Fortaleza de Humaitá
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Fortaleza de Humaitá localizava-se à margem esquerda do rio Paraguai, ao sul da capital Assunção, no Paraguai.
[editar] História
No contexto da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), esta fortificação controlava o acesso por via fluvial à capital, Assunção, constituindo-se no mais poderoso e temido complexo defensivo paraguaio.
O sistema defensivo de Humaitá foi iniciado por Carlos Antonio López (1790-1862) que, entre outras inovações, implantou o serviço militar obrigatório no país.
Marco do poderio militar de seu filho e sucessor, Francisco Solano López (1827-1870), o Tratado Secreto da Tríplice Aliança, entre a Argentina, o Brasil e o Uruguai (1 de Maio de 1865), entre outros dispositivos, previa a destruição definitiva da Fortaleza de Humaitá, proibindo-se a construção de qualquer outra fortificação semelhante no curso do rio Paraguai.
Estratégicamente dominando uma apertada curva do curso do rio, constitui-a-se em uma série de defesas, tanto pelo lado de terra como pelo lado do rio. Além dos muros e casamatas pesadamente artilhadas, contava com quartéis de tropa e de oficiais, depósitos de munições - de boca e de guerra -, oficinas, igreja, cemitérios e pastagens na área circundante, protegida por quilômetros de entrincheiramentos. No leito do rio, minas e três grossas correntes de ferro, impediam a navegação naquele trecho dominado pela fortaleza.
Quartel-general e centro do poder militar de Solano Lopez, este poderoso complexo defensivo, em seu núcleo, estava artilhado pelo lado do rio com mais de oitenta peças, e pelo lado de terra, por mais cerca de cem. Cruzava fogos com o Reduto Cierva, no lado oposto do rio.
Após ter detido o progresso das forças aliadas por quase dois anos entre 1866 e 1868, vitimadas pela insalubridade da região, pelos ataques paraguaios à vanguarda das forças e pela inação, a partir de 1867 sob a orientação do Marquês de Caxias (1803-1880), a posição é flanqueada e isolada, o que foi conseguido pelas tropas aliadas com a conquista de Tahí (2 de Novembro de 1867), rompendo as comunicações fluviais e por terra de Humaitá com a capital. Foi finalmente atacada pelas forças do 3º Corpo do Exército brasileiro sob o comando do Marechal-de-Campo Manuel Luís Osório (1808-1879), rechaçadas nos ataques de 21 de Março e de 17 de Julho de 1868. Abandonado pelas forças paraguaias, foi ocupado pelas brasileiras em 25 de Julho de 1868 e utilizada como base de operações de campanha.
Atualmente conservam-se as ruínas da igreja, destruída à época pela artilharia aliada.
No Museu Histórico da cidade, instalado no edifício que foi utilizado como quartel por Solano Lopez, encontram-se diversas peças relativas ao conflito.