Téspis de Ática
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Ator grego do começo do século V a.C., trazido de Icárias onde teria nascido, pelo Tirano de Atenas Pisístrato, um amante da arte de imitar. É conhecido como o primeiro atorPB ou actorPE do mundo ocidental[1], e também como o primeiro produtor teatral.
Quase nada se sabe da vida de Téspis, apenas que teria começado a representar em um Coro, chegando a ser líder de um deles (possivelmente por ser chefe de uma aldeia). Viajou pela Grécia, sozinho ou com o seu Coro, numa carroça carroça que mais tarde ficaria conhecida como "carro de Téspis" que lhe servia de transporte e de palco para as suas representações.
[editar] Histórico
Em 600 a. C., um ateniense, Árion de Lesbos nascido em Metimna passou a escrever poesia para cantos de coral denominados de Ditirambo. Na época, as apresentações públicas possuíam um caráter litúrgico e não artístico, o povo se reunia nas ágoras da cidade para os rituais em favor de Dionísio. Para tanto, o coro declamava a poesia e dançava a coreografia inspirada nos cânticos ditirâmbicos.
Nesta época , o ator era chamado de hipocritès, ou seja, fingidor ou "respondedor."
Téspis de Ática teve a ousadia de pôr um homem a dialogar com o Coro, imputando-lhe assim a “invenção” do Teatro, dando origem ao diálogo. A esse ator era dado o nome de Protagonista, termo que ainda hoje se usa para designar o personagem principal de uma ficção dramática.
No decurso das suas perambulações de uma festividade para outra, chegou a Atenas vencendo o festival em honra de Dioniso denominado a “Grande Dionisíaca”.
Téspis criou o conceito de "monólogo" ao apresentar-se na Grande Dionisíaca da Grécia Antiga, no Século V a.C. em Atenas, munido de máscara e vestindo uma túnica, interpretando o deus Dionísio, destacando-se do coro, sobre a sua carroça ("carro de Téspis").
Tal atitude era uma grande ousadia já que esse “papel” estava reservado aos sacerdotes ou aos reis. Tinha passado por cima da autoridade do arconte, o legislador, e criara um argumento artístico dentro de uma apresentação litúrgica politeísta, criando o papel do protagonista em um movimento que futuramente ficaria conhecido como Tragédia Grega.
Teria também criado o segundo-ator, ou o que mais tarde Ésquilo chamaria de deuteragonista, ao interpretar de uma só vez dois personagens distintos, usando para isso, duas máscaras, uma no rosto e outra na nuca.
Ao que parece representava textos moralistas que criticavam o comportamento humano. Não se sabe se é verdade ou não, mas também se diz que introduziu as máscaras e os fatos no teatro, se bem que essa honra seja também atribuída a Ésquilo. Também não é seguro se criou ou não um espaço dedicado exclusivamente às suas representações.