Os Függer
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Importante família alemã de banqueiros que se distinguiu pelo seu poder financeiro e pelo papel desempenhado na economia europeia dos séculos XV e XVI. O seu poder resultou também da ingerência em questões políticas.
A fortuna da família teve origem na indústria têxtil quando Johannes Függer se instalou com uma manufactura em Augsburg em 1367.
Os seus filhos encarregaram-se da gerência dos negócios após a morte do patriarca, em 1408. Se Andreas conheceu a ruína pela má direcção dos negócios, já Jakob I, o Velho, soube fazer crescer a herança que lhe coube. Dirigiu a corporação de tecelões e fez parte do governo da cidade. Os seus interesses voltavam-se agora para a exploração mineira no Tirol.
A riqueza foi multiplicada pelos seus filhos Ulrich e Georg. Jakob II, o Rico (1459-1525), o filho mais novo de Jakob I, fez a sua aprendizagam em Veneza na Fondaco dei Tedeschi (espécie de feitoria alemã). Desinteressou-se pelo comércio de tecidos e especiarias e procurou ligações com a indústria mineira do Tirol através da concessão de empréstimos ao Arquiduque Sigismundo, com a contrapartida de este lhe fornecer prata e cobre. Passaria a explorar também as minas da Silésia.
Comercializavam o minério no Mediterrâneo e no eixo Mar Báltico-Mar do Norte, chegando mesmo a fundar, em 1498, um consórcio em Veneza.
Com um poder financeiro solidamente estruturado, foi sustentáculo da política económica de Maximiliano I. A sua ligação aos Habsburgos traduziu-se na ajuda financeira à candidatura de Carlos V ao trono imperial e foi à custa desta acção que pôde explorar as minas de mercúrio de Almadén e as de prata de Guadalcanal. Jakob II morreu em 1525 sendo considerado na altura um humanista e benfeitor. O herdeiro da sua fortuna foi o seu sobrinho Anton Függer, em 1526, que manteve negócios com os Habsburgos e interferiu na eleição de Fernando I. Foi durante a gestão de Anton que a fortuna dos Függer atingiu um nível mais elevado.
A família acabaria por ter ligações com a Coroa portuguesa, decorrentes da política comercial de abertura do comércio da Índia a companhias estrangeiras. Foi assim que entre 1581 e 1586 o tráfego da pimenta foi arrendado em regime de exclusividade aos Függer e aos Welser. A partir de 1586 foi criada uma sociedade, onde predominavam os alemães, que era possuidora do contrato de monopólio do comércio da Índia em vigor até 1592.
No entanto, as sucessivas bancarrotas da monarquia espanhola a partir de 1557 vão desferir um rude golpe nos negócios da família. Markus II não pôde evitar a falência em 1607. A companhia acabaria por ser dissolvida após a Guerra dos trinta anos.