Chagas Freitas
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Chagas Freitas | |
Governador do Rio de Janeiro | |
Mandato: | de 15 de março de 1979 a 15 de março de 1983 |
Precedido por: | Floriano Peixoto Faria Lima |
Sucedido por: | Leonel Brizola |
Nascimento | 1914 Rio de Janeiro |
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Falecimento | 1991 Rio de Janeiro |
Partido político: | MDB |
Profissão: | Jornalista |
Antônio de Pádua Chagas Freitas (Rio de Janeiro, 1914 — Rio de Janeiro, 1991) foi um jornalista e político brasileiro; governador da Guanabara (1971 a 1975) e do Rio de Janeiro (1979 a 1983).
Seu nome deu origem ao termo chaguismo, que designou sua forma particular de utilizar a máquina pública estatal para vencer as eleições, e que praticamente dominou a política carioca e fluminense de 1970 a 1982.
[editar] Representante do ademarismo
Diplomado em direito em 1935, Chagas Freitas começou atuando no jornalismo e ingressou na política em 1945, com o fim do Estado Novo). Nesse ano ingressou na UDN, seguindo o exemplo do ex-interventor paulista Ademar de Barros, do qual era amigo e aliado político.
Quando Ademar rompeu com a UDN, Chagas Freitas acompanhou-o na fundação do efêmero Partido Republicano Progressista, que em 1946 deu origem ao Partido Social Progressista (PSP). Juntos, procuraram consolidar o domínio do PSP fora do estado de São Paulo, base política do adhemarismo.
Em 1950, Chagas Freitas tornou-se diretor do vespertino A Notícia (1950), criado por Adhemar no Rio de Janeiro para expandir o partido no Distrito Federal. Em seguida, criaram também o matutino O Dia (1951), que se tornaria um dos principais jornais da capital.
Nessa época, Chagas Freitas também começou a se projetar individualmente. Após uma tentativa frustrada de eleger-se para a Câmara dos Deputados em 1950, conseguiu ser eleito em 1954. O trabalho de Chagas no Rio de Janeiro permitiu a Ademar de Barros ser o candidato mais votado no Distrito Federal nas eleições de 1955, à frente de Juscelino Kubitschek.
A partir de 1958, quando foi reeleito deputado federal, Chagas Freitas começou a se afastar de Adhemar, que naquele ano perdera a eleição em São Paulo para o janista Carvalho Pinto. Com o rompimento da sociedade, Chagas Freitas assumiu o controle dos jornais e filiou-se ao PSD, pelo qual obteve um terceiro mandato na Câmara, em 1962.
[editar] A formação da máquina chaguista
Em 1964, Chagas Freitas apoiou ativamente o movimento militar que depôs o presidente João Goulart. No entanto, vendo que a Arena, partido criado para apoiar os militares, estava sob controle dos lacerdistas, preferiu filiar-se ao MDB, aproveitando a forte inclinação oposicionista do eleitorado da Guanabara.
Como antiga capital federal, o Rio de Janeiro ainda era sede de diversos órgãos e autarquias. Aproximando-se dos interesses do funcionalismo público, Chagas Freitas foi o mentor de uma política clientelista, que buscava não hostilizar o governo militar. A tranqüila eleição de 1966 representou não só a conquista do quarto mandato de Chagas Freitas, mas a consolidação do seu domínio dentro do MDB guanabarino (com o predomínio de seus aliados políticos no partido).
Em 1970, com apoio da maioria na Assembléia Legislativa, foi eleito governador da Guanabara em 1970, por via indireta (o único eleito pelo MDB naquele ano). No entanto, a cúpula nacional do MDB criticou a sua posição dúbia em relação ao governo militar, do qual era, na prática, aliado regional.
Chagas Freitas também foi acusado por seus adversários de utilizar a administração pública para distribuir cargos aos seus cabos eleitorais (a chamada "política da bica d'água"). Isso não o impediu de apoiar interesses financeiros e imobiliários na administração do estado, o que lhe permitiu construir grandes obras.
Mas a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, em 1975, acabou sendo prejudicial aos interesses da corrente "chaguista". O governo do estado foi entregue ao almirante Floriano Peixoto Faria Lima, frustrando a tentativa de eleger o vice-governador Erasmo Martins Pedro.
Além disso, Chagas Freitas teria que dividir o controle do MDB estadual com Amaral Peixoto, que era o líder fluminense do partido. Isolado, Chagas Freitas deixou o MDB, mas voltaria dois anos depois, em 1977.
[editar] O declínio político
Em 1979, Chagas Freitas tomou posse como governador do Rio de Janeiro, após ser novamente eleito pela maioria do MDB na Assembléia Legislativa.
Mas o diretório nacional do MDB, liderado por Ulisses Guimarães não tolerava as suas boas relações com o governo militar e no mesmo ano, com o fim do bipartidarismo, vetou seu ingresso no PMDB. A Chagas Freitas e seus aliados só restou a alternativa de juntar-se ao Partido Popular (PP), criado por Tancredo Neves, que representava uma oposição moderada ao regime militar.
O PP não conseguiu se firmar nacionalmente e acabou sendo incorporado ao PMDB no final de 1981. O retorno de Chagas Freitas acabou dividindo o partido e provocando a saída de várias lideranças, como o senador Roberto Saturnino Braga (para o PDT) e o prefeito de Niterói, Wellington Moreira Franco (que foi para o PDS), herdeiro de Amaral Peixoto.
Dessa forma, o PMDB passou a apostar todas as suas forças no deputado federal Miro Teixeira, tido como o herdeiro do chaguismo. No entanto, este foi derrotado por Leonel Brizola (PDT), o que apressou a rápida dissolução de seu bloco de apoio. O próprio Teixeira mais tarde entraria para o PDT e ajudaria Brizola a consolidar o poder do partido no estado.
Em 1983, após deixar o governo fluminense, já doente, Chagas Freitas vendeu o jornal "O Dia" ao jornalista Ary de Carvalho.
Precedido por Francisco Negrão de Lima |
Governador da Guanabara 1971 — 1975 |
Sucedido por extinto com a fusão |
Precedido por Floriano Peixoto Faria Lima |
Governador do Rio de Janeiro 1979 — 1983 |
Sucedido por Leonel Brizola |