Logística reversa
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Logística reversa é a área da logística que trata dos aspectos de retornos de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro produtivo ou descarte.
O objetivo principal da logística reversa é o de atender aos princípios de sustentabilidade ambiental como o da produção limpa, onde a responsabilidade é do «berço à cova» ou seja, quem produz deve responsabilizar-se também pelo destino final dos produtos gerados, de forma a reduzir o impacto ambiental que eles causam. Assim, as empresas organizam canais reversos, ou seja, de retorno dos materiais seja para conserto ou após o seu ciclo de utilização, para terem a melhor destinação, seja por reparo, reutilização ou reciclagem: 3R (Leite, 2003).
Existe um aumento constante do nível de descartabilidade dos produtos devido principalmente à redução do ciclo de vida dos produtos e maior giro dos estoques. O avanço da tecnologia também acelera a obsolescência dos produtos. Ora com o aumento do descarte, há um desequilíbrio entre as quantidades descartadas e as reaproveitadas, tornando o lixo urbano um dos mais graves problemas ambientais. Isto acontece porque as empresas não têm canais de distribuição reversos e pós-consumo devidamente organizados e estruturados.
Estes resíduos, gerados na maioria pelas indústrias e pelos armazéns, constituem materiais que podem ser reaproveitados e reintegrados no processo produtivo, mas para que isso ocorra de forma eficiente, são necessários sistemas que gerenciem o fluxo reverso requerendo muitas vezes, as mesmas actividades utilizadas no fluxo logístico directo (Logística, 2007).
Com base na definição de logística, logística reversa é o processo de planeamento, implementação e controle, eficiente e a um custo eficaz, do fluxo de matérias primas, estoque em processamento e produtos acabados, assim como do fluxo de informação, desde o ponto de consumo até ao ponto de origem, com o objetivo de recuperar valor ou realizar um descarte final adequado (Rogers et al., 1998, p. 2).
Enquanto o termo «logística reversa» é normalmente usado, outros nomes têm sido introduzidos como «distribuição reversa» e «logística verde».
A logística verde está ainda muito longe de ser concretizada em larga escala. O meio ambiente não é uma preocupação prioritária da indústria em geral. A excepção é quando a distribuição reversa abre novas oportunidades de mercado baseadas nas preocupações sociais crescentes com o descarte e a reciclagem. (Rodrigue et al., 2001, p. 346)
[editar] Referências
- LEITE, Paulo Roberto - Logística Reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo: Prentice Hall, 2003. ISBN 978-85-87918-62-8
- LOGÍSTICA reversa ou gerenciamento reverso da cadeia de suprimentos. Portal da Administração [Em linha]. 29 Abr. (2007). [Consult. 11 Abr. 2008]. Disponível em WWW: <URL:http://www.portaldaadministracao.org/post.aspx?id=231>.
- RODRIGUE, Jean-Paul; SLACK, Brian; COMTOIS, Claude - Green logistics. In BREWER, Ann M.; BUTTON, Kenneth J.; HENSHER, David A. eds. - Handbook of logistics and supply-chain management. Oxford: Elsevier Science, 2001. ISBN 978-0-08-043593-9
- ROGERS, Dale S.; TIBBEN-LEMBKE, Ronald S. - Going backwards: reverse logistics trends and practices. [Em linha]. Reno: Reverse Logistics Executive Council, 1998. [Consult. 2 Abr. 2008]. Disponível em WWW: <URL:http://www.rlec.org/reverse.pdf>.
[editar] Ver também
- GREENPEACE - O que é produção limpa? [Em linha]. São Paulo: Greenpeace Brasil, 1997. [Consult. 11 Abr. 2008]. Disponível em WWW: <URL:http://www.greenpeace.org.br/toxicos/pdf/producao_limpa.doc>.
- LEITE, Paulo Roberto - Logística Reversa [Em linha]. São Paulo: Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, [2003]. [Consult. 11 Abr. 2008]. Disponível em WWW: <URL:http://www.abmbrasil.com.br/cim/download/Paulo-Leite-Logistica2003.pps>.