Pedro António Correia Garção
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Pedro Antônio de Correia Garção, poeta português, nasceu em 1724 e morreu em 1772. Não terminou os estudos na Universidade de Coimbra. Exerceu o cargo de escrivão na casa da Índia. A sua atenção pública e literária apresentou-se mais ou menos obscura. Pouco a pouco antes de morrer incompatibilizou-se com o Marquês de Pombal.
A esposa, D. Maria Ana Xavier Fróis Mascarenhas de Xande Salema, troxe-lhe avultados bens, desaparecidos, mais trade, em litigio judiciais. A perda da fortuna não representou a sua única desgraça; ocorreu-lhe a prisão, a principio em segredo; após na sala livre. Quando, graças à dedicação da mulher, ia ser solto, faleceu. A causa até hoje não está devidamente averiguada. Supuseram que fosse o poemeto ao infante D. Pedro não consentindo que se levantasse uma estátua, no qual se quis ver uma crítica ao fato de haver o Marquês de pombal mandado colocar o seu medalhão no monumento a D. Pedro I. A hipótese é inaceitavel porque o encarceramento ocorreu em 1771 e a estátua data de 1775. Outros atribuiram o caso a uma aventura amorosa com a filha de um intendente escocês Macbean, de cuja hospitalidade teria abusado; contudo, nada se esclareceu e a imaginação pode elaborar livremente qualquer fantasia.
[editar] Obra
A obra de Correia Gração abrange múltiplos aspectos, ressaltando a sua atividade de legítimo teórico e orientador do Classicismo. Cultivou a sátira horaciana e foi exelente metrificador. Discutia se no teatro devia ou não ser derramado sangue em cena, preferindo eloquentes narrativas. Preconizou a imitação, mas com critério seletivo:
"Imite-se a pureza dos antigos Mas sem escravidão, com gosto livre, Com polida dicção, com frase nova, Que a fez, ou adotou a nossa idade. Ao tempo estão sujeitas as palavras; Umas se fazem velhas, outras nascem: Assim vemos a fertil primavera, Encher de folhas ao robusto tronco, A quem despiu o inverno desabrido."
O Teatro Novo, peça teatral de restrito interesse, vale como importante documento para a história das idéias sobre teatro. Na casa de Aprígio Fafes, expõem se as mais diversas opiniões: Gil Leinel, que ventila as idéias do autor, prefere o teatro dos antigos, exaltando a sua finalidade educativa. Brás acha que só o riso deve ser o objetivo; a comédia, portanto; Jofre defende o teatro lírico, à moda italiana, sem o português, acrescida do elemento coreográfico. Branca aprecia, mais o teatro de Antônio José.
A Assembléia ou Partido, comédia de costumes, caricatura o gosto imoderado do luxo. Brás Carril, para atender à esposa, resolve fazer, em casa, uma reunião, assembléia, pedindo emprestado o dinheiro necessário e todos os objetos indispensáveis, desde o piano ao castiçal. Escrivão e meirinho entram com o intuito de penhorar dos bens. Três casamentos, os de duas filhas e o de um filho, cujos futuros sogros se dispõem a pagar as dívidas, salvam a situação. Malfalda, a noiva do rapaz no decorrer da partida, recita a Cantata de Dido inspirada em Virgílio, no dizer de Garret: "Umas das mais sublimes concepções do engenho humano, das mais perfeitas obras executadas da mão do homem ".