Le tour du monde en quatre-vingts jours
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Capa da primeira publicação francesa, a 30 de Janeiro de 1873 | |
Autor | Júlio Verne |
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Título original | Le tour du monde en quatre-vingts jours |
País | França |
Idioma original | francês |
Série | Les voyages extraordinaires |
Editora | RBA |
Lançado em | 1873 |
Precedido por | Le pays des fourrures |
Sucedido por | L'île mystérieuse |
A volta ao mundo em oitenta dias (no original, Le tour du monde en quatre-vingts jours) é um livro do escritor francês Júlio Verne, lançado em 1873.
O livro conta a história de um inglês, Phileas Fogg, que tinha uma vida regrada e solitária, mas com muito dinheiro e, devido a uma aposta com seus amigos de jogo, resolve dar a volta ao mundo em 80 dias, acompanhado apenas de seu fiel empregado. Nessa viagem, viverá diversas aventuras e conhecerá vários lugares do mundo. Esta história já foi traduzida para diversas línguas e por causa dela, muitos ingleses já deram a volta ao mundo.
Embora muitos dos livros lançados tragam em suas capas a foto de um balão, não há momento algum na história em que os personagens se utilizem dele. Em certa ocasião, Phileas Fogg cogita o uso de um balão, mas a idéia fica só na imaginação.
[editar] Personagens
- Phileas Fogg: um cavalheiro inglês, um tanto quanto solitário e sereno, que mora em Londres e tem uma rotina inalterável: acorda pela manhã, faz a barba, desjejua e parte para o clube onde se encontra com os colegas todos os dias.
- Jean Passepartout: Francês, recém contratado como criado do Sr. Fogg, vê no patrão uma forma de levar uma vida mais agitada sem as extravagâncias de seu passado.
- Aouda: Jovem que era casada, porém ficou prematuramente viúva, foi salva por Phileas Fogg e por Passepartout, da morte por costumes tribais.
- Detetive Fix: Após saber que a descrição de um ladrão se enquadra com a de Phileas Fogg passa a perseguí-lo em sua viagem ao redor do mundo tentando capturá-lo.
[editar] Enredo
Phileas Fogg é um cavalheiro inglês, um tanto quanto solitário e sereno, que mora em Londres e tem uma rotina inalterável: acorda pela manhã, faz a barba, desjejua e parte para o clube onde se encontra com os colegas todos os dias. No Reform Club, Fogg almoça e vai ler os principais jornais da capital inglesa, numa rotina infalível, com a devida pontualidade britânica. À noite, reúne-se com os colegas para a tradicional partida de Uíste (jogo de cartas para duas duplas, ancestral do bridge) e para comentar os assuntos do dia. À meia-noite, pontualmente, volta para casa. E assim se segue até o fatídico dia da aposta.
No dia 2 de outubro de 1872, Fogg estava à mesa a jogar seu carteado com os outros membros do Reform Club, como de hábito. Eis que surge um assunto novo, acerca do roubo acontecido em um banco londrino, dias atrás. O ladrão havia levado 55 mil libras da casa bancária, e fugira sem deixar traços. Sentados à mesa, os jogadores especulam a respeito do paradeiro do gatuno. Fogg, até então quieto, comenta que o referido ladrão poderia estar em qualquer lugar do mundo, afinal este já se tornara suficientemente pequeno para que qualquer um lhe desse a volta em oitenta dias. Seus colegas dizem que tal façanha seria impossível, e que Fogg não estava levando em conta os possíveis imprevistos que tal empreitada traria consigo. Fogg não arreda o pé e, impassível, diz que ele mesmo o faria. Travam então uma aposta de 20 mil libras e Fogg decide partir no mesmo dia. Estaria de volta no dia 21 de dezembro do mesmo ano.
Partem então ele e seu criado Jean Passepartout (um francês), que acabara de ser contratado e, atônito, seguia todas as orientações de seu amo. Pegam um trem para o sul da Europa, e de lá, um vapor para Suez, na África. No seu encalço, entretanto, segue um detetive inglês, convicto de que havia sido ele quem roubara o banco londrino! O detetive Fix segue Fogg e seu criado Passepartout até Suez, possessão inglesa, à espera de um mandado de prisão de Phileas Fogg, para garantir uma recompensa oferecida pela polícia inglesa. O mandado não chega e Fix é obrigado a seguí-los até que consiga a ordem de prisão. Fogg e Passepartout pegam outro navio em Suez com destino a Bombaim, cidade na costa oeste da Índia. Fix continua a seguí-los de perto, crente de que fora Fogg quem roubara aquele banco.
Já em Bombaim, os dois pegam um trem para Calcutá, na costa oeste indiana. Surge um imprevisto, porém, visto que a ferrovia não estava acabada! Tiveram que descer na metade do caminho e improvisar um segundo meio de transporte até chegar ao outro ponto da rede, onde haveria outro trem. Fogg, um homem mais que remediado, compra para si um elefante, e seguem viagem, pois além do dinheiro da aposta, o que mais assusta Fogg é não honrar sua palavra ao dizer que daria a volta ao mundo em oitenta dias!
Um guia é contratado para levá-los selva adentro até alcançarem a outra parte da ferrovia, e no caminho, presenciam um estranho ritual nativo que lhes dão calafrios: uma bela mulher era carregada para ser queimada viva junto ao corpo de seu viúvo, e isso não podiam aceitar! Fogg, que estava algumas horas adiantadas no seu intento, decide dar meia volta e resgatar a moça. Seu criado, Passepartout, entrementes, desenvolve um afeto profundo pelo seu amo, algo que irá perdurar até o fim da história. Conseguem resgatar a moça, graças à coragem de Passepartout, que se passara pelo morto viúvo e, ao levantar de seu leito fúnebre com a donzela nos braços, provocara arrepios nos que assistiam à cerimônia e consegue fugir.
Chegam por fim a Calcutá, os dois e a resgatada, tão inglesa quanto o senhor Fogg, e que lhes jura a mais eterna gratidão. De lá parte para Hong Kong em um navio, ainda seguidos por Fix, ansioso em pegá-los. Em Hong Kong, Fix decide contar a razão de estar os seguindo para Passepartout, que não acredita em uma só palavra do detetive. Este está tramando atrasar a viagem daqueles para que o mandado de prisão finalmente chegue e ele os consiga prender. Fix deixa Passepartout inebriado depois de uma ida a um bar da cidade, e seu amo Fogg acaba por perder o navio que os levaria a Yokohama, no Japão. Passepartout, desorientado, embarca para Yokohama, mas deixa seu amo para trás. Fogg não se faz de vencido e aluga um barco para levar ele, a senhorita Aouda (a donzela resgatada) e Fix (o qual pensa ser um amigo) para o porto de Xangai, na China. Lá, conseguem pegar um outro navio para Yokohama e seguir viagem para São Francisco, EUA.
Em território estadunidense, já não há como o detetive prender Fogg, já que se encontram fora de área sob jurisdição inglesa, e portanto Passepartout permite que este continue a viagem com os três, sem contar nada a seu amo. Em São Francisco os quatro pegam um trem para Nova Iorque, na recém-inaugurada ferrovia que corta os EUA de oeste a leste. No meio do caminho um bando de índios Sioux ataca o trem e leva Passepartout como refém. Seu dedicado amo não pensa duas vezes ao ir regatá-lo e prosseguir viagem. Chegam atrasados a Nova Iorque, tendo perdido o navio que partira de lá para Liverpool, mas Fogg consegue alugar um navio que os levaria até a costa inglesa. Quando chegam ao Reino Unido, ainda em tempo de Fogg ganhar a aposta, Fix dá ordem de prisão a Phileas Fogg, e leva-o para a prisão.
Descobre-se que o verdadeiro ladrão já havia sido preso há três dias, e após algumas horas Fogg é solto. Partem em correria os três, Fogg, Passepartout e Auda para Londres, mas chegam cinco minutos atrasados e nem passam pela frente do clube. Fogg, no outro dia, profundamente abatido, vai conversar com Auda, e acaba pedindo-a em casamento. Marcam a cerimônia para o dia seguinte, e acabam descobrindo que ainda havia tempo para ganhar a aposta! Ao contornar o mundo indo sempre para leste, Fogg havia ganhado um dia de vantagem, o que não havia notado! Seus colegas ainda o esperavam no salão no Reform Club no horário combinado, quando Phileas Fogg chega, faltando poucos segundos, e ganha a aposta!
[editar] Sugestões
- É aconselhável, para que a leitura deste livro seja mais interessante e profunda que o leitor, tenha uma visão global do planisfério terrestre, que possua alguns conceitos básicos de geografia, principalmente na compreensão de coordenadas.
- Alguns conceitos úteis: Trópico de Câncer, Trópico de Capricórnio, Equador, Meridiano de Greenwich, longitude, latitude.
- Outra sugestão, que também, torna a leitura deste livro muito interessante é acompanhar a viagem com um mapa ou um atlas do mundo, quanto mais completo e pormenorizado melhor.