Cabula (Salvador)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cabula é um dos bairros de Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia.
Índice |
[editar] Descrição
Com uma população (ano 2000 - IBGE) de 47 mil habitantes, e cerca de treze mil residências, o Cabula é local de muitos conjuntos habitacionais que foram surgindo para acompanhar o crescimento populacional da capital baiana.
[editar] Localização e acessos
Situado no centro da península soteropolitana, o Cabula situa-se à margem oeste da rodovia Salvador-Feira de Santana, chamada de Acesso Norte.
Limites: Ao Norte, com o São Gonçalo do Retiro; a Sul e Leste com o Pernambués; a Oeste com o Pau Miúdo
[editar] Histórico
Originalmente a área era formada por fazendas, em especial produtoras de laranja-da-bahia - espécie extinta nos anos 70, época em que coincide com o avanço urbano sobre as extensas áreas verdes do Cabula, ligadas por vários caminhos chamados de "estradas do Cabula" que permanecem ainda hoje: Ladeira do Cabula, Estrada do Cabula, Largo do Cabula.
A princípio o bairro era povoado por negros, sobretudo de origem Congo e Angola, que tocavam e dançavam o "kabula", ritmo quicongo religioso que deu origem ao nome do bairro.
Na década de 1790, havia ali terreiros e sacerdotes quicongos famosos do Candomblé, mais conhecidos como "zeladores de "nkisi" (força mágica, divindidade)". Entre eles, uma sacerdotisa de prestígio, Nicácia, presa a mando do então governador da Bahia por exercer suas funções sacerdotais: "(...)o conde da Ponte (João de Saldanha da Gama de Melo e Torres) saiu de seus cuidados e mandou prendê-la por estar exercendo suas funções sacerdotais. Nicácia que era aleijada, foi presa e trazida do Cabula, com grande acompanhamento, para a então Chefatura de Polícia, no centro da cidade, exposta ao escárnio público. Nicácia faleceu em 14 de março de 1807".
Mais tarde vieram os nagôs que aos poucos foram se alojando. O terreiro mais antigo do local o Ilê Axé Opô Afonjá, foi fundado e plantado em 1910 por Obá Biyi (Eugênia Ana dos Santos, Aninha).”
[editar] Referência
- “O espaço sagrado”, de Waldeloir Rego, parte do livro “Iconografia dos Deuses Africanos no Candomblé da Bahia”.
- Waldeloir Rego, Capoeira Angola/Ensaio Sócio-Etnografico, Editora Itapuã, Salvador/Bahia, 1968, p. 152.