Lenda da Urzelina
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Lenda da Urzelina é uma lenda açoriana da ilha de São Jorge, arquipélago dos Açores que no relata numa aventura e desventura de amor, na pureza do povo um tentativa de explicar o estranho nome da localidade.
Índice |
[editar] Lenda
Conta a lenda que no cimo da grande cordilheira montanhosa que atravessa a ilha de São Jorge de lés a lés, erguia-se em tempos que já lá vão há muitos, muitos anos um grande e majestoso castelo onde vivia o belo príncipe Romualdo.
Segundo ainda reza a lenda ele a sua corte faustosa entregavam-se a orgias, a banquetes e a varias diversões sem regras ou pudor que causavam espanto a população que nos vales trabalhava com ardor para se sustentar e à corte de Romualdo.
Como era habito muitas vezes acontecer, pelos primeiros alvores da madrugada soou no cimo das torres do castelo a trombeta real. Ecoou através das montanhas, anunciando uma grande caçada que ira começar logo ao toque das Ave-Marias.
Em frente à porta principal do castelo foram estacionadas as seges, os cavalos, e apareceram muitos criados de libré, carregados estes com os apetrechos destinados à caçada.
Os camponeses, pobres e maltratados já tinham iniciado nos campos mais um dia de trabalho duro, quando se deu o segundo toque da trombeta. Esta ecoou na madrugada a anunciar a comitiva do príncipe que partiu a grande velocidade, rindo de alegria ao galgar os montes.
Os pombos torcazes assustados com o barulho, levantaram vou em revoada dos campos e das árvores em redor.
Lina a amada do príncipe, cavalgava com o seu cavalo serpenteando por entre os campos, as urzes e os rochedos, em perseguição dos pombos que lhes fugiam e sem se aperceber acabou por se afastar da comitiva.
Quando os caçadores deram pela falta da princesa pararam a caçada e puseram-se á procura de Lina por todos os lados, por todos os montes. A noite caiu e não a encontraram.
Com o cair da noite e quando voltaram ao palácio vinham em seliêncio, desanimados e tristes.
O príncipe, desolado, mandou encerrar todas as portas do castelo. Mandou parar todas as festas e diversões. Durante as noites e dias seguintes só se ouvia sua a voz soluçante que gritava: "Lina! Lina!", enquanto corria como louco esfarrapado e desgrenhado por precipícios e ravinas à procura da amada.
Depois de dias e dias de busca, quando já ao fim do dia voltava ao seu castelo o príncipe Romualdo deparou-se com um quadro terrível. Ao fundo de uma profunda ravina estava um cavalo morto. Esmagava com todo o peso do seu corpo a querida Lina.
Precipitadamente o príncipe, desceu o precipício. Lá no fundo encontrou o cadáver da sua princesa que beijou entre lágrimas. Conta a lenda que cortou uma trança dos seus lindos cabelos louros. Apanhou um ramo de urze e aí enrolou a trança, tendo depois voltado ao seu castelo com esta memória.
Voltou desalentado, triste, mortificado. Nunca mais quis saber de festas. Com o tempo os cortesãos do castelo começaram a chamar aquela planta "Urze de Lina". (a Urze da Lina).
Conta ainda a lenda que passado pouco tempo o príncipe acabou por morrer de desgosto. Com o passar dos anos este acontecimento apagou-se das memória dos povos e a corte do príncipe Romualdo também. Ficou apenas a sepultura da Lina completamente coberta de "Urze de Lina".
Para completar este quadro e que para restasse memória física do acontecimento nem sequer do castelo, Deus, que vela pelos pobres, acredita-se, fez rebentar um vulcão junto aos alicerces do palácio. As correntes de lava soterraram toda a corte maldosa destruindo tudo à volta, correndo até ao mar.
Não se sabe, diz-nos a lenda, se por homenagem à dor do príncipe que Deus castigara, ou pela tradição popular o nome "Urze de Lina" e mais tarde por aglutinação "Urzelina" foi dado a esta povoação à beira-mar.
[editar] Lendas portuguesas
- Abidis
- Lenda da Justiça de Fafe
- Lenda do Galo de Barcelos
- Lenda de Machim
- Lenda de Maria Fidalga
- Lenda da Moura Salúquia
- Padeira de Aljubarrota
- Fradinho da mão furada
- Mouras encantadas
- Lenda da Dama Pé-de-Cabra
- Coca
- Lenda da fundação da Sertã
[editar] Lendas portuguesas - Açores
- Lenda das Sete Cidades (Açores)
- Lenda da princesa e do pastor no reino das Sete Cidades
- Lenda do rei Branco-Pardo e da rainha Branca-Rosa nas Sete Cidades
- Lenda da Ilha das Sete Cidades
- Lenda das Sete Cidades, Terra de Atlantes
- Lenda das Sete Caldeiras
- Lenda da Coroa Real de Cedros
- Lenda de um Baleeiro da Ilha do Pico
- Lenda da Ermida de Nossa Senhora dos Milagres da ilha do Corvo
- Lenda da Fajã de São João
- Lenda do Senhor Santo Cristo
- Lenda do Vai-te com o Diabo
- Lenda da Lagoa do Ginjal
- Lenda da Caldeira de Santo Cristo
- Lenda da Ponta Furada
- Lenda dos Diabretes na Fajã de Vasco Martins
- Lenda do Cavaleiro da ilha do Corvo
- Lenda do Reino de Atlântida e os Açores
- Lenda da descoberta da ilha de Santa Maria
- Lenda da Donzela Encantada da ilha de Santa Maria
- Lenda das Varas do Espírito Santo da ilha de São Jorge
- Lenda Um Salto Para Trás, Mas Sem Olhar
- Lenda do Pezinho de Nossa Senhora
- Lenda de Rabo de Peixe
- Lenda da Atlântida e a Origem do Arquipélago dos Açores
- Lenda de Santo Amaro da Ilha Das Flores
- Lenda do Senhor Jesus de Ponta Delgada
- Lenda da Sereia da Praia
- Lenda do Menino do Coro e a Pomba
- Lenda da Lagoa do Negro
- Lenda de Angra do Heroísmo