Programa antártico brasileiro
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O Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) foi instituído pelo governo do Brasil em janeiro de 1982, com propósitos científicos e políticos referentes à Antártida. Ambos os propósitos foram atingidos em 1984, com a instalação da Estação Antártica Comandante Ferraz, na baía do Almirantado, na ilha do Rei George, a 130 km da ponta da península Antártica.
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[editar] Objetivos
Os objetivos científicos do Programa Antártico Brasileiro incluem o desenvolvimento de pesquisas no continente Antártico para ampliar o conhecimento dos fenômenos naturais que ali ocorrem e sua repercussão sobre o território brasileiro. O CNPq é a entidade responsável pela pesquisa científica brasileira na Antártida e desenvolve projetos para estudar as mudanças ambientais globais, identificar os recursos econômicos vivos e não-vivos da região e formas de seu aproveitamento e levantamento das condições fisiográficas e ambientais do continente Antártico.
O objetivo político do PROANTAR foi preservar o direito de o Brasil participar das reuniões consultivas periódicas sobre o continente Antártico previstas no art. IX no tratado da Antártida, o que exige a manifestação de interesse pela Antártida, por meio da promoção ali de substancial atividade de pesquisa científica, tal como o estabelecimento de estação científica ou o envio de expedição científica.
[editar] Organização
O PROANTAR é gerenciado pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, órgão criado em 2001 e que é coordenado pelo comandante da Marinha do Brasil. O programa é integrado, ainda, pelo CNPq e pelo Ministério do Meio Ambiente.
[editar] Histórico
No ano de instituição do PROANTAR (1982), o Brasil adquiriu o navio-polar dinamarquês "Thala Dan", que foi renomeado "Navio de Apoio Oceanográfico (NApOc) Barão de Teffé". Naquele ano, a embarcação procedeu ao reconhecimento hidrográfico, oceanográfico e meteorológico de porções do continente Antártico com vistas a selecionar um local para a instalação de uma base brasileira. Em 12 de setembro de 1983, como resultado desta primeira expedição (designada Operação Antártica I), o Brasil foi reconhecido como Parte Consultiva do tratado da Antártica.
A Estação Antártica Comandante Ferraz foi instalada em 6 de fevereiro de 1984, na baía do Almirantado, ilha do Rei George, no âmbito da Operação Antártica II, realizada no verão de 1983-84. Inicialmente com oito módulos, a estação abrigou doze pessoas durante 32 dias, sendo desativada até a operação seguinte. Durante a Operação Antártica IV, em 1986, a estação passou a ser ocupada permanentemente.
Em 1994, a Marinha do Brasil adquiriu o navio-polar norueguês "Polar Queen", que foi renomeado "Navio de Apoio Oceanográfico NApOc Ary Rongel (H-44)" e substituiu o navio Barão de Teffé a partir da Operação Antártica XIII. A nova embarcação opera helicópteros, transporta 2 400 m³ de carga e possui laboratórios de pesquisa oceanográfica e meteorológica. Para complementar e, futuramente substituir, o NApOc Ary Rongel (H-44), a Marinha do Brasil está negociando a compra e modernização do navio Ocean Empress, um antigo navio de apoio a plataforma de petréleo convertido em pesqueiro de alto-mar.
A Força Aérea Brasileira apóia o PROANTAR por meio de sete vôos anuais com aeronaves C-130 Hercules que transportam equipamentos, material e pessoal, tanto no verão como no inverno.