Aluísio Azevedo
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Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo (São Luís do Maranhão, 14 de abril de 1857 — Buenos Aires, 21 de janeiro de 1913) foi um escritor, diplomata, caricaturista e jornalista brasileiro.
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[editar] Biografia
Era filho do português David Gonçalves de Azevedo e de Emília Amália Pinto de Magalhães. Seu pai era viúvo e a mãe , separada do marido algo que configurava grande escândalo na sociedade da época. Irmão do dramaturgo e jornalista Artur Azevedo.
Aluísio desde muito novo dedicou-se ao desenho (caricatura), e ao trabalho. Em 1876 viaja ao Rio de Janeiro, a fim de estudar Belas Artes, obtendo desde então sustento com seus desenhos para jornais.
Com o falecimento do pai (1879), volta para o Maranhão, onde começa finalmente a escrever.E em 1881, publica "O Mulato", onde choca a sociedade pela forma crua do romance, desnudando a questão racial - tendo ele já se filiado aos abolicionistas.
O sucesso desta obra habilita-o a voltar para a Capital do Império, onde escreve sem parar novos romances, contos, crônicas e até peças teatrais.
Sua obra é vista como irregular por diversos críticos, uma vez que oscilava entre obras românticas açucaradas, com cunho comercial e direcionado ao grande público; e outras mais elaboradas e onde deixava sua marca de grande escritor naturalista.
Feito diplomata, em 1895, chega finalmente em [1910] em [Buenos Aires], cidade onde veio a falecer, menos de três anos depois.
Foi homenageado com o nome de uma importante rua no bairro de Santana, da cidade de São Paulo.
[editar] Estilo e obra
Foi o responsável por inaugurar o estilo naturalista no Brasil com o romance O mulato (1881). É também autor dos romances Casa de pensão (1884) e O cortiço (1890), entre outros.
A influência de Aluísio de Azevedo são os escritores naturalistas europeus, dentre eles, o mais importante foi Émile Zola. Através dessa óptica naturalista, capta a mediocridade da rotina, os sestros e mesmo as taras do indivíduo, uma opção contrária dos românticos que o precederam.
As características fundamentais do naturalismo, quais sejam influência do meio social e da hereditariedade na formação dos indivíduos, além do fatalismo, estão presentes nas obras de Aluísio de forma veemente. Nele "a natureza humana afigura-se-lhe uma serta selvageria onde os fortes comem os fracos", afirma o estudioso Alfredo Bosi. Quando jovem ele fazia caricaturas e poesias, como colaborador, para jornais e revistas no Rio de Janeiro. Seu primeiro romance publicado foi: Uma lágrima de mulher, em 1880.
Fundador da cadeira número quatro da Academia Brasileira de Letras e crítico social, este escritor naturalista foi autor de diversos livros, entre eles estão: O Mulato, que provocou escândalo na época de seu lançamento, Casa de Pensão, que o consagrou e O Cortiço, conhecido com sua obra mais importante.
Este autor, que não escondia seu inconformismo com a sociedade brasileira e com suas regras, escreveu ainda outros títulos: Condessa Vésper, Girândola de Amores, Filomena Borges, O Coruja, O Homem, O Esqueleto, A Mortalha de Alzira, O livro de uma Sogra e contos como: Demônios.
Durante grande parte de sua vida, Aluísio de Azevedo viveu daquilo que ganhava como escritor, mas ao entrar para a vida diplomática ele abandonou a produção literária.
Faleceu em Buenos Aires, Argentina, no dia 21 de janeiro de 1913.
[editar] Obras
- Uma Lágrima de Mulher, novela, 1880 – primeiro trabalho.
- O mulato, novela, 1881
- Mistério da Tijuca ou Girândola de amores, novela, 1882
- Memórias de Um Condenado ou Condessa Vesper, novela, 1882
- Casa de pensão, novela, 1884
- Filomena Borges, novela, 1884
- O homem, novela, 1887
- O cortiço, novela, 1890
- O coruja, novela, 1890
- A Mortalha de Alzira, novela, 1894
- Demônios, conto, 1895
- O livro de uma sogra, novela, 1895
- O Bom Negro, crônica
- O Esqueleto, (em contribuição com Olavo Bilac).
- Os Doidos, peça
- Casa de Orates, peça
- Flor de Lis, peça
- Em Flagrante, peça
- Caboclo, peça
- Um Caso de Adultério, peça
- Venenos que Curam, peça
- República, peça
[editar] Academia Brasileira de Letras
Aluísio Azevedo foi um dos fundadores do Sodalício Brasileiro, onde ocupou a Cadeira que tem por Patrono Basílio da Gama.
[editar] Projetos relacionados
Precedido por Criação da Academia Brasileira de Letras |
Cadeira 4 da Academia Brasileira de Letras 1897 - 1913 |
Sucedido por Alcides Maia |