Discussão:Tourém
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É um naco de terra portuguesa que mais se afigura uma seta cravada em Espanha. São alguns (poucos) quilómetros quadrados rodeados por chão galego, por todos os lados menos por um.
Embora ganhando forma de enclave lusitano na Galiza, o certo é que as suas gentes não querem confusões relativamente à identidade cultural.
“Nós somos portugueses e eles são espanhóis” - proclamam, alto e bom som, para que os forasteiros entendam. E, ao traduzirem esse sentimento, não deixam de acentuar que a sua Pátria é só uma, pese o facto de, desde sempre, “os políticos no poder se terem esquecido de nós ou não saberem que existimos”.
Tourém - assim se chama essa aldeia portuguesa quase perdida lá pelos montados do Barroso onde Portugal e Espanha quase se confundem dada a dificuldade em localizarem em que sítio um país acaba e outro começa. Aldeia onde - parafraseando um documento do século XVI - "vivem misturados galegos e portugueses, uns metidos por outros e não acerta divisão entre uns nem outros". Tourém cultiva, no entanto, a identidade cultural ainda que as suas gentes se sintam esquecidas "por quem tem a obrigação de também olhar para nós".
Até meados do século XIX, imperava entre eles uma certa indefinição relativamente às suas raízes. Reza o velho manuscrito que, quando os habitantes "fazer casa nova, perguntam aí se a fazem por de Portugal se por de Galiza e, se dizem por de Portugal, são-no, e se de Galiza, também; e hoje são todos galegos e amanhã portugueses”.
Em função da assinatura, há cerca de 130 anos, do Tratado de Limites, o povo de Tourém viu definida a sua nacionalidade e, a partir de então, Portugal passou a ser, de facto, a sua Pátria, tal como a sua língua, que não deixam poluir com o castelhano.