ebooksgratis.com

See also ebooksgratis.com: no banners, no cookies, totally FREE.

CLASSICISTRANIERI HOME PAGE - YOUTUBE CHANNEL
Privacy Policy Cookie Policy Terms and Conditions
Antropologia da Saúde - Wikipédia, a enciclopédia livre

Antropologia da Saúde

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Antropologia da Saúde ou Antropologia Médica corresponde a uma especialização ou aplicação da antropologia ao estudo do comportamento humano para obtenção e manutenção da saúde através de práticas culturais. Naturalmente, trata-se de uma divisão com fins didáticos pois não há como isolar um “fato” social do seu contexto ou realidade construída pelas sociedades humanas com sua linguagem e cultura característica.

Tal ciência aplicada pode ser melhor compreendida tanto pela análise da produção de trabalhos produzidos por antropólogos e demais cientistas sociais como pela especificidades da área de aplicação e suas interfaces com demais ramos do conhecimento.

A antropologia da saúde pode se distinguir da antropologia médica se considerarmos que essa última se detém no estudo das racionalidades médicas, e no estudo das patologias e sistemas terapêuticos – a medicina, tal com conhecemos em nossa sociedade estabelecendo limites difusos com a antropologia biológica e antropologia física ou pode se deter no conceito ampliado de saúde tal como desenvolvido pela medicina social, epidemiologia e estudo da saúde pública.

Para François Laplantine, o autor de Antropologia da doença, esta ciência estuda a percepção e resposta de um grupo social à patologia, elabora e analisa modelos etiológicos e terapêuticos. Um modelo é: uma construção teórica, caráter operatório (hipótese) e também uma construção metacultural, ou seja, que visa fazer surgir e analisar as formas elementares da doença e da cura - sua estrutura seus invariantes tornando-o comparável a outros sistemas (Laplatine).

Outra contribuição relevante de nossos dias vieram de Arthur Kleinman. Segundo esse autor, observando-se a trajetória de pacientes e curadores no contexto cultural distingue-se na organização social o sistema cultural de cuidados de saúde (Health Care System) correspondendo a estas práticas: a o setor ou medicina popular / familiar, conhecida e praticada por todos; a medicina tradicional, que exige um especialista formador – a relação mestre/ discípulo e finalmente o setor médico profissional que se caracteriza-se por possuir escolas formais e hegemonia social. (Kleinman apud Uchoa; Vidal e Currer).

A esses setores correspondem modelos explicativos dos profissionais e dos pacientes e suas famílias, alguns autores que a interação de tais símbolos em uma rede semântica corresponde à construção de realidades médicas que conjugam, normas, valores, expectativas individuais e coletivas, comportamentos ou formas específicas de pensar e agir em relação à doença e saúde. (Uchoa; Vidal)

Uma outra maneira de entender as regras e técnicas e rituais que emergem da vida prática de distintas sociedades (incluindo a nossa) é sua abordagem enquanto processo cognitivo (epistéme) ou racionalidades.

Racionalidade médica, na terminologia proposta por Luz (1988), essencialmente útil para quem pretende comparar elementos (o que é uma exigência do método estrutural). Segundo essa autora, uma racionalidade médica ou sistema lógico e teoricamente estruturado, tem como condição necessária e suficiente para ser considerado como tal, a presença dos seguintes elementos:

Máscara africana da Costa do Marfim
Máscara africana da Costa do Marfim
  1. Uma morfologia (concepção anatômica);
  2. Uma dinâmica vital ("fisiologia");
  3. Um sistema de diagnósticos;
  4. Um sistema de intervenções terapêuticas;
  5. Uma doutrina médica (cosmologia).


Índice

[editar] Um século de contribuições

Assim como a própria antropologia, tais estudos se iniciaram com as descrições etnográficas do século XIX, assim temos descrições do xamanismo, e das “medicinas tradicionais” e “medicinas populares” entre as proposições teóricas do começo do século XX destacamos as contribuições de Marcel Mauss (1872 – 1950) em especial a criação da noção de técnica do corpo, entendendo o corpo humano como o primeiro e mais natural instrumento do homem nos permitindo comparar as intervenções obstétricas, cuidados de puericultura, higiene, sexualidade etc. e as distinções que faz entre magia, religião situando a prática dos curandeiros, analisando o poder dos enfeitiçamentos e crenças incluindo as célebres descrições de “morte sugerida” ou induzida por feitiçaria na Austrália e Nova Zelândia fenômeno psicossomático posteriormente estudado pelo fisiologista Cannon W. B. (1942) nas suas descrições da relação cérebro - emoção.

As práticas mágicas e simpatias em seus aspectos sociais e psicológicos estão entre os objetos de estudo de Mauss, que mais produziram ecos e até hoje permanecem na lista de interesses do antropólogo voltado para as questões do processo saúde – doença, repleto de excelentes descrições obras clássicas com “Bruxarias, Oráculos e Magia entre os Azande” de E. E. Evans-Pritchard com sua cuidadosa descrição da farmacopéia mágica e outras características religioso-étnicas desses povos da África Central ou “Pensamento Selvagem” de Claude Levi-Strauss, que nos propõe um caminho da compreensão do pensamento mágico e mitologia a partir da comparação das “operações” deste com o pensamento científico delimitando suas relações com a intuição sensível, predominante nas analogias do primeiro, e com a percepção – observação na lógica do pensamento científico.

Também é objeto da antropologia médica o modo como se formam os distintos agentes de cura, o modo como estes modificam a realidade institucional/ cultural em distintos países e organizações sócio-econômicas e o modo como se produzem e distribuem (consomem) ações e serviços de saúde, aliás a OMS, Organização Mundial de Saúde, tem estimulado desde sua fundação a associação das medicinas tradicionais à prestação de serviços primários de saúde a exemplo da bem sucedida criação dos médicos de pés descalços na China.

[editar] Antropologia Médica no Brasil

Pesquisas sobre as contribuições da antropologia à medicina, em estudos específicos sobre essa produção em periódicos e congressos científicos nos revelam que o Brasil, centenas de estudos exploram as relações entre saúde, doença e cura na religiosidade popular, nos sistemas etnomédicos indígenas e religiões - medicinas de matriz africana (candomblés e práticas médico religiosas de afro-descendentes) versam sobre representações do corpo e cuidados corporais, categorias de alimentação, condições de vida da classe trabalhadora, saúde mental e mesmo sobre as práticas médicas alternativas ou complementares.

Os estudos mais antigos tentam relacionar as práticas populares (folclore) às tradições formadoras de nossa cultura, analisando inicialmente segmentos étnicos e a cultura no meio rural e os estudos mais recentes, voltam-se para o meio urbano e as distintas classes sociais que caracterizam os conflitos da sociedade capitalista em transformação. As pesquisas mais recentes tendem a integrar as teorias que dão conta dos dados etnográficos (o particular) ao processo socioeconômico e cultural mais amplo (o geral) (Canesqui, 94; Queiroz; Canesqui, 86).

[editar] Bibliografia

  • Canesqui, Ana Maria. Notas sobre a produção acadêmica de antropologia e saúde na década de 80. in: Alves, P.C.; Minayo, M.C.S. (org.) Saúde Doença, um olhar antropológico. RJ, FIOCRUZ, 1994
  • Evans – Pritchard, E.E. Bruxarias, Oráculos e Magia entre os Azande, RJ, Zahar, 1978
  • Laplatine, François. Antropologia da Doença. SP, Martins Fontes, 1991
  • Levi-Strauss, Claude]]. Pensamento Selvagem SP, Cia Ed Nacional, 1976
  • Luz, Madel T. Natural, Racional, Social ; Razão Médica e Racionalidade Científica Moderna, Rio de Janeiro, Ed. Campus, 1988
  • OMS – Organizacion Mundial de La Salud. Atencion primaria de salud. La experiência china, Informe de um seminário iterregional. Ginebra, OMS, 1984
  • Kleinman, Arthur Concepts and a Model for the comparison of Medical Systems as Cultural Systems. IN: Currer,C e Stacey,M / Concepts of Health, Illness and Disease. A Comparative Perspective, Leomaington 1986
  • Queiroz, Marcos S.; Canesqui, Ana M. Contribuições da antropologia à medicina: Uma revisão de estudos no Brasil. Revista de Saúde Pública, SP, v 20 (2); 141-151, 1986
  • Uchoa, Elizabeth; Vidal, Jean Michel. Vidal Antropologia Médica: Elementos conceituais e metodológicos para uma abordagem da saúde e da doença. CAD. Saúde Pública, RJ, 10 (4); 497-404, out-dez,1994
  • São Paulo, Fernando. Linguagem médica popular no Brasil; 2v. Rio de Janeiro: Barretto, 1936.

[editar] Ligações externas


aa - ab - af - ak - als - am - an - ang - ar - arc - as - ast - av - ay - az - ba - bar - bat_smg - bcl - be - be_x_old - bg - bh - bi - bm - bn - bo - bpy - br - bs - bug - bxr - ca - cbk_zam - cdo - ce - ceb - ch - cho - chr - chy - co - cr - crh - cs - csb - cu - cv - cy - da - de - diq - dsb - dv - dz - ee - el - eml - en - eo - es - et - eu - ext - fa - ff - fi - fiu_vro - fj - fo - fr - frp - fur - fy - ga - gan - gd - gl - glk - gn - got - gu - gv - ha - hak - haw - he - hi - hif - ho - hr - hsb - ht - hu - hy - hz - ia - id - ie - ig - ii - ik - ilo - io - is - it - iu - ja - jbo - jv - ka - kaa - kab - kg - ki - kj - kk - kl - km - kn - ko - kr - ks - ksh - ku - kv - kw - ky - la - lad - lb - lbe - lg - li - lij - lmo - ln - lo - lt - lv - map_bms - mdf - mg - mh - mi - mk - ml - mn - mo - mr - mt - mus - my - myv - mzn - na - nah - nap - nds - nds_nl - ne - new - ng - nl - nn - no - nov - nrm - nv - ny - oc - om - or - os - pa - pag - pam - pap - pdc - pi - pih - pl - pms - ps - pt - qu - quality - rm - rmy - rn - ro - roa_rup - roa_tara - ru - rw - sa - sah - sc - scn - sco - sd - se - sg - sh - si - simple - sk - sl - sm - sn - so - sr - srn - ss - st - stq - su - sv - sw - szl - ta - te - tet - tg - th - ti - tk - tl - tlh - tn - to - tpi - tr - ts - tt - tum - tw - ty - udm - ug - uk - ur - uz - ve - vec - vi - vls - vo - wa - war - wo - wuu - xal - xh - yi - yo - za - zea - zh - zh_classical - zh_min_nan - zh_yue - zu -