Pedro Augusto de Saxe-Coburgo e Bragança

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Pedro Augusto durante sua infância. Dizia-se que tinha o mesmo rosto que o avô, D. Pedro II.

Brasão da dinastia Saxe-Coburgo-Bragança.

Pedro de Alcântara Augusto Luís Maria Miguel Rafael Gonzaga de Saxe-Coburgo e Bragança (Rio de Janeiro, 19 de março de 1866 – Viena, 7 de julho de 1934), príncipe de Saxe-Coburgo-Gota, foi o filho mais velho da princesa D. Leopoldina do Brasil e de seu marido, Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota.

[editar] Biografia

Pedro Augusto tinha como padrinhos o avô, D. Pedro II, e a rainha dos franceses, Maria Amélia de Bourbon-Nápoles (representada pela avó, D. Teresa Cristina), cuja morte tinha ocorrido dezesseis dias antes e que não fora notificada, por causa da lentidão nas comunicações.

Em 1872, um ano depois de se tornarem órfãos de mãe, Pedro Augusto e seu irmão, Augusto Leopoldo, foram mandados ainda cedo para o Rio de Janeiro. Seu avô, D. Pedro II, queria prepará-lo para suceder ao trono, por causa da frigidez de sua filha mais velha, D. Isabel. O pai dos meninos continuou na Europa, educando seus outros filhos.

D. Pedro II nomeou como preceptor de seus dois netos Manuel Pacheco da Silva, médico, ex-reitor do Externato D. Pedro II e futuro barão de Pacheco. Pedro Augusto tinha como língua mãe o alemão.

Aos oito anos, o jovem príncipe foi matriculado no Colégio Pedro II, formando-se em engenharia anos mais tarde. Estudioso como o avô, Pedro Augusto foi autor de várias obras sobre mineralogia, tidas hoje como preciosidades.

Não demorou muito para ele se tornar o neto predileto do Imperador, a quem se ligou por laços de afeto e interesses comuns. Pedro Augusto era tratado nas cortes européias às quais visitava e em outros lugares como futuro herdeiro do trono imperial brasileiro; pelo menos até o nascimento de seu primo, o príncipe do Grão-Pará, em 1875. Não tinha uma boa relação com o primo nem com os seus tios.

Segundo pesquisas e estudos recentes, Pedro Augusto teve ativa participação em planos e conspirações para ultrapassar a tia e o primo na linha sucessória do trono brasileiro. Aproveitando-se da má fama e da rejeição que grande parte da elite política sentia por D. Isabel, Pedro Augusto planejou até 1889 assumir a coroa. Com a Proclamação da República, o príncipe foi detido no Paço Imperial junto com o restante da família, depois de deixar sua residência, no bairro do Engenho Velho (Tijuca). Após ser conduzido para o navio onde a Família Imperial seguiria para o exílio, Pedro Augusto apresentou o seu primeiro surto psicótico. Tentou esganar o capitão do navio e teve de ser detido em uma cabine, onde foi acometido de delírios persecutórios.

Exilado na propriedade de sua família paterna, Pedro Augusto ainda tentou manobras políticas visando a restauração da monarquia no país, mas sua situação psicológica voltaria a se deteriorar e os poucos conspiradores monarquistas ainda ativos logo se afastaram do príncipe.

Aos vinte e sete anos, ele tentou o suicídio. Após quarenta e um anos de sofrimento devido a pertubações mentais — foi inclusive paciente de Sigmund Freud —, devido à deposição e ao exílio da família imperial, Pedro Augusto morreu solteiro, sem deixar filhos, e teria falecido virgem aos sessenta e oito anos em julho de 1934, em um sanatório de Viena.

Uma biografia de Pedro Augusto, "O Príncipe Maldito", de autoria de Mary del Priore, foi publicada no Brasil, em 2007.