Basílio de Cesareia
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São Basílio Magno | |
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Padre da Igreja, Doutor da Igreja | |
Nascimento | ca. 329-333 em Cesaréia, Capadócia |
Falecimento | 379 em Cesaréia, Capadócia |
Venerado pela | Igreja Católica Igreja Ortodoxa Igrejas orientais Igreja Anglicana Luteranismo |
Principal templo | Catedral de São Basílio, Moscovo |
Festa litúrgica | 1 de Janeiro (Oriente), 2 de Janeiro (Ocidente) |
Padroeiro: | Capadócia, Monges, administradores Hospitalares |
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São Basílio (329 - 379) - Padre da Igreja, teólogo e escritor cristão do século IV.
Índice |
[editar] A família e a formação
Basílio nasceu em Cesaréia, capital da Capadócia, Ásia Menor no seio de uma família profundamente cristã. Estudou em Constantinopla e Atenas. Entre seus nove irmãos figuraram: São Gregório de Nissa, Santa Macrina a jovem e São Pedro de Sevaste. Seu pai era São Basílio o velho, e sua mãe, Santa Emélia. Como seus colegas de estudo teve o futuro imperador apóstata, Juliano, e São Gregório Nazianzeno, também capadócio e seu amigo inseparável, que escreveu sobre os dois: "conhecíamos apenas duas ruas na cidade: a que conduzia à Igreja e a que nos levava à escola".
[editar] A etapa do monaquismo
Terminando seus estudos, Basílio retornou à Cesarea, sendo batizado e se determinando a seguir a pobreza evangélica. Visitou os e estudou nos mosteiros do Egito, Palestina, Síria e Mesopotâmia. Em seguida morou em uma estalagem na região do Ponto, perto do rio Íris, entregando-se a uma vida solitária de oração e estudo, e formando o primeiro mosteiro da Ásia Menor.
[editar] As controvérsias teológicas
A heresia ariana naquela época estava no ápice, sendo que os ortodoxos eram perseguidos pelos hereges. Basílio foi ordenado diácono e sacerdote na Cesaréia em 363, mas se retirou para o Ponto para evitar conflitos com o arcebispo Eusébio. Em 365 seu amigo Gregório Nazianzo retirou Basílio de seu retiro, e em 370, quando o arcebispo Eusébio morreu, deixando vaga a sede arcebispal, Basílio foi eleito para ocupá-la. Com a morte de Santo Anastácio, pouco depois, Basílio passou a ser o último defensor da ortodoxia no oriente, morrendo em 1o de Janeiro de 379, aos 49 anos.
Dedicou as suas maiores energias a defender a doutrina da consustancialidade do Verbo, definida solenemente no Concilio de Nicea (325). Por este motivo sofreu muitos ataques dirigidos pelos arianos e pelas autoridades imperiais, que queria, impor a doutrina de Arío. Com São Gregório Nazianzo e São Gregorio de Nissa contribuiu de maneira decisiva na tarefa de precisão conceptual dos termos com os quais a Igreja viria a expor o dogma trinitário, preparando, desta maneira, o Primeiro Concílio de Constantinopla (381), que enunciou de forma definitiva a doctrina sobre a Santíssima Trindade.
Sua produção literária compreende trabalhos dogmáticos, ascéticos, pedagógicos e litúrgicos. A ele se deve a fixação definitiva de uma das mais conhecidas liturgias (missas) orientais: a Divina Liturgia de São Basílio. Junto com São Gregorio Nazianzo, escreveu duas Regras que tiveram um influxo decisivo na vida monástica do Oriente cristão.
Sobre ele, assim se manifestou o Papa Bento XVI: "Na realidade, São Basílio criou uma vida monástica muito particular: não fechada à comunidade da Igreja local, mas aberta a ela. Seus monges formavam parte da Igreja particular, eram seu núcleo animador que, precedendo aos demais fiéis no seguimento de Cristo e não só da fé, mostrava sua firme adesão a Cristo - o amor a ele -, sobretudo com obras de caridade. Estes monges, que tinham escolas e hospitais, estavam ao serviço dos pobres; assim mostraram a integridade da vida cristã."
"O Servo de Deus João Paulo II, falando da vida monástica, escreveu: "Muitos opinam que essa instituição tão importante em toda a Igreja como é a vida monástica ficou estabelecida, para todos os séculos, principalmente por São Basílio ou que, pelo menos, a natureza da mesma não teria ficado tão propriamente definida sem a sua decisiva aportação"(carta apostólica Patres Ecclesiae, 2: L'Osservatore Romano, ed. língua espanhola, 27 de janeiro de 1980, p. 13) (Audiência Geral, Sala Paulo VI, 4 de julho de 2007)
[editar] Ver também
SPINELLI, Miguel. Helenização e Recriação de Sentidos. A Filosofia na época da expansão do Cristianismo - Séculos, II, III e IV. Porto Alegre: Edipucrs, 2002, pp.237-327.