Clemens August von Galen
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Clemens Augustinus Joseph Emmanuel Pius Antonius Hubertus Marie Graf von Galen ou Clemens August Kardinal Graf von Galen ou ainda Clemens August Graf von Galen (Castelo de Dinklage Oldemburgo, 16 de março de 1878 - Münster, Westfalen, 22 de março de 1946) foi um Arcebispo alemão, criado Cardeal pelo Papa Pio XII em 1946, foi beatificado em 9 de outubro de 2005 pelo Papa Bento XVI.
Índice |
[editar] Juventude
O Conde von Galen era o décimo-primeiro filho do casal Conde Ferdinand Heribert von Galen e de sua mulher Elisabeth, nascida "von Spree", que tinha treze filhos. Foi enviado ao Liceu dos jesuítas em Feldkirch. Em seguida fez seus estudos em Fribourg, Innsbrück e Münster.
Foi ordenado presbítero em Münster em 28 de maio de 1904. Após um breve período como vigário capitular em Münster, com seu tio Maximilian Gereon Graf von Galen, bispo auxiliar de Münster, foi nomeado em 1906 capelão da Igreja de São Matias em Berlim.
Exerceu suas atividades pastorais na capital do império prussiano, depois, durante a Primeira Guerra Mundial, e após durante a república de Weimar. Foi um crítico da sociedade moderna, retornou a Münster em 1929 como pároco da paróquia de São Lamberto.
[editar] Episcopado
Foi sagrado Bispo de Münster em 1933. Durante o período nacional socialista von Galen distinguiu-se pela sua firme oposição ao regime e à ideologia racista. Participou da redação da encíclica Mit brennender Sorge do Papa Pio XI, que condena os erros do nazismo. Em 3 de agosto de 1941 denunciou violentamente em um sermão, o primeiro de uma série de três, o programa de eutanásia nazista, visto como negação do mandamento divino "não matarás".
A sua crítica levou Hitler a suspender oficialmente (oficiosamente os assassinatos prosseguiram até à queda do Terceiro Reich). O programa de extermínio tinha o nome convencional de Aktion T4 e visava à eliminação de deficientes físicos e mentais, os quais eram considerados inúteis pelo regime.
Como retaliação pela sua atitude e principalmente pelos seus sermões 24 sacerdotes e 18 religiosos da sua diocese foram presos e levados para campos de concentração, onde dez deles perderam a vida. Foi apelidado pelo povo pela sua intrepidez e audácia de "Leão de Münster".
Depois da Guerra criticou os excessos e os crimes das tropas aliadas de ocupação na Alemanha e recusou com veemência a ideologia de que todo o povo alemão era responsável por crimes de guerra. Reagiu também contra os maus-tratos a que foram submetidos os alemães do leste e à sua expulsão por ocasião da anexação de territórios orientais da Alemanha pela Polônia e União Soviética.
[editar] Cardinalato
Em 18 de fevereiro de 1946, o Papa Pio XII o cria cardeal pela sua conduta intrépida durante o período do nazismo. A Basílica de São Pedro inundada de fiéis o aclama como o "Leão de Münster". Em 16 de março de 1946, o cardeal von Galen retorna a Münster e tem uma acolhida entusiástica pela multidão. Diante das ruinas da catedral ele pronuncia o seu último discurso; no dia seguinte cai doente e falece em 22 de março de 1946. Foi enterrado na Ludgeruskapelle na catedral em ruinas. Destacou-se pela piedade profunda e pela virtude da fortaleza que exercitou em grau heróico.
[editar] Citações
O Papa Bento XVI assim a ele se referiu:
-
- Teve lugar esta manhã, na Basílica de São Pedro, a beatificação de Clemens August von Galen, Bispo de Monastério, Cardeal, intrépido opositor ao regime nazista. Ordenado sacerdote em 1904, desempenhou por muito tempo o ministério numa paróquia de Berlim e em 1933 foi nomeado Bispo de Monastério. Em nome de Deus, denunciou a ideologia neopagã do nacional-socialismo, defendendo a liberdade da Igreja e os direitos humanos gravemente violados, protegendo os judeus e as pessoas mais frágeis, que o regime considerava refugo a ser eliminado.
-
- São conhecidas as três célebres pregações que aquele intrépido Pastor pronunciou em 1941. O Papa Pio XII criou-o cardeal em Fevereiro de 1946 e, apenas um mês mais tarde, faleceu, circundado pela veneração dos fiéis, que reconheceram nele um modelo de coragem cristã. É precisamente esta a mensagem sempre actual do beato von Galen: a fé não se limita a sentimento privado, que possivelmente se esconde quando é incómoda, mas exige a coerência e o testemunho também em âmbito público em favor do homem, da justiça, da verdade.
A sua festa litúrgica é comemorada no dia 22 de março, data de sua morte.
[editar] Ver também
[editar] Ligações externas
- Biografia do Beato Conde von Galen (em castelhano) Santa Sé, sítio oficial.
- Homilia na beatificação de Graf von Galen (em português) Santa Sé, sítio oficial.
- Artigo de inXL6 (em francês)
- Cartas de Pio XII aos bispos de Münster e Berlim
