Partido Democrático (Portugal)
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O Partido Democrático foi um partido político português do tempo da I República; aquando da secessão dos Evolucionistas e dos Unionistas do Partido Republicano Português, em Fevereiro de 1912, o Partido Democrático declarou-se seu herdeiro, tendo-se apoderado da sua máquina eleitoral e propagandística, o que explica a sua ampla predominância política ao longo de toda a I República.
Na verdade, a expressão Partido Democrático não é de todo correcta, pois que o Partido Republicano Português nunca se extinguiu, e os seus continuadores «democráticos» nunca o renomearam; esta designação é antes devida aos seus opositores políticos, que consideravam ilegítima a apropriação da designação pelo grupo de Afonso Costa, o novo líder do partido.
Em virtude disso, os seus apoiantes eram conhecidos como afonsistas (do nome do seu líder), tendo no jornal O Mundo o seu órgão de imprensa.
Partido de esquerda, e partido vocacionado para o poder, conseguiu naturalmente criar muitos anticorpos ao longo da I República, fosse através das inúmeras revoltas perpetradas contra o regime (dada a sua preponderância política, na qual muitos não se reviam), fosse através de cisões internas.
Esteve coligado com o Partido Evolucionista no governo da União Sagrada, para fazer face aos problemas decorrentes da I Guerra Mundial; o sidonismo foi em parte um movimento anti-Partido Democrático.
Após 1919, com a ausência do líder em Paris para assistir às Conferências de Paz, a chefia partidária foi confiada a António Maria da Silva. Nessa segunda fase de vida do partido, a contestação política, popular e sindical às suas políticas levou a um clima de revolta constante, e à formação de duas novas cisões dentro do partido, desta feita à sua esquerda: o Partido Republicano da Esquerda Democrática e o Partido Reformista.
Tal foi a identificação entre a República e o Partido Democrático dominou de tal modo a vida política portuguesa entre 1911 e 1926 que Marcelo Rebelo de Sousa a qualificou como «um multipartidarismo de partido dominante», e o historiador Fernando Rosas chamou mesmo a este monopólio político, uma «Ditadura democrática», no sentido de uma «Ditadura» exercida pelos democráticos (cerca de 25 dos 45 ministérios da I República foram exclusiva ou predominantemente formados por democráticos). A Revolução Nacional de 28 de Maio de 1926 viria a encontrá-lo no poder (sexto governo de António Maria da Silva)