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António de Sommer Champalimaud - Wikipédia, a enciclopédia livre

António de Sommer Champalimaud

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

António de Sommer Champalimaud (19 de Março de 1918 em Estrela, Lisboa — 8 de Maio de 2004) figura incontornável na história económica do século XX português - um empresário e grande industrial português, citado muitas vezes como o homem mais rico do país, tinha uma fortuna calculada em 1,3 mil milhões de euros e apareceu na lista dos multimilionários da revista americana Forbes em 2004 no 153.° lugar.

Construiu o seu império empresarial durante a ditadura do Estado Novo, com a protecção de Salazar. Esse império foi nacionalizado pelo governo de Vasco Gonçalves. Com muita influência no Brasil onde mantinha ainda um outro império empresarial, um país que na altura era governado por uma ditadura militar.

Nasceu em Lisboa, primeiro filho de Carlos Montez Champalimaud, um médico militar comerciante de vinhos do Douro e Ana de Araújo de Sommer. Estudou na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, cursou ciências físico-químicas, escolhe abandonar os estudos depois da morte do pai em 1937, para se dedicar ao mundo dos negócios. Quando toda a família defendia que se devia vender a "Companhia Geral de Construções", a empresa do pai que estava tecnicamente falida, António Champalimaud foi peremptório e assumiu as rédeas do negócio. Era o filho mais velho de quatro irmãos e queria reerguer o legado do progenitor. Contou com a ajuda de Ricardo Espírito Santo Salgado e conseguiu um crédito de confiança para a dívida, à época, de 13 mil contos.

Decisivo para o nascimento de António Champalimaud como homem de negócios foi também o casamento em 1941 com Maria Cristina de Mello (6 de Março de 1920 Lisboa, Lapa — 25 de Agosto de 2006 Lisboa) herdeira de uma das maiores fortunas de Portugal. Filha de Manuel de Mello (pai de José Manuel de Mello e Jorge de Mello), o presidente da CUF e neta de Alfredo da Silva, o fundador da CUF - de quem teve sete filhos: António Carlos em 1942, Maria Luísa em 1943, Maria Cristina em 1945, Manuel Carlos em 1946, José em 1947, João Henrique em 1950 e em 1952 nasce o sétimo e último filho Luís de Mello Champalimaud.

1942, com vinte e quatro anos de idade, tomava posse da administração da Empresa de Cimentos de Leiria (ECL), propriedade do tio Henrique Sommer, que viria a falecer, em 1944, e a deixar-lhe grande parte dos seus bens. Dinamizou a exportação de vinho do Douro e lançou os primeiros projectos de urbanização na Quinta da Marinha, em Cascais. Os materiais de construção, o imobiliário e a exportação de vinhos eram os três negócios-chave do jovem empresário. Socorreu-se de empréstimos na Casa Bancária José Henriques Totta, gerida pelo seu sogro, Manuel de Mello, para adquirir, com a ajuda de Salazar a "Cimentos Tejo" (detentora, na altura, do maior forno de cimento do mundo, que começou a funcionar em 1960), a "Companhia de Carvões e Cimentos do Cabo Mondego"), fundou a "Companhia de Cimentos de Angola" e mandou construir a "Fábrica do Lobito", em 1952 - ano em que aderiu ao grupo CUF - comprou a "Fábrica de Cimentos Portland de Moçambique", sediada na Matola e fundou em 1951 a "Fábrica de Nova Maceira" no Dondo, bem como a "Fábrica de Nacala", em 1963).

1954 fundou a Siderurgia Nacional, e em 1955 Salazar publicou um alvará em que dá à empresa o exclusivo da exploração por dez anos de vários minérios de ferro e aço - um verdadeiro “monopólio legal”. Começou a investir no sector da celulose (Prado, Abelheira). A Companhia Industrial Portugal e Colónias, Portugália e Hotel Penta são outras das empresas onde Champalimaud passou a deter importantes participações.

Entretanto, ia expandindo os seus negócios para outras áreas. As suas empresas eram as maiores clientes dos bancos e seguradoras Espírito Santo. Tentou compra o grupo mas a resposta negativa de Ricardo Espírito Santo obrigou a virar-se para o Norte do País, onde descobriu uma pequena seguradora com o nome “A Confiança”. A descoberta tem um pequeno pormenor por trás: o proprietário desta empresa era também dono do “Banco Pinto & Sotto Mayor” (BPSM). Em 1960, torna-se o maior accionista do Banco Pinto & Sotto Mayor (BPSM) e adquire a companhia de seguros “A Confiança” e participa na “Mundial” e “Continental Seguros”. Posteriormente fundou as companhias Mundial e Confiança de Moçambique. No continente Africano o grupo de Champalimaud encontrou um vasto mercado de expansão, o que fez com que o BPSM rapidamente se transformasse no maior banco privado de Angola e Moçambique. Durante o regime salazarista, Champalimaud tentou, por três vezes, comprar o Banco Português do Atlântico (BPA), mas não teve sucesso.

Já em 1957 tinha iníciado o "Caso da Herança Sommer", um processo pela luta da herança do seu tio da familia materna, Henrique Sommer, onde se opôs aos seus irmãos. A partir deste ano os processos entre as partes chegou a ultrapassar os 30. O conflito durará 16 anos e em 1969 ele sai de Portugal e parte para o México, para evitar um mandado de captura no processo. 1973 fim do "Caso da Herança Sommer", em que Champalimaud é ilibado e volta a Portugal.

Mas a Revolução dos Cravos (25 de Abril de 1974) obrigou-o a deixar o país. As consequentes nacionalizações durante o governo de Vasco Gonçalves apanham o património financeiro do homem que, já naquela época, era considerado a sétima maior fortuna europeia, com um império avaliado em 40 milhões de contos. Em Março 1975 foi nacionalizada a Banca e Seguros, em Abril a Siderurgia, em Maio as Cimenteiras e Celuloses. Champalimaud consegue comprar as acções da Soiecom que pertenciam à Empresa de Cimentos de Leiria. Foge para França e, depois, para o Brasil.

Consegue reerguer o seu património no Brasil, através da exploração agrícola, criação de gado e produção de cimento, inaugurou em 1976 a Soeicom (Soc. Empreendimentos Industriais, Comércio e Mineração) e em poucos anos passou a dominar a produção cimenteira.

De regresso a Portugal em 1992, conseguiu readquirir 51% da Mundial Confiança, por 18 milhões de contos e comprou o Banco Pinto & Sotto Mayor (BPSM) por 37,2 milhões de contos, e assume o controlo dos Banco Totta & Acores e o Crédito Predial Português, aproveitando o processo de privatização das empresas públicas encetado pelo governo de Cavaco Silva. 1992 é também o ano em que o seu sexto filho, João, é assassinado por um funcionário da empresa.

Considerado o homem mais rico de Portugal, e dono do segundo maior grupo financeiro português - uma seguradora e seis bancos - viu publicada uma biografia sua em 1997.

Ao “cesto de compras” juntou ainda o Banco de Investimentos Chemical Service. Tudo no lapso de dois anos e com a ajuda de polémicas decisões ministeriais que evitaram dispendiosas ofertas públicas de aquisição ao magnata. Os seus arqui-rivais defendem que Champalimaud regressou para se vingar. Com a ajuda de Cavaco Silva, comprou o que quis para depois vender aos espanhóis e realizar mais-valias. Cinco anos após a maratona de compras em Portugal, Champalimaud fechou negócio com Emilio Botín, presidente do Santander, para a venda do património bancário e segurador. “Até vendia aos portugueses, mas tinham de me oferecer uma pipa de massa”, disse Champalimaud no meio da polémica que estalou na sociedade portuguesa.

Champalimaud arrecadou 301 milhões de contos e ficava como accionista de referência (uma participação de 3,5%) do capital do maior banco espanhol e deixava para trás um rasto de angústia nacional que até hoje subsiste: Em 1999, Champalimaud anunciou a sua intenção de negociar com o Banco Santander Central Hispano, instituição bancária espanhola, as suas posições nacionais na banca (Banco Totta & Acores e o Crédito Predial Português) e no ramo dos seguros. O governo português acabou por vetar o negócio, tendo sido criados alguns atritos com a Comissão Europeia, já que esta aprovava o negócio.

Depois de longos meses de impasse, revogou o anterior acordo substituindo-o por um novo negócio, com quatro fases: na primeira, o grupo Santander compra a Champalimaud o grupo Mundial Confiança (Mundial Confiança, BPSM, Banco Totta e Açores, Crédito Predial Português e Banco Chemical Finance). Posteriormente, o banco espanhol vende a totalidade do grupo à Caixa Geral de Depósitos que volta a revender ao Santander o Banco Totta & Açores, o Crédito Predial Português e o Banco Chemical Finance. Numa quarta fase a CGD lança uma OPA (oferta pública de aquisição) sobre o capital das outras duas instituições do grupo.

Depois da venda do seu património financeiro, António Champalimaud regressou ao Brasil aonde possuía fazendas vocacionadas para a agricultura e para a pecuária e deixou de ter negócios em Portugal.

António Champalimaud morreu a 8 de Maio de 2004, na sua residência em Lisboa, com 86 anos, vítima de cancro.

No seu testamento, lega 500 milhões de euros para a criação de uma fundação em Portugal destinada à investigação na área da biomédica. A Fundação D. Anna de Sommer Champalimaud e Dr. Carlos Montez Champalimaud - designação escolhida por Champalimaud, em homenagem aos pais - foi, entretanto, formalmente criada, sendo presidida por Leonor Beleza, de acordo com suas instruções.

[editar] Ligações externas

Wikiquote
O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: António de Sommer Champalimaud.

[editar] Bibliografia

  • Antunes, José Freire: Champalimaud. Lisboa: Temas e Debates 1997. ISBN 972759-095-0
  • Clemente, Eloy Fernández: El Caso Champalimaud: Análisis de un Contencioso Luso-Hispano. In: II Encontro International Relações Portugal – Espanha. Uma História Paralela, Um Destino Comum?] (pdf em castelhano) - www.cepese.pt/pdf/8actas.pdf
  • Medeiros, Fernando: A Sociedade e a Economia Portuguesa nas origens do Salazarismo, Lisboa, A Regra do Jogo, 1978
  • Pereira, Hélio Paulino: Monografia das Indústrias de Fundição do Ferro e do Aço em Portugal. Lisboa 1960



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