Fernando de Noronha
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Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha | |||
Vista aérea da ilha.
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Informações | |||
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Inscrição: | 2001 | ||
Localização: | |||
Critérios: | (ix), (x) | ||
Descrição UNESCO: | fr en |
Fernando de Noronha ou Fernão de Noronha é um arquipélago brasileiro pertencente ao Estado de Pernambuco, formado por 21 ilhas e ilhotas, ocupando uma área de 26 km², situado no Oceano Atlântico, a leste do estado do Rio Grande do Norte. Constitui um distrito do estado de Pernambuco desde 1988, quando deixou de ser um território federal cuja sigla era FN. É gerida por um administrador-geral designado pelo governo do estado. A ilha principal tem 17 km² e fica a 545 km de Recife, capital de Pernambuco, a 360 km de Natal, capital do Rio Grande do Norte, a 830Km de Fortaleza, capital do Ceará, e a 1220 Km de Salvador, capital da Bahia
Após uma campanha liderada pelo ambientalista gaúcho José Truda Palazzo Jr., em 1988 a maior parte do arquipélago foi declarada Parque Nacional, com cerca de 8 km², para a proteção das espécies endêmicas lá existentes e da área de concentração dos golfinhos rotadores (Stenella longirostris) que lá se reúnem diariamente na Baía dos Golfinhos - o lugar de observação mais regular da espécie em todo o planeta.
Índice |
[editar] História
A ilha teria sido descoberta, provavelmente, por Gaspar de Lemos em 1500 ou por uma expedição da qual Duarte Leite erroneamente terá atribuído o comando a Fernão de Noronha, em 1501–1502. Porém, o primeiro a descrevê-la foi Américo Vespúcio, que tomou parte na expedição de Gonçalo Coelho.
A designação do arquipélago provém, no entanto, do nome do primeiro proprietário da capitania hereditária, após doação de D. Manuel I em 16 de fevereiro de 1504 a Fernão de Noronha.
O arquipélago foi invadido algumas vezes, nomeadamente em 1534 por ingleses, de 1556 até 1612 por franceses, em 1628 e 1635 pelos holandeses, voltando ao controle português em 1700, para ser novamente conquistada pelos franceses em 1736 e definitivamente ocupada pelos portugueses em 1737.
[editar] Lista de governadores
O território de Fernando de Noronha foi criado em 9 de fevereiro de 1942 desmembrado do estado de Pernambuco. A entidade administrativa durou 46 anos, sendo extinta em 5 de outubro de 1988 e reincorporada ao seu estado de origem.
[editar] Colônia prisional
Antes de se tornar o paraíso turístico e ecológico dos dias atuais, o arquipélago foi local de detenção de condenados enviados a cumprir pena no presídio ali existente, que funcionou de 1737 a 1942, de 1938 em diante apenas para presos políticos do Estado Novo.
Reportagem da revista O Cruzeiro, de 2 de agosto de 1930, descreve o presídio como fantasma infernal para esses proscritos da sociedade, que viviam completamente alheios ao que se passava no resto mundo, apesar de o Governo proporcionar aos presos uma vida saudável de trabalho e de conforto (Fonte: O Cruzeiro, ed. 2 de agosto de 1930)
[editar] Símbolos
- Hino de Fernando de Noronha
De autoria de Gercy Teles de Menezes e possui a seguinte letra:
Entre ondas bravias, azuis
Sob um céu sempre cheio de luz,
Há um pedaço da minha terra,
Esta ilha, que a todos seduz.
Brancas praias, rochedos, luar
E o Pico, altaneiro, sem par,
Fernando de Noronha é um sonho
Do qual ninguém quer despertar.
Quem já viu qualquer coisa mais bela
Que os abismos do Sancho e Sapata,
Italcable, Cacimba do Padre
E o mar, espumando na Rata?
Atalaia, baía Sueste,
E, no mastro do forte, a bandeira,
São cenários que nunca se esquece,
São lembraças para a vida inteira!
[editar] Praias
Mar de Dentro
- Baía e Porto de Santo Antônio
- Praia da Biboca
- Praia do Cachorro, na Vila dos Remédios (no centro histórico da ilha)
- Praia do Meio
- Praia da Conceição ou de Italcable
- Praia do Boldró, na Vila Boldró
- Praia do Americano
- Praia do Bode
- Praia da Quixabinha
- Praia da Cacimba do Padre
- Baía dos Porcos
- Baía do Sancho (baía de águas transparentes, cercada por falésias cobertas de vegetação)
- Baía dos Golfinhos ou Enseada do Carreiro de Pedra
- Ponta da Sapata
Mar de Fora
- Praia do Leão
- Ponta das Caracas
- Baía Sueste
- Praia de Atalaia
- Enseada da Caeira
- Buraco da Raquel
- Ponta da Air France
[editar] Outros locais de interesse turístico
- Forte de Nossa Senhora dos Remédios de Fernando de Noronha
- Fortim da Praia da Atalaia de Fernando de Noronha
- Reduto de Nossa Senhora da Conceição de Fernando de Noronha
- Reduto de Santa Cruz do Morro do Pico de Fernando de Noronha
- Reduto de Santana de Fernando de Noronha
- Reduto de Santo Antônio de Fernando de Noronha
- Reduto de São João Batista de Fernando de Noronha
- Reduto de São Joaquim de Fernando de Noronha
- Reduto de São José do Morro de Fernando de Noronha
- Reduto de São Pedro da Praia do Boldró de Fernando de Noronha
- Reduto do Bom Jesus de Fernando de Noronha
- Morro Dois Irmãos
[editar] Boldró
Boldró é onde está localizado o centro de convenções do Projeto TAMAR/IBAMA. Seu nome foi dado por militares americanos e é originário da expressão em inglês Bold Rock, que significa Pedra Saliente em português.
[editar] Mergulho
Fernando de Noronha é um local de Mergulho recreativo de nível internacional. Com águas quentes ao seu redor, mergulhos a profundidade de 30 a 40 metros podem ser feitos agradavelmente sem necessidade de usar roupa de neoprene.
Próximo a ilha existe a possibilidade de se fazer um mergulho avançado e visitar a Corveta Ipiranga, que repousa a 62m de profundidade, depois de ser afundada naquele ponto intencionalmente, após um acidente de navegação.
A ilha conta com três operadoras de mergulho, oferecendo diferentes níveis de qualidade de serviço.
Além disso, o arquipélago conta com interessantes pontos de mergulho livre, como a piscina natural do Atalaia, o naufrágio do Porto de Santo Antônio, a laje do Boldró dentre outros.
O arquipélago possui diversificada vida marinha, sendo comum observar diversas espécies de peixes recifais, tartarugas e eventuamente tubarões e golfinhos.
[editar] Problemas ecológicos
Embora protegida pela designação de parque nacional, muito do seu ecossistema terrestre está destruído. A maior parte de vegetação original foi cortada na época em que a ilha funcionava como presídio, para tornar mais difícil que prisioneiros fugissem e se escondessem.
Existe também o problema das espécies invasivas, especialmente a linhaça, originalmente introduzida com a intenção de alimentar gado, sendo que actualmente, a sua disseminação pelo território está fora de controle, ameaçando o que resta da vegetação original. Sem a cobertura das plantas, a ilha não retém água suficiente durante a estação seca, e a vegetação adquire um tom marrom, secando como consequência.
Observa-se também a incoerência da permissão de criação de ovelhas na ilha, ao mesmo tempo que se pede aos visitantes que preserve a Mata Atlântica insular, em recuperação.
Outra espécie invasiva é o lagarto localmente conhecido como teju, originalmente introduzido para tentar controlar uma infestação de ratos. A idéia não funcionou uma vez que os ratos são noturnos e o teju diurno. Actualmente o lagarto passou a ser considerado praga em vez dos ratos.
[editar] Ver também
- Fortificações na Ilha de Fernando de Noronha
- Forte de Nossa Senhora dos Remédios de Fernando de Noronha
[editar] Ligações externas
- Página oficial
- História de Fernando de Noronha
- Cálculo on-line de preços de viagens a Fernando de Noronha
- Site de Turismo da Ilha
- Pousada do Frances Actividades, Praias, Fotos
- Projeto "Golfinho Rotador" - Pesquisa e Conservação
- Entrevista com a historiadora Marieta Borges sobre o seu livro "Fernando de Noronha - Cinco séculos de história"