Forte da Má Ferramenta
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O Forte da Má Ferramenta, também denominado como Forte do Terreiro ou Forte do Espírito Santo, localiza-se no lugar do Bravio, próximo ao porto da freguesia de São Mateus da Calheta, concelho de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira (Açores), em Portugal.
Tinha a função de defesa da entrada do porto de São Mateus. Posteriormente, a instalação de uma peça de artilharia de grosso calibre, permitiu-lhe cruzar fogos com o Forte de São Diogo do Monte Brasil, para a defesa da baía do Fanal.
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[editar] História
Desconhece-se a data precisa em que foi erguido. A sua técnica construtiva indica ser antigo, seguindo o modelo dos fortes do plano de Tommaso Benedetto. Admite-se, por essas razões, que remonte à época do corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos (c. 1581), ou, no mais tardar, ao período imediatamente a seguir à Restauração Portuguesa.
À época dos Tombos dos Fortes da Ilha Terceira (1881), já em 1883 era encarada a possibilidade de o Exército Português vir a proceder à venda das cantarias que iam desaparecendo, muitas delas subtraídas por particulares para a construção de residências.
No século XX, em 1939 iniciava-se o processo de devolução do imóvel ao Ministério das Finanças. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, foi ocupado militarmente, restando deste período alguns elementos das construções em cimento.
A estrutura encontra-se atualmente arruinada.
[editar] Características
A sua planta evoluiu do característico forte quinhentista, trapezoidal, com três canhoneiras e paiol abobadado encostado à gola, para uma plataforma lajeada destinada a suportar uma boca de fogo de grosso calibre jogando à barbeta, com as muralhas ao nível do terrapleno (estrutura existente em 1881). A área ocupada era de aproximadamente de 280 metros quadrados. O forte era acedido por uma escada que começava na valeta da estrada real.
Em tempos idos existia uma muralha orientada para o Sul e outra para o Leste, provavelmente prolongando-se até se encontrarem, formando um forte de planta rectangular, segundo os historiadores. No entanto outros autores afirmam que as muralhas eram unidas por uma muralha curva.
[editar] Bibliografia
- Anónimo. Colecção de todos os fortes da jurisdição da Villa da Praia e da jurisdição da cidade na Ilha Terceira, com a indicação da importância da despesa das obras necessárias em cada um deles (Arquivo Histórico Ultramarino). Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, Vol. LI-LII, 1993-1994.
- Anónimo. Revista aos Fortes que Defendem a Costa da Ilha Terceira – 1776 (Arquivo Histórico Ultramarino). Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, Vol. LVI, 1998.
- BASTOS, Barão de. Relação dos fortes, Castellos e outros pontos fortificados que devem ser conservados para defeza permanente (Arquivo Histórico Militar). Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, Vol. LV, 1997.
- FARIA, Manuel. Ilha Terceira – Fortaleza do Atlântico: Forte da Má Ferramenta. Diário Insular, 24-25 de Maio de 1997.
- MOTA, Valdemar. Fortificação da Ilha Terceira. Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, Vol. LI-LII, 1993-1994.
- NEVES, Carlos; CARVALHO, Filipe; MATOS, Arthur Teodoro de (coord.). Documentação sobre as Fortificações dos Açores existentes nos Arquivos de Lisboa – Catálogo. Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, Vol. L, 1992.
- PEGO, Damião; ALMEIDA JR., António de. Tombos dos Fortes da Ilha Terceira (Direcção dos Serviços de Engenharia do Exército). Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, Vol. LIV, 1996.
- VIEIRA, Alberto. Da poliorcética à fortificação nos Açores: introdução ao estudo do sistema defensivo nos Açores nos séculos XVI-XIX. Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, Vol. XLV, Tomo II, 1987.
[editar] Ver também
- Anexo:Lista de fortificações de Portugal
- Lista de património edificado nos Açores
- Tombos dos Fortes da Ilha Terceira