TV Ajuricaba
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TV Ajuricaba (1967 a 1986) | |
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Rua Oswaldo Góes 18, Santo Antônio | |
País | {{{país}}} |
Cidade de concessão | Manaus, AM |
Cidade-sede | {{{sede}}} |
Slogan | |
Canal | 8 analógico |
Afiliações | Rede Globo (1974 a 1986) |
Fundador | {{{fundador}}} |
Proprietário | Família Hauache |
Pertence a | {{{pertence a}}} |
Arrendatário | {{{controlador}}} |
Presidente | {{{presidente}}} |
Vice-presidente | {{{vice-presidente}}} |
Fundação | 5 de setembro de 1967 |
Extinção | {{{extincao}}} |
Sucessora | {{{sucessora}}} |
Prefixo | ZYA 245 |
Cobertura | Amazonas |
Afiliações anteriores | Rede Record |
Nomes anteriores | |
Potência | |
Website |
A TV Ajuricaba foi uma emissora de televisão sediada na cidade brasileira de Manaus, de 1967 a 1986
Foi afiliada inicialmente à Rede de Emissoras Independentes (liderada pela TV Record, atual Rede Record) e, a partir de 1º de maio de 1974, foi afiliada da Rede Globo no Amazonas até a sua dissolução em 1986. Da sua fundação até 1974, a emissora fazia imenso sucesso com os Festivais de Música Popular Brasileira, transmitidos pela TV Record, famosos pelas manifestações de protesto contra o regime militar de então.
Índice |
[editar] Fundação
Foi implantada e presidida pela família Hauache, na pessoa da Sra. Sadie Hauache, a TV Ajuricaba foi a primeira emissora de televisão aberta implantada no Estado do Amazonas, porém, antes disso, a família Hauache supreendeu a todo o Brasil em 1965 criando uma das primeiras operadoras de TV a cabo do pais, a chamada TV Manauara, que supria apenas suas ruas e duas avenidas na cidade de Manaus
Até a criação da TV Manauara, Manaus não possuía emissora própria, porém algumas residências já tinham aparelhos de televisão, que na época recebiam sinais vindos do canal 2 da Venezuela, de maneira muito precária. Como a TV Manauara era difícil de ser mantida por problemas de corte dos cabos por causa das linhas de papagaio revestidas de cerol (mistura feita de cola e vidro moído), a família Hauache entrou numa nova licitação do governo para um canal em tv aberta, que em 5 de setembro de 1967 foi batizada de TV Ajuricaba.
Com a criação da TV Ajuricaba, diversas lojas de eletrodomésticos da capital amazonense disponibilizavam crediário para que a população pudesse comprar seus televisores, em troca de patrocínio em seus programas de televisão. Com isso, surgiu a primeira empresa especializada em publicidade no Amazonas: a Oana Publicidade.
Durante seu período de existência, a TV Ajuricaba abriu emissoras no interior do Estado, levando a programação da Rede Globo e sua programação local para os diversos municípios amazonenses, com a criação da CEGRASA - Central de Emissoras, Gravadoras e Repetidoras Ajuricaba, ainda na década de 70. Inicialmente, as fitas contendo a programação da rede eram gravadas e posteriormente distribuídas por meio de barcos de linha e aviões comerciais aos municípios amazonenses, onde eram exibidas em praças públicas nas quais eram montados e ligados os aparelhos de TV. Durante esse período as retransmissoras do interior iniciavam as suas atividades às 15 horas e terminavam as transmissões à 1 da manhã. Em 1979, a emissora adquire canal no satélite norte-americano Intelsat 4 (o primeiro a distribuir sinal para a Amazônia), possibilitando levar a programação em tempo real, sem a necessidade de gravar a programação em fitas e distribuí-las, o que ocasionava muito extravio de fitas e descontinuidade das atrações, especialmente novelas e seriados.
Seu sinal em Manaus foi transmitido inicialmente através dos canais 38 em UHF e posteriormente através do canal 20 também em UHF. Em 1974, a emissora passou a fazer parte da Rede Globo de Televisão, mediante convite de Walter Clark e Boni. Já nos anos 80 a emissora passou a transmitir seu sinal em definitivo para o canal 8 em VHF. Com isso a emissora ganhou a liderança de audiência no Estado do Amazonas, com as novelas, os seriados e os programas de entretenimento e jornalísticos da Rede Globo de Televisão.
[editar] A decadência da TV Ajuricaba
Por motivos comerciais e ideológicos em 1986 a TV Ajuricaba perdeu a concessão da Rede Globo e passou a transmitir a programação da Rede Manchete, época em que foi vendida da Família Hauache para o Grupo Simões, que a transforma em Rede Brasil Norte de Televisão - RBN, mantendo as repetidoras da então TV Ajuricaba no interior do estado e adquirindo novas concessões em Porto Velho e Belém. A emissora também mantém o sinal de satélite da TV Ajuricaba que garantia a distribuição de seus programas locais para todo o interior do Amazonas. Perde-se rapidamente o chamado Padrão Globo de Qualidade e a emissora deixa de ser líder de audiência em pouquíssimo tempo, mantendo-se como 2a colocada de audiência (em oposição ao recém-criado SBT), especialmente com novelas como Pantanal, Xica da Silva, Carmen, Corpo Santo, Amazônia, A História de Ana Raio e Zé Trovão, entre outras atrações. A partir daí a Rede Globo passa a ter como afiliada a TV Amazonas, de propriedade do empresário Phellipe Daou, que anteriormente transmitia a programação da Rede Bandeirantes, uniformizando dessa maneira a programação retransmitida pela Rede Amazônica de Televisão em 5 estados do Norte do Brasil.
Por conta da grave crise que a Rede Manchete enfrentou devido às dívidas intermináveis e a queda crescente na audiência a partir de 1992, no ano de 1993 o Grupo Simões pôs à venda as emissoras tanto de rádio quanto de televisão nos 3 estados da Amazônia bem como o sinal de satélite, que são comprados pelo Pastor Samuel Câmara em nome da Igreja Evangélica Assembléia de Deus no Amazonas e as transforma na rede de comunicação Boas Novas (anteriormente chamada de Rede Boas Novas), rompendo contrato com a Rede Manchete em 1993 e implantando uma série de programas evangélicos para cobrir as 24 horas em que permanecia no ar, o que inicialmente causou estranheza na população com os cortes repentinos na programação da Rede Manchete para veiculação de conteúdo evangélico, chegando até mesmo a censurar a veiculação do Desfile das Escolas de Samba do Carnaval do Rio de Janeiro, sob a alegação de que a emissora fora feita para a família. A emissora perde ainda mais sua audiência no Estado, porém amplia sua cobertura no final dos anos 90 para toda a Amazônia e, posteriormente, para todo o Brasil. Em 2006, a TV Boas Novas troca suas dependências físicas do Bairro de Santo Antônio, prédio no qual a TV Ajuricaba havia sido fundada nos anos 60, para um complexo que reúne igreja evangélica, faculdade de teologia, rádio e torre de transmissão no Bairro de Petrópolis.
Vale ressaltar que a CEGRASA (Central de Emissoras, Gravadoras e Repetidoras Ajuricaba), criada ainda na década de 70 e que reúne as repetidoras existentes no interior do Amazonas, ainda permanece no nome da família Hauache, porém o controle da programação dessas emissoras pertence à Fundação Evangélica Boas Novas, que administra a Boas Novas.
A TV Ajuricaba possuía a mais alta torre de TV do Norte do País, localizada no antigo prédio situado no Bairro de Santo Antônio (uma das áreas mais altas da cidade de Manaus) e que foi desmontada no ano de 2006 pela TV Boas Novas por ocasião de sua mudança de endereço.
O antigo prédio que sediou a TV Ajuricaba desde a sua fundação no Bairro de Santo Antônio hoje encontra-se abandonado e em fase de demolição.
[editar] Da TV Ajuricaba à TV Manaus: a volta da Família Hauache
Em 1993, a Família Hauache adquire nova concessão de canal de TV aberta e cria a TV Manaus, que opera no canal 10, inicialmente como afiliada da Rede Record de Televisão.
Em setembro de 2007, a TV Manaus perde a afiliação da Record e fecha contrato com o SBT, porém parte de seu controle acionário é vendido para o empresário Otávio Raman Neves, proprietário do Jornal Amazonas em Tempo, que troca a denominação da emissora para TV Em Tempo. A Família Hauache permanece ainda com 40% do controle acionário da emissora.
[editar] Referências
História da Televisão Amazonense