David Lloyd George
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
David Lloyd George | |
Primeiro-ministro do Reino Unido | |
Mandato: | 7 de dezembro de 1916 até 22 de outubro de 1922 |
Precedido por: | H. H. Asquith |
Sucedido por: | Andrew Bonar Law |
Nascimento | 17 de janeiro de 1863 Manchester, Inglaterra |
---|---|
Falecimento | 26 de março de 1945 Tŷ Newydd, Llanystumdwy, País de Gales |
Primeira-dama: | Margaret Lloyd George Frances Stevenson |
Partido político: | Partido Liberal |
Profissão: | Advogado |
David Lloyd George, 1° Conde Lloyd George de Dwyfor (Chorlton-upon-Medlock, Manchester, 17 de janeiro de 1863 — Ty Newydd, Gales, 26 de março de 1945) foi um estadista britânico e o último membro do Partido Liberal a ser Primeiro-ministro do Reino Unido.
Índice |
[editar] Educação
Embora nascido em Manchester em 1863, David Lloyd George falava galês, e foi o único galês a ocupar o cargo de Primeiro Ministro no governo britânico. Ele teve uma infância pobre e mudou-se com seus pais para viver em Llanystumdwy, norte de Gales, com seu tio, que o encorajou a seguir a carreira de Direito e entrar na política. Essa sua infância o marcaria por toda a sua vida, levando-o a tentar sempre socorrer o homem comum a quem ele costumava chamar de "os duques".
[editar] Entrada na política
Seu talento logo se manifestou, e ele foi eleito deputado pelo Partido Liberal por Caernarfon em 1890 e manteve esse cargo até 1945, cinqüenta e cinco anos depois. Ele ganhou fama nacional por sua oposição veemente contra a Guerra dos Boers. Em 1905, ele integrou o novo Gabinete Liberal de Sir Henry Campbell-Bannerman como Presidente da Junta de Comércio, e com a morte de Campbell-Bannerman sucedeu o novo primeiro-ministro, Herbert Henry Asquith como Ministro das Finanças de 1908 a 1915. Nesse papél, ele foi o responsável pela introdução da pensão aos idosos no Reino Unido e iniciou o que agora é chamado de Previdência social.
Considerado um pacifista até 1914, Lloyd George mudou de opinião quando teve início a Primeira Guerra Mundial. Quando o governo Liberal caiu como resultado da "Crise de 1915" e foi substituído por um governo de coalizão dominado por Liberais ainda sob a presidência de Asquith, Lloyd George tornou-se o Ministro das Munições em 1915 e depois Secretário da Guerra em 1916.
[editar] Primeiro-ministro
Ele substituiu Asquith como primeiro-ministro de um novo governo de coalizão em tempo de guerra entre os liberais e os conservadores. Este foi um movimento que dividiu seu Partido Liberal em duas facções; os que apoiavam Asquith e os que apoiavam o governo de coalizão. Apesar desta oposição, Lloyd George guiou o país politicamente pela guerra, e representou a Inglaterra na Conferência de Paz de Versalhes, não concordando com o Premier francês Georges Clemenceau e com o Presidente americano Woodrow Wilson. Lloyd George queria punir a Alemanha politicamente e economicamente pela devastação da Europa durante a guerra, mas não queria destruir totalmente o sistema econômico e político alemão do modo que Clemenceau e muitas outras pessoas da França queriam fazer. Notavelmente, ele respondeu a uma pergunta de como ele tinha se saído na conferência de paz, "Nada mal, considerando que eu estava sentado entre Jesus Cristo e Napoleão." Lloyd George possibilitou plebiscitos na fronteira entre a Alemanha e a Polônia que resultavam de muitos atritos militares, e criou uma grande faixa desmilitarizada na fronteira entre esses dois países.
Lloyd George começou a sentir o peso da coalizão com os Conservadores depois da guerra. Sua decisão de estender o recrutamento militar à Irlanda foi um desastre, indiretamente levou a maioria dos deputados irlandeses a declarar a independência. Ele presidiu o governo em meio a uma série de confrontos sangrentos na Irlanda, que levou à formação da Irlanda do Norte. O envolvimento do governo nas atrocidades foi o maior fator que levou o povo irlandes a se afastar do Reino Unido. A ponto dele declarar com relação ao Exército Republicano Irlandês (IRA), "Nós estamos com os assassinos pela garganta!". Contudo, ele logo iniciou negociações com os líderes do IRA, reconhecendo suas autoridades e terminando com o conflito.
Sua campanha para as Eleições Gerais de 1918 caracterizou-se por promessas de reformas na educação, habitação, saúde e transporte. O tradicionalista Partido Conservador, contudo, não tinha intenção de introduzir estas reformas, que conduziram a três anos de luta frustrada dentro da coalizão. Foi esta luta, acompanhada da crescente discrepância entre as duas ideologias em um país envolvido com os custos da guerra que levaram Lloyd George a ser tirado do poder. Os conservadores afirmaram que eles não precisavam de Lloyd George para serem eleitos só porque ele foi o homem que ganhou a guerra para os britânicos. Eles também o acusaram de vender títulos de cavaleiros e nobreza por dinheiro e de faltar com algumas responsabilidades de primeiro-ministro.
[editar] Pós carreira política
Pelas próximas duas décadas Lloyd George permaneceu à margem da política britânica, sendo freqüentemente lembrado para voltar à atividade mas não tendo sucesso. Em 1929 Lloyd George tornou-se "Pai da Casa", o mais antigo membro dos Comuns.
Em 1935 ele buscou promover um programa radical de reforma econômica, freqüentemente chamado de "Lloyd George's New Deal" em comparação com o New Deal do presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt. Contudo o programa não encontrou apoio dos partidos políticos mais importantes. No final dos anos 30 ele foi enviado pelo governo britânico para tentar dissuadir Adolf Hitler de seus planos de expansão facista na Europa.
Durante a Segunda Guerra Mundial havia especulação de Lloyd George retornar ao governo, e até sugestões para fazê-lo Primeiro-ministro mais uma vez, mas isto não aconteceu. No início de 1945 ele foi agraciado com o título de Conde Lloyd George de Dwyfor e Visconde Gwynedd, de Dwyfor no condado de Caernarvonshire. Ele morreu logo após este fato com a idade de 82 anos.
Ele foi um político brilhante, justificando seu apelido: O mago galês.
[editar] Família
Seu filho, Gwilym Lloyd George, e filha, Megan Lloyd George, ambos o seguiram na política e foram eleitos membros do parlamento. Eles foram politicamente fiéis a seu pai ao longo de sua vida mas seguiram cada um diferentes caminhos longe do Partido Liberal após a sua morte, com Gwilym encerrando sua carreira como um conservador, e Megan tornando-se uma deputada pelo Partido dos Trabalhadores em 1957, talvez simbolizando o destino de muitos do velho Partido Liberal. A historiadora canadense Margaret MacMillan é sua bisneta, e é atualmente professora titular e reitora do Trinity College da Universidade de Toronto.
[editar] Ligações externas
Precedido por H. H. Asquith |
Primeiro-ministro do Reino Unido 1916 — 1922 |
Sucedido por Andrew Bonar Law |