Sedição de Juazeiro
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Estátua do Padre Cícero em Juazeiro do Norte. |
Conflitos na História do Brasil Período Republicano |
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República Velha |
Revolta da Armada: 1893-1894 |
Revolução Federalista: 1893-1895 |
Guerra de Canudos: 1893-1897 |
Revolta da Vacina: 1904 |
Revolta da Chibata: 1910 |
Guerra do Contestado: 1912-1916 |
Sedição de Juazeiro: 1914 |
Greves Operárias: 1917-1919 |
Revolta dos Dezoito do Forte: 1922 |
Revolução Libertadora: 1923 |
Revolução de 1930: 1930 |
Era Vargas |
Revolução Constitucionalista: 1932 |
Intentona Comunista: 1935 |
Levante Integralista: 1938 |
Regime Militar |
Guerrilha do Caparaó: 1967 |
Guerrilha do Araguaia: 1970-1976 |
A Revolta ou Sedição de Juazeiro foi um confronto armado ocorrido em 1914 entre as oligarquias cearenses e o governo federal provocado pela interferência do poder central na política estadual nas primeiras décadas do século XX. Ocorreu no sertão do Cariri, interior do Ceará, e centralizou-se em torno da liderança do padre Cícero Romão Batista.
Após a revolta, padre Cícero sofreu retaliações políticas e foi excomungado pela Igreja Católica no final da década de 1920. Entretanto, permaneceu como eminência parda da política cearense por mais de uma década e não perdeu sua influência sobre a população camponesa, que passou a venerá-lo como santo.
Índice |
[editar] Origem
Com o intuito de conter seus opositores, o presidente Hermes da Fonseca criou a política das salvações que consistia em promover intervenção federal nos estados evitando que oposicionistas fossem eleitos para o governo estadual. Em 1912 Franco Rabelo foi nomeado interventor do Ceará, havendo eleição apenas para o cargo de vice-governador, onde Padre Cícero foi eleito, acumulando também o cargo de prefeito de Juazeiro do Norte.
Em 1914 Franco Rabelo rompeu com o Partido Republicano Conservador (PRC), e iniciou uma perseguição a Padre Cícero, destituindo-o dos cargos que exercia e ordenando a prisão do sacerdote.
Floro Bartolomeu montou um batalhão para defender Padre Cícero, seu amigo pessoal. O grupo era formado por jagunços e romeiros, era a união da força de Floro com o carisma de Cícero.
[editar] O ataque a Juazeiro
Quando os soldados de Franco Rabelo chegaram a Juazeiro do Norte se depararam com uma situação inusitada: a cidade estava completamente cercada por um muro de pedra tal qual acontecia na Idade Média. A construção foi erguida em apenas uma semana e batizada de Círculo da Mãe de Deus.
As forças estaduais retornaram ao Crato e pediram reforços para destruir o círculo. Franco Rabelo enviou mais soldados e um canhão para invadir Juazeiro. No entanto, o canhão falhou e as forças rabelistas foram facilmente derrotadas pelos revoltosos.
[editar] Juazeiro contra-ataca
Após expulsar os invasores, Floro Bartolomeu parte para o Rio de Janeiro a fim de conseguir aliados. Os revoltosos seguem para Fortaleza com o objetivo de derrubar o governador. Na capital federal, Floro consegue o apoio de José Gomes Pinheiro Machado, influente senador gaúcho. Quando as forças juazeirenses chegam a Fortaleza, uma esquadrilha da Marinha impôs um bloqueio marítimo na orla fortalezense. Cercado, Franco Rabelo não teve como reagir e foi deposto.
Hermes da Fonseca nomeou interinamente Fernando Setembrino de Carvalho, enquanto novas eleições foram convocadas. Benjamim Liberato Barroso foi eleito governador e Padre Cícero vice novamente.
[editar] Bibliografia
- SOUZA, Anildomá Willans. Lampião: Nem herói nem bandido... A história. Serra Talhada: GDM Gráfica, 2006.
- TAVARES NEVES, Napoleão. Cariri: ninho da história regional, berço de heróis, de mártires e de santos. Crato: Edições IPESC-URCA, 1997.