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Paleontologia - Wikipédia, a enciclopédia livre

Paleontologia

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A Paleontologia (do grego palaiós, antigo + óntos, ser + lógos, tratado) é a ciência natural que estuda a vida do passado da Terra e o seu desenvolvimento ao longo do tempo geológico, bem como os processos de integração da informação biológica no registo geológico, isto é, a formação dos fósseis.

O objecto imediato de estudo da Paleontologia são os fósseis, pois são eles que, na actualidade, encerram a informação sobre a vida do passado do Planeta. Por isso, se diz frequentemente que a Paleontologia é, simplesmente, a ciência que estuda os fósseis. Contudo, esta é uma definição redutora, que limita o alcance da Paleontologia, pois os seus objectivos fundamentais não se restringem ao estudo dos restos fossilizados dos organismos do passado. A Paleontologia não "pretende" apenas estudar os fósseis, procura também, com base neles, entre outros aspectos, conhecer a vida do passado geológico da Terra.

Uma vez que os fósseis são objectos geológicos com origem em organismos do passado, a Paleontologia é a disciplina científica estabelece a ligação entre as ciências geológicas e as ciências biológicas.

Índice

[editar] Importância

A informação sobre a vida do passado geológico (como eram os organismos do passado, como viviam, como interagiam com o meio, como evoluiu a vida ao longo do tempo) está contida nos fósseis e na sua relação com as rochas e os contextos geológicos em que ocorrem. O mundo biológico que hoje conhecemos é o resultado de milhares de milhões de anos de evolução. Assim, só estudando paleontologicamente o registo fóssil - o registo da vida na Terra - é possível entender e explicar a diversidade, a afinidade e a distribuição geográfica dos grupos biológicos actuais.

Inversamente, com base no princípio de que "o presente é a chave do passado", enunciado por Charles Lyell, partindo do conhecimento dos seres vivos actuais, partindo do seu estudo biológico, pode extrapolar-se muita informação sobre os organismos do passado, como o modo de vida, tipo trófico, de locomoção e de reprodução, entre outros, e isso é fundamental para o estudo e a compreensão dos fósseis.

A partir dos fósseis, uma vez que eles são vestígios de organismos de grupos biológicos do passado que surgiram e se extinguiram em épocas definidas da história da Terra, pode fazer-se a datação relativa das rochas em que ocorrem e estabelecer correlações (isto é, comparações cronológicas, temporais) entre rochas de locais distantes que apresentem o mesmo conteúdo fossilífero. O estudo dos fósseis e a sua utilização como indicadores de idade das rochas são imprescindíveis, por exemplo, para a prospecção e exploração de recursos geológicos tão importantes como o carvão e o petróleo.

[editar] Divisões

A Paleontologia divide-se, conceptualmente, em três disciplinas científicas: Paleobiologia, Tafonomia e Biocronologia.

A Paleobiologia é a disciplina paleontológica que estuda a vida, a Biologia, do passado geológico da Terra. A Tafonomia estuda a integração da informação biológica no registo geológico, ou seja, a formação dos fósseis e das jazidas fossilíferas e do registo paleontológico e a Biocronologia estuda o desenvolvimento temporal (a cronologia) dos eventos paleobiológicos, bem como as relações temporais entre entidades paleobiológicas (os organismos do passado) e/ou tafonómicas (os fósseis).

É no seio da Paleobiologia que se insere a Paleozoologia, o estudo dos fósseis de animais, e a Paleobotânica, o estudo dos fósseis de plantas. Basicamente, qualquer disciplina biológica aplicada aos organismos do passado geológico, por via do estudo dos fósseis, constitui uma subdisciplina paleobiológica: Paleozoologia, Paleobotânica, Paleoecologia (que estuda os ecossistemas do passado), Paleoanatomia, Paleoneurologia, etc.

Outras disciplinas paleobiológicas transversais, que não estão limitadas a um dado grupo taxonómico, são, por exemplo:

  • Macropaleontologia - que estuda os fósseis visíveis a olho nu.
  • Micropaleontologia - que estuda os fósseis de organismos que necessitem de microscópio para serem visualizados.

Ainda se faz uma subdivisão da paleobotânica e da micropaleontologia constituindo a palinologia, que se dedica ao estudo de pólen e esporos fossilizados.

[editar] Diferença da Arqueologia

Os arqueólogos diferenciam-se dos paleontólogos porque trabalham com restos de seres humanos e vestígios da sua atividades. Normalmente, procuram compreender as atividades humanas em determinado período da história da Terra. A paleontologia estuda todos os organismos que viveram na Terra, incluindo a evolução primata-homem, mas não o ser humano como o conhecemos hoje, pois o estudo antropológico e cultural se restringe à arqueologia. A paleontologia estuda organismos mortos até 11.000 anos, pois nem todo resto de ser vivo preservado em sedimentos, rochas, gelo e âmbar é um fóssil.

[editar] Cronologia

  • 1825, Reino Unido - O segundo dino é descrito. Chama-se Iguanodon bernissartensis. Ainda não havia a palavra "dinossauro" para nomear a espécie.
  • 1833, Reino Unido - O terceiro dinossauro descrito é um herbívoro encouraçado, tratando-se do britânico Hylaeosaurus armatus.
  • 1905, EUA - Tyrannosaurus rex é descrito, após seus restos serem coletados no oeste norte-americano. Especialistas ficaram tão espantados com o tamanho e a aparência deste carnívoro que colocaram o nome de "lagarto tirano rei".
  • 1915, Egito - Paleontólogos europeus resgatam toneladas de fósseis de dinossauros. Um dos mais curiosos é o Spinosaurus aegyptiacus, dotado de longo focinho e vela dorsal. O material original --o mais completo já resgatado desta espécie-- foi destruído durante a Segunda Guerra Mundial, num bombardeio ao museu alemão onde estava guardado.

Década de 1940 e de 50, Brasil - Llewellyn Ivor Price registra os primeiros fósseis de dinossauros encontrados em território brasileiro.

  • 1969, EUA - John Ostrom, paleontólogo norte-americano, descreve um pequeno e ágil dinossauro carnívoro, o Deinonychus antirrophus. Ostrom encontrou incríveis semelhanças entre o Deinonychus e o Archaeopteryx, retomando a questão da afinidade entre aves e dinossauros.
  • 1978, EUA - Centenas de fósseis de uma mesma espécie de dinossauro, juntamente com ninhos e filhotes recém-nascidos, são encontrados num vale. Os animais morreram juntos por conta de uma grande erupção vulcânica. O achado indica que algumas espécies viviam em grupos sociais e cuidavam de seus filhotes. Ganhou o nome de Maiasaura ("lagarto boa mãe").
  • 1993, Argentina - O maior dinossauro descoberto até então é anunciado por paleontólogos argentinos: Argentinosaurus huinculensis. Estima-se que tenha ultrapassado os 35 m de comprimento e as 100 toneladas.
  • 1995, Argentina - Paleontólogos argentinos descrevem o Giganotosaurus carolini, um carnívoro gigante, cujo tamanho ultrapassava o do próprio Tyrannosaurus rex.
  • 1996, China - Paleontólogos chineses descrevem o Sinosauropteryx prima. Este pequeno carnívoro, encontrado em rochas de 135 milhões de anos, tinha em seus fósseis impressões de uma fina penugem.
  • 1999, China - Outro importante dino chinês é descrito: o Sinornithosaurus milenii. Era do grupo dos dromeossauros, ao qual pertencem o Velociraptor e o Deinonychus. O pequeno animal tinha o corpo coberto por penas. Pensou-se pela primeira vez na possibilidade de que seus 'primos' também as tivessem.
  • 2005, Alemanha - Um novo exemplar de Archaeopteryx é descrito por norte-americanos. A similaridade com o grupo dos dromessouros demonstra que alguns dinos teriam sido ancestrais diretos das aves.
  • 2006, Brasil - Mais um dinossauro ancestral é descoberto: O Sacissauro. O nome é bem sugestivo, já que o dinossauro foi encontrado com uma perna! O Sacissaurus era carnívoro e o mais antigo dinossauro ornitísquio. Foi coletado na Paleorrota.

[editar] Bibliografia

Silva, C.M. da (2005) - Guia do/a Professor/a. Plumas em Dinossáurios. Afinal nem todos se extinguiram. Museu Nacional de História Natural de Lisboa, Parte 1 e Parte 2, 50pp.

Fernández-López, S. (2000) - Temas de Tafonomía. Departamento de Paleontología, Universidad Complutense de Madrid, 167pp.

[editar] Ligações externas

Temas de Paleontologia

[editar] Ver também


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