Górgias (diálogo de Platão)
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Górgias é um diálogo de Platão, filósofo grego do século V a.C., e que fala, inicialmente, do papel da Retórica, qual a sua função e como esta deve ser usada, contrapondo o seu uso habitual - o dos sofistas (representados por Górgias, Polo e Cálicles) - com uma nova visão - a do filósofo Sócrates - que conclui que esta é não só inútil, mas mesmo imoral.
Iniciando um debate com Górgias, Sócrates induz o seu oponente em contradição, levando-o a dizer que a Retórica, a arte dos discursos políticos que tem como objecto a justiça, pode ser usada de forma errada e, ao mesmo tempo, que todos aqueles que a aprendem são incapazes de cometer qualquer acto injusto.
Perante esta contradição, surge Polo, discípulo de Górgias, que defende o seu mestre e a sua Arte, afirmando que esta é a mais bela das artes. Sócrates apresenta, então, a sua Teoria da Adulação.
Polo inicia um discurso argumentando que a Retórica dá poder àqueles que a dominam, ao que Sócrates contrapõe com o aparente paradoxo de que os que têm mais poder não são os mais poderosos. Após uma longa discussão, Sócrates obriga Polo a admitir que cometer uma injustiça é mau, e, caso a tenha cometido, o sujeito deve preferir ser castigado a fugir ileso.
Cálicles. o anfitrião, toma então a palavra, afirmando que Sócrates está errado e critica sua forma de debater. Afirma que não existem semelhanças entre as Leis da Natureza e as Leis da Convenção.
Sócrates leva a discussão a outro ponto, ao perguntar se os mais poderosos só governam os outros ou se também se auto-governam, isto é, se têm autodomínio e temperança. Cálicles ri-se desta ideia de temperante, chamando-lhe, pelo contrário, de imbecil. Este diz então que os mais hábeis são os que têm mais paixões e as satisfazem. Começa assim uma nova discussão: qual a melhor forma de viver: a do Hedonismo ou a da Temperança?
Sócrates conta então uma lenda sobre um crivo furado, que diz representar o homem que quer satisfazer os seus desejos. Como não consegue convencê-lo, recorre a história dos tonéis.