Antonio Candido
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Antonio Candido de Mello e Souza (Rio de Janeiro, 24 de julho de 1918) é um poeta, ensaísta, professor universitário e um dos principais críticos literários brasileiros.
É professor-emérito da USP e da UNESP, e doutor honoris causa da Unicamp.
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[editar] Estudos
Tendo concluído os estudos secundários na cidade de Poços de Caldas, Minas Gerais, Antonio Candido ingressou na recém-fundada Universidade de São Paulo em 1937, simultaneamente nos cursos de Ciências Sociais e Direito, não chegando a colar grau neste último. Nos anos de estudo universitário, conheceu Décio de Almeida Prado, Paulo Emílio Salles Gomes, Florestan Fernandes, Lourival Gomes Machado, Alfredo Mesquita, Ruy Coelho e Gilda de Moraes Rocha - posteriormente chamada Gilda de Mello e Souza, sobrinha de Mário de Andrade e sua futura esposa - com os quais funda a revista Clima, cabendo a Antonio Candido escrever sobre literatura.
[editar] Política
Paralelo às atividades literárias, Candido militou no Partido Socialista Brasileiro e participou do Grupo Radical de Ação Popular, integrado também por Paulo Emílio Salles Gomes, Germinal Feijó, Paulo Zingg e Antônio Costa Correia, editando um jornal clandestino, de oposição ao governo Getúlio Vargas, chamado Resistência.
[editar] Professor
Em 1942 ingressou no corpo docente da Universidade de São Paulo (USP) como assistente de ensino do professor Fernando de Azevedo, na cadeira de Sociologia II, onde foi colega de Florestan Fernandes. A partir de 1943 passou a colaborar com o jornal Folha da Manhã, em que escreveu diversos artigos e resenhou os primeiros livros de João Cabral de Melo Neto e Clarice Lispector.
Em 1945, obteve o título de livre-docente com a tese Introdução ao Método Crítico de Sílvio Romero e, em 1954, o grau de doutor em Ciências Sociais com a tese Parceiros do Rio Bonito, ainda hoje um marco nos estudos brasileiros sobre sociedades tradicionais. Entre 1958 e 1960 foi professor de literatura brasileira na Faculdade de Filosofia de Assis, hoje integrada à Universidade Estadual Paulista.
Em 1961 regressou à USP e, a partir de 1974, torna-se professor-titular de Teoria Literária e Literatura Comparada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (assim denominada a partir de 1970) da USP, sendo responsável pela formação de grande parte da intelectualidade nacional, direta ou indiretamente. Entre os seus discípulos estão Antônio Lázaro de Almeida Prado, Fernando Henrique Cardoso, Roberto Schwarz, Davi Arrigucci Jr., Walnice Nogueira Galvão, João Luiz Lafetá e Antônio Arnoni Prado, entre outros.
Aposentou-se em 1978, todavia manteve-se ainda como professor do curso de pós-graduação e crítico atuante não só na vida literária, como também na política, tendo sido um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores. Recebeu o Prémio Camões em 1998.
[editar] Vida pessoal
Foi casado com Gilda de Mello e Souza, sobrinha do escritor Mário de Andrade, cuja obra ela estudou, especialmente em O Tupi e o Alaúde, e que foi professora de Estética no Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo. Gilda faleceu em 25 de dezembro de 2005.
[editar] Principais obras
- Introdução ao Método Crítico de Sílvio Romero, 1945;
- Formação da Literatura Brasileira - Momentos Decisivos - 1957;
- Ficção e Confissão, 1956;
- O Observador Literário, 1959;
- Presença da Literatura Brasileira - 1964 (em colaboração com J. Aderaldo Castello);
- Tese e Antitese, 1964;
- Parceiros do Rio Bonito, 1964;
- Formação da Literatura Brasileira, 1975;
- A Educação pela Noite e Outros Ensaios, 1987;
- O Discurso e a Cidade, 1993.
[editar] Obras sobre Antonio Candido
- Raúl Antelo, Antonio Candido y los Estudios Latinoamericanos, -Instituto Internacional de Literatura Ibero-Americana da Universidade de Pittsburgh, 2002.
- Heloisa Pontes, Destinos Mistos. Companhia das Letras. 1998.
- Flávio Aguiar (org.). Antonio Candido: pensamento e militância. Fundação Perseu Abramo e Humanitas FFLCH/USP, 1999.
- Celso Lafer (org.). Esboço de Figura. São Paulo, Duas Cidades, 1979.
- Roberto Schwarz. "Pressupostos, salvo engano, de Dialética da malandragem". In: ___ Que Horas São? São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
- Roberto Schwarz. Sequências Brasileiras. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
- Paulo Eduardo Arantes. Sentimento da Dialética. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
[editar] Prêmios
- Prêmio Jabuti
Precedido por Cecília Meireles / Herman Lima |
Prêmio Jabuti - Poesia 1965 |
Sucedido por Carlos Soulie do Amaral |
- Prêmio Camões
Prémio Camões em 1998
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[editar] Ligações externas