Nossa Senhora da Lapa
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A história de Nossa Senhora da Lapa iniciou-se em meados do ano de 982, quando o general mouro Al-Mansur, em uma de suas campanhas, atacou o o Convento de Sisimiro, onde martirizou parte das religiosas que ali se encontravam.
As religiosas que conseguiram escapar do general, fugiram e se abrigaram em uma gruta, onde guardaram a imagem de Nossa Senhora da Lapa, que levavam consigo.
Ao longo dos séculos, por cerca de 515 anos a imagem permaneceu ali, até que em 1498, uma jovem pastora, chamada Joana, menina ainda e muda de nascença, ao pastorear as ovelhas pelos arredores da gruta, resolveu adentrar e encontrou a imagem, pequena e formosa.
Porém, a inocência da menina, interpretou o achado como uma boneca, e a colocou na cesta onde guardava seus pertences e seu lanche. No entanto, durante o pastoreio a menina a enfeitava como podia, procurando as mais lindas flores para orná-la.
Ao retornar para sua casa, ao final do dia, a menina Joana cuidava da roupa da santa imagem e, embora as ovelhas estivessem alimentadas e tranquilas, se encontravam sempre no mesmo lugar, o que despertou comentários entre algumas pessoas, e estes chegaram aos ouvidos de sua mãe, que já enervada com as teimosias da menina e num momento de irritação pegou a santa imagem e atirou-a ao fogo.
Ao ver isso, a menina soltou um grito: “Não! Minha Mãe! É Nossa Senhora! O que fez?”. Sua fala desprendeu-se instantaneamente e de forma irreversível e sua mãe, neste momento, ficou com o braço paralisado. Ainda em transe a menina e a mãe, juntas, oraram e o braço paralisado ficou curado.
A comunidade, então reconhecendo o valor da santa e milagrosa imagem, sob a orientação da menina Joana, constríram uma capela para abrigá-la, onde ficou, mesmo após as diversas tentativas do clero, de levá-la para a Igreja Paroquial, de onde sempre desaparecia de modo misterioso.