Gastão Formenti
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Gastão Formenti (Guaratinguetá, 24 de junho de 1894 — Rio de Janeiro, 28 de maio de 1974) foi um cantor e pintor brasileiro.
Filho do italiano Cesare Formenti, pintor, decorador e cantor lírico amador, e irmão da escultora Sara Formenti.
Em 1895, sua família se transferiu para São Paulo. Fez o primário na Escola Filorette Fondacari, em São Paulo, e o secundário no Ginásio São Bento, no Rio de Janeiro. Aos nove anos, começou a estudar pintura com o pai e com Pedro Strina. Em 1910, transferindo-se com a família para o Rio de Janeiro, passou a trabalhar com o pai em pintura e, a 25 de fevereiro de 1920, casou-se com Otília de Oliveira.
[editar] Carreira musical
Gastão Formenti | |
---|---|
Gênero(s): | Sertanejo Romântico |
Período em atividade: | 1927-1959 |
Gravadora(s): | Odeon, Parlophon, Brunswick, Columbia, Victor |
Afiliação(ões): | Joubert de Carvalho, Rogério Guimarães, Valdemar Henrique |
Gastão começou sua carreira de cantor em 1927, aos 33 anos; instigado pelo escritor Gastão Penalva, apresentou-se na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, cantando a canção "Ontem ao Luar" (Catulo da Paixão Cearense e Pedro de Alcântara). No mesmo ano, foi contratado pela gravadora Odeon, que havia pouco inaugurara a gravação elétrica no Brasil. Em seu primeiro disco, gravou o motivo popular "Anoiteceu" e o tango sertanejo "Cabocla Apaixonada", de Marcelo Tupinambá e Gastão Barroso. Em seguida, gravou composições de Joubert de Carvalho, como as toadas "Canarinho", "Rolinha", "Sabiá Mimoso" e o maxixe "Boca Pintada". Em suas primeiras gravações, foi acompanhado ao violão por Rogério Guimarães.
Nos primeiros três anos de sua carreira musical, lançou discos tanto pela Odeon quanto por sua subsidiária, a Parlophon, onde, aliás, obteve seu primeiro grande sucesso: "Casa de Caboclo", canção de Hekel Tavares e Luiz Peixoto sobre motivos de Chiquinha Gonzaga.
Ao lado de Carmen Miranda, foi o primeiro cantor brasileiro a assinar um contrato com uma rádio, a Mayrink Veiga, em 1930. No mesmo ano, porém, transferiu-se para a Rádio Transmissora. Trocou também de gravadora; saindo da Odeon, passou para a Brunswick e, após gravar um único disco pela Columbia em fevereiro de 1931, foi contratado pela Victor, através da qual lançou várias músicas da dupla Joubert de Carvalho e Olegário Mariano, como o cateretê "De Papo pro Á", a canção "Zíngara" e o fox "Beduíno". Em junho de 1932, gravou a canção "Maringá" (Joubert de Carvalho), um grande sucesso que, mais tarde, daria nome à cidade paranaense.
Entre 1934 e 1935, lançou várias composições de Valdemar Henrique. Nesse ano, passou a atuar no Rádio Clube do Brasil e, em 1937, voltou a gravar pela Odeon.
Começou a se afastar da carreira de cantor a partir de 1940. Entre esse ano e o seguinte, gravou apenas dois discos. Passou a se dedicar mais à pintura, área em que também se destacou. Voltou a gravar somente seis anos depois, lançando a valsa "Não Vale Recordar" (José Conde e Mário Rossi) e a toada-rumba "Lua Malvada" (Saint-Clair Senna).
Em 1952, agora na Victor, regravou "Nhá Maria" e "Trovas de Amor" (ambas de Joubert de Carvalho) e, em 1956, na Sinter, relançou "De Papo pro Á" e "Maringá". Em 1959, a RCA Victor regravou seus grandes sucessos no LP "Quadros Musicais". Após esse lançamento, retirou-se definitivamente da vida musical.
[editar] Sucessos
Título | Autor(es) | Ano |
---|---|---|
A Vida É Boa... | Saint-Clair Sena | 1937 |
Anoitecer | Motivo Popular | 1927 |
Beduíno | Joubert de Carvalho e Olegário Mariano | 1932 |
Bem-Te-Vi | Sinhô | 1928 |
Boca Pintada | Joubert de Carvalho | 1927 |
Boi-Bumbá | Valdemar Henrique | 1935 |
Cabocla Apaixonada | Marcelo Tupinambá | 1928 |
Cai, Cai, Balão | Joubert de Carvalho e Olegário Mariano | 1929 |
Casa de Caboclo | Hekel Tavares e Luiz Peixoto sobre motivos de Chiquinha Gonzaga | 1928 |
Cobra Grande | Valdemar Henrique | 1935 |
Coração, por Que Soluças? | José Maria de Abreu e Saint-Clair Sena | 1937 |
De Papo pro Á | Joubert de Carvalho e Olegário Mariano | 1931 |
Foi Boto, Sinhá | Valdemar Henrique | 1934 |
Folhas ao Vento | Milton Amaral | 1934 |
Glória | Bonfiglio de Oliveira e Branca Coelho | 1931 |
Jóia Falsa | Osvaldo Santiago | 1934 |
Lua Branca | Chiquinha Gonzaga | 1929 |
Maria Fulô | Leonel Azevedo e Sá Róris | 1937 |
Maringá | Joubert de Carvalho | 1932 |
Meu Sofrer (Queixumes) | Henrique Brito e Noel Rosa | 1930 |
Minha Boneca | Luiz Lamego e Paulo Barbosa | 1938 |
Na Serra da Mantiqueira | Ari Kerner | 1932 |
Não Sei para Que Viver | Saint-Clair Sena | 1939 |
Nhá Maria | Joubert de Carvalho | 1928 |
Olhos Tristes | Jararaca e Vicente Paiva | 1938 |
Sabiá Mimoso | Joubert de Carvalho | 1927 |
Samba da Saudade | Ronaldo Lupo e Saint-Clair Sena | 1934 |
Suçuarana | Hekel Tavares e Luiz Peixoto | 1928 |
Tutu Marambá | Joubert de Carvalho e Olegário Mariano | 1929 |
Zíngara | Joubert de Carvalho e Olegário Mariano | 1931 |