado apenas contra um único bandido, mas sim, como uma forma de se evitar uma briga caso se venha a ser confrontado com um vilão ou um valentão.
  2. O propósito do Karate é tornar os músculos e ossos duros como rochas e usar as mãos e pernas como lanças. Se as crianças começarem a treinar Tang Te (sic) enquanto ainda estiverem no Primário, então elas se tornarão bem preparadas para o serfiço militar. Lembre-se das palavras atribuídas ao Duque de Wellington depois de ter derrotado Napoleão: "A Batalha de Waterloo foi vencida nos playgrounds de Eton.
  3. O Karate não pode ser aprendido rapidamente. Como um búfalo que se move lentamente, ele acaba viajando mil milhas. Quando alguém treina diligentemente todos os dias, então, em três ou quatro anos, irá entender o Karate. Aqueles que treinarem dessa forma descobrirão o Karate.
  4. No Karate, o treinamento das mãos e dos pés é importante, então faz-se necessário um meticuloso treinamento na makiwara. Para fazê-lo, relaxe os ombros, abra os pulmões, agarre-se às suas forças, prenda-se ao chão com seus pés e concentre suas energias no baixo ventre. Treine usando cada braço cem ou duzentas vezes por dia.
  5. Quando estiver praticando as bases do Tang Te (sic), certifique-se de manter sua coluna reta, relaxar os ombros, colocar força nas pernas, manter-se firme e buscar energia no seu baixo ventre.
  6. Pratique cada uma das técnicas do Karate repetidamente, seu uso é transmitido oralmente. Aprenda bem cada explicação e decida quando e de que forma aplicá-las quado se fizer necessário. Avançar, contra-atacar e recuar é a regra para se soltar a mão (torite).
  7. É necessário decidir se o Karate será para a sua saúde ou para auxiliara em seus deveres.
  8. Quando treinar, faça-o como se estivesse no campo de batalha. Seus olhos devem brilhar, seus ombros devem ficar relaxados e seu corpo rígido. Você deve sempre treinar com intensidade e espírito e, dessa forma, você vai estar naturalmente preparado.
  9. Não se deve treinar além do limite; isso ocoasiona a perda de energia no baixo ventre e é agressivo para o corpo. O rosto e os olhos enrubrecem. Treine com sabedoria.
  10. No passado, os mestres de Karate desfrutaram de longas vidas. O Karate ajuda a desenvolver os ossos e os músculos. Ajudas na digestão, bem como na circulação. Se o Karate for introduzido logo no início do Primário, nós produziremos muitos homens capazes de derrotarem dez agressores. Eu acredito piamente que isso pode ser feito se todos os estudantes da Escola de Professores de Okinawa aprenderem Karate. Dessa forma, depois de se formarem, eles poderão ensinar nas Escolas Primárias aquilo que aprenderam. Eu acredito que isso será um grande benefício para nossa nação e para nossas Forças Armadas. Espero que o senhor considere minha sugestão.
Anko Itosu, Outubro de 1908.

[editar] A Shorin-ryu e o Karate Olímpico

Atualmente a WKF (World Karate Federation) considera como "oficiais" apenas quatro estilos de Karate. Esses quatro são considerados os estilos de Karate tradicional japonês e, apesar de o Shorin-ryu ser mais antigo do que muitos deles; tendo, inclusive, dado origem ao estilo Shotokan; não entra nesse rol porque nunca foi aceito no arquipélago principal do Japão, sendo considerado pelos japoneses como um estilo de Karate de Okinawa.

Parece contracensual, já que o Karate enquanto arte marcial nasceu em Okinawa, mas o fato de o estilo Shorin-ryu ser batizado em homenagem a um templo budista chinês e o fato de ainda utilizar muitas palavras em chinês somado ao reconhecimento de suas raízes chinesas faz com que o Japão, sinófobo como sempre foi, tenha se recusado a aceitá-lo no rol de estilos tradicionais.

A recente aproximação entre Japão e China, com o pedido de desculpas do Japão pelas atrocidades cometidas contra China durante a Segunda Guerra Mundial aumentou as esperanças dos atletas do estilo Shorin-ryu de que seu estilo finalmente receba o reconhecimento que merece e seja aceito no rol dos estilos tadicionais de Karate japonês, podendo fazer parte da WKF.

A importância de se ser aceito como um estilo reconhecido na WKF está nas competições de Kata, onde apenas os Katas praticados pelos estilos aceitos são permitidos. Os praticantes do estilo Shorin-ryu (bem como de outros estilos não aceitos) se vêem obrigados a tomar uma dessas duas atitudes caso queiram competir nessa modalidade: ou aprendem e executam Katas de um dos estilos aceitos; ou, na hora de nomearem o Kata que irão fazer, dizem o nome japonês do correlato Kata Shotokan e são avaliados pelo embusen semelhante, já que, como foi demonstrado, os Katas da Shotokan (bem como todo o estilo em si) vêm de modificações do estilo Shorin-ryu feitas por Gishin Funakoshi a fim de fazer o Karate ser aceito no arquipélago principal do Japão.

Os estilos de Karate Olímpico são:

Embora o Karate não tenha conseguido os três quintos de votos do Conselho do COI (Comitê Olímpico Internacional) necessários para se tornar um esporte olímpico, como obteve o voto de mais da metade dos países componentes do conselho, adquiriu o status de aspirante às Olímpíadas, podendo vir a ingressar nelas num futuro próximo. Daí a expressão Karate Olímpico. A principal justificativa dos conselheiros que votaram contra a aceitação do Karate como esporte olímpico foi justamente o fato de haver uma grande multiplicidade de estilos com regras diferentes, o que dificultaria uma competição unificada que ambragesse a todos. O fato é que nas competições de Shiai Kumite (luta), as diferenças de estilo não têm grande importância, mas nas competições de Kata, têm. É provável que, enquanto os principais estilos dessa arte marcial (aí incluído o Shorin-ryu, visto ser um dos mais antigos e praticados no mundo) não deixarem de lado suas disputas internas por poder e se reunirem visando um concenso acerca do Karate enquanto esporte, o Karate nunca venha a integar os Jogos Olímpicos. Um bom exemplo a ser seguido seria o do Tae-Kwon-Do, que conseguiu integar as Olimpíadas depois de acertos internos entre seus diversos estilos.

[editar] Ligações externas

Referências

  1. História da Shidokan no Brasil [[1]]
  2. Site da WUKO [[2]]
  3. Katas registrados na Wuko [[3]]
  4. Progressão de Faixas [4]


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